Em edição.
𝘢𝘤𝘰𝘵𝘢𝘳 / 𝘢𝘻𝘳𝘪𝘦𝘭 𝘧𝘢𝘯𝘧𝘪𝘤
"A mais grande forma de amor se esconde entre sombras e é preciso luz para penetra-las"
Em Prythian, a mágica se entrelaça com lendas, mas uma Corte permanece envolta em mistério: a Corte do Alv...
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le.ta.lis {adj.}: causar morte ou destruição; mirar ou ser capaz de destruir; o poder de matar
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— Rayna —
A porta dupla do quarto de Killian se fecha e sinto que aquele é o momento em que meu destino é selado. Nada vai funcionar se eu errar pelo menos um passo do plano. Tudo tem que correr do jeito que foi planejado, sem espaço para desvios. Não quando o meu futuro, das pessoas que eu amo, da minha corte, e desse reino estão em jogo.
Não é só porque odeio Killian que quero ver o seu reino queimando junto com ele. Apesar de, por um momento, quando eu estava cegada por raiva, ter pensado que eu faria de tudo se no fim ele estivesse destruído, até destruir seu reino junto com ele. Não me orgulho de ter pensado assim, mas também não me arrependo. Aprendi a acolher a minha raiva a muito tempo, e a partir de hoje, não precisaria mais deixa-la guardada.
Há dois guardas protegendo a entrada do aposento do rei do lado de fora. E, pelo menos, mais meia dúzia rondando o corredor que leva até aqui.
Diferente do quarto de Adrien, o de Killian é projetado para alguém que passa pouco tempo nele. Há três cômodos. Uma sala de estar com uma mesa de centro, o quarto com uma cama enorme adornada e um banheiro. Era gigante e tão bonito quanto o resto do castelo, mas era usado apenas para dormir e tomar banho.
— Você realmente espera que eu durma todos os meus dias aqui com você? — pergunto, arqueando uma sobrancelha.
Ele larga o casaco vermelho no encosto de uma cadeira na sala de estar e eu paro no arco da entrada que separa a sala do quarto.
— Não é incomum que o rei e a rainha tenham quartos separados, — ele se vira para mim e cruza os braços. — mas seria sábio como um casal recém casado que dividíssemos o quarto para não gerar suspeitas. Por que duas pessoas apaixonadas dormiriam em camas diferentes?
É uma pergunta retórica, por isso nem me esforço em pensar em algo para responde-lo. Killian senta em um sofá de descanso, me encarando, ainda parada na entrada da sala. Na mesa de centro há uma garrafa de vinho e duas taças de cristal. Era uma pena que ele poderia tomar um vinho tão bom antes de morrer.
Respiro fundo, encostando o meu ombro na parede e a usando de suporte para o meu corpo. Aparentemente ficar de enfeite o dia inteiro era cansativo. Mas no momento que pensei em estar cansada meu sangue esquentou, meu coração o bombeando mais rapidamente. Adrenalina.
Aquele poder começou a formigar em minha pele. Eu estava animada. E aterrorizada. Ele se estendeu para os guardas.
Ao contrário do que eu gostaria de dizer, não sou destemida. Mas não é um defeito, não quando esse medo poderia facilmente ser usado como combustível. E era isso que eu faria.