𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖁𝖎𝖓𝖙𝖊 𝖊 𝕮𝖎𝖓𝖈𝖔

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gro.kar {v.} em marciano: entender tão profundamente que o observado se torna parte do observado; um entendimento além da empatia e intimidade. 

— Rayna —

Esperar pelo amanhã era uma tarefa que soava simples, mas a verdade era que cada segundo se arrastava, transformando-se em uma eternidade angustiante. Rayna estava mental e fisicamente esgotada, como se cada parte de seu ser estivesse submersa em uma névoa densa de cansaço. Não importava quantas vezes ela tentasse fechar os olhos; seu subconsciente insistia em mantê-la desperta, em um estado de agitação que a consumia lentamente.

  Contava os segundos em um sussurro silencioso, uma tentativa desesperada de fazer o sono se aproximar. Repetiu os números tantas vezes que parecia ter perdido a noção do tempo. A lua, brilhando em sua plenitude, iluminava a paisagem através da janela como se o mundo lá fora fosse uma obra de arte impressionista, onde cada pincelada refletia um sonho distante, quase inatingível.

  Enquanto sua mente vagava, pensava em como seria maravilhoso tocar as estrelas, compor uma melodia que celebrasse sua beleza etérea. Mas ali, em seu quarto, não havia instrumentos como na Casa do Vento. Imaginou os materiais de arte de Feyre, mas não se atrevia a se arriscar na pintura. Em vez disso, dedilhou o lençol, sentindo a textura sob seus dedos como se fossem as teclas de um piano, criando mentalmente uma sinfonia que nunca poderia ser ouvida.

  Após um longo conflito interno, decidiu buscar o Livro das Oito Cortes de Prythian. Depois de contar a Rhysand sobre Aeryn e compartilhar um chá que aquecera suas almas, finalmente expuseram o que havia acontecido com Bryaxis e a importância do livro. Enquanto falava, tentava não encontrar o olhar de ninguém, temendo que suas expressões pudessem revelar o que ela mesma lutava para entender. O acordo estava agora gravado em sua pele, uma marca que não podia ser ignorada. Assim que terminou, rapidamente mudou de assunto, fechando-se em uma armadura emocional, consciente de que não precisava de sermões para saber a gravidade de sua situação.

  Rhysand, com um olhar que carregava tanto poder quanto preocupação, permitiu que o livro ficasse com ela; afinal, seu sangue era a chave. Azriel havia tentado, mas falhara. A conversa logo se voltou para planos de contingência, a busca pela Corte desaparecida. Os espiões não haviam encontrado sinal de escudos — pelo menos não os visíveis —, e Rhysand hesitou, decidindo que, em vez de recuar, era melhor que permanecessem na fronteira. Feyre sugeriu que talvez apenas Rayna pudesse encontrar a Corte do Alvorecer, assim como o livro, que tinha estado oculto por anos. Todos concordaram que ela deveria se envolver na busca, mas apenas quando seu treinamento com Cassian estivesse completo. O futuro era uma tela em branco, e somente a Mãe sabia o que encontrariam ao buscar a Corte do Alvorecer.

  Rayna passou a mão pela capa do livro, sentindo uma leve picada na ponta do dedo. A luz da lua refletia na superfície dourada, criando um caminho de luz que parecia se estender até seu coração. Desviou o olhar, observando o brilho do amuleto em seu pescoço. Instintivamente, levou a mão até o pingente oval, e ele se abriu sob seu toque. Um arrepio percorreu seu corpo, e ao notar uma mancha escarlate no prata, uma onda de culpa a envolveu. Como não havia percebido isso antes?

𝕬 𝕮𝖔𝖚𝖗𝖙 𝖔𝖋 𝕭𝖑𝖔𝖔𝖉 𝖆𝖓𝖉 𝕾𝖍𝖆𝖉𝖔𝖜𝖘 | acotarOnde histórias criam vida. Descubra agora