𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖁𝖎𝖓𝖙𝖊

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i.ki.gai {s.} do conceito japonês: Um propósito de vida; uma razão para se levantar de manhã, que faz a vida valer a pena; cheio de significado. 

— Rayna —

Quando Rayna acordou, a sensação era como se estivesse flutuando em um sonho febril, uma névoa densa envolvendo sua mente, tornando difícil discernir o real do ilusório. Por alguns instantes, a realidade se perdeu. O peso da tatuagem gravada em sua nuca, a marca do acordo feito na noite anterior, e as memórias entrecortadas pela embriaguez pareciam distantes, quase irreais. Seu corpo ainda sentia os ecos da noite, o vestígio de uma promessa firmada, e o ressoar do toque de Azriel em sua pele a perseguiu, mesmo em seus sonhos mais nebulosos.

  Lutando para afastar a névoa em sua mente, ela sentiu seus pensamentos vagarem, como se tentassem escapar do que realmente importava. Seus olhos se fechavam involuntariamente, e, por trás de suas pálpebras, imagens começavam a formar-se. Corredores esculpidos em pedra vermelha emergiam, o brilho difuso do sol não os alcançando, estantes cobertas de poeira albergavam segredos esquecidos. Aqueles corredores não eram meras construções de sua mente; Rayna sabia exatamente onde eles levavam. Era a biblioteca nas profundezas da Casa do Vento, outrora o lar de Bryaxis, a entidade cuja presença ainda se fazia sentir, mesmo que estivesse ausente.

  Uma sombra mais escura rastejava em seus pensamentos, uma presença persistente que ela não podia ignorar. O colar em seu pescoço começou a vibrar suavemente, o metal roçando sua pele com uma energia latente, quase viva. A sensação era inquietante. Embora ele não estivesse fisicamente tremendo, a vibração que ela sentia parecia vir de dentro, como se estivesse profundamente conectado à sua essência. Era como a dor de um membro fantasma: intangível, porém impossível de ignorar. Era algo que Rayna não podia simplesmente afastar.

  Seus dedos deslizaram pelo delicado amuleto, sentindo o metal frio em sua palma. Ela sabia que algo estava errado, algo muito além de sua compreensão. Depois do jantar da noite anterior, Feyre e Rhysand tentaram explorar a magia do colar. Apesar de todo o poder dos dois — Feyre, portadora do poder de Helion, inclusive — o colar permanecia inquebrável, cercado por uma proteção que nem mesmo as forças mais poderosas podiam penetrar. Isso só fazia aumentar o mistério que Rayna carregava ao redor do pescoço, um enigma que a acompanhava a cada passo.

  Quando seus pés roçaram algo macio na cama, ela piscou, voltando à realidade. O tecido caiu suavemente ao chão, e Rayna se debruçou na beira da cama para espiar. Esparramado no chão, estava um conjunto de treinamento de couro illyriano. A visão fez seu coração acelerar.

  Era o lembrete do que estava por vir. Hoje seria o dia do treino com Cassian. Ele — Azriel — devia ter deixado o conjunto ali para ela, silenciosamente, enquanto dormia. A ideia de que ele esteve ali, perto dela enquanto estava vulnerável no sono, enviou um arrepio até sua espinha. A proximidade dele era sempre perturbadora, de um jeito que ela ainda não conseguia definir completamente.

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