Em edição.
𝘢𝘤𝘰𝘵𝘢𝘳 / 𝘢𝘻𝘳𝘪𝘦𝘭 𝘧𝘢𝘯𝘧𝘪𝘤
"A mais grande forma de amor se esconde entre sombras e é preciso luz para penetra-las"
Em Prythian, a mágica se entrelaça com lendas, mas uma Corte permanece envolta em mistério: a Corte do Alv...
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ne.pen.te{s.f.} do grego: lit. "que faz desaparecer a dor." ; algo que ajuda a esquecer a tristeza e o sofriemento.
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— Rayna —
Se ser rasgada por garras e quase sangrar até a morte fosse uma bebida, aquele seria o pior porre que ela já tivera, e sua mente se recusava a esquecer o gosto amargo da experiência.
Ela não sabia como, mas estava totalmente consciente durante todo o processo após sua chegada à casa. A percepção do seu corpo era como uma tela vibrante em meio à neblina da dor, e os ecos das batidas do seu coração ressoavam em sua cabeça, espaçadas e agonizantes. Em certo ponto, lembrava-se de ter deixado a dor para trás, quando a ideia da morte a envolveu com um abraço reconfortante. Estranhamente, ela ficou feliz com isso, como se finalmente pudesse escapar de um sofrimento interminável.
A morte parecia acolhê-la de braços abertos, uma promessa de paz e alívio, e tudo era preferível ao líquido negro que saíra da criatura, queimando-a de dentro para fora como ácido em suas veias. Ao menos, aquela criatura lhe oferecera a dádiva de uma passagem sem dor, como um sonho que a levava para longe daquele pesadelo.
Uma paz profunda e indescritível tomou conta de seu ser, uma tranquilidade que nunca pensara ser possível, como se as correntes da dor tivessem sido rasgadas e todas as suas preocupações fossem meras sombras dissipadas pelo vento.
Mas então, seu coração voltou a bater, o fluxo do pouco sangue que lhe restava aumentando, e a dor retornou com um impacto brutal, como se um fio invisível a tivesse cortado em duas, reabrindo feridas que ela pensava curadas.
Agora, com os olhos abertos e a cabeça latejando, ela olhou ao redor do quarto, meio esperando estar de volta em casa com Eve, meio esperando que a escuridão a tivesse consumido de vez. Nunca estivera ali antes, mas conseguia reconhecer a decoração elaborada e detalhada que Feyre havia escolhido, cada item contando uma história que ela não conhecia.
— Você está acordada — ouviu uma voz familiar ao seu lado e virou o rosto lentamente para encontrar Azriel sentado em uma poltrona, a expressão de alívio contrastando com a tensão em seu olhar.
O encantador de sombras parecia exausto, como se as horas tivessem se arrastado enquanto ele a esperava. As sombras sob seus olhos estavam escuras, um reflexo das noites sem dormir que ele havia enfrentado. Os ombros estavam relaxados, mas havia um peso que ele carregava, como se a responsabilidade de mantê-la viva tivesse sido um fardo insuportável.
— Acho que sim. A outra opção seria estar no além nesse exato momento — respondeu ela, a voz saindo mais forte do que se sentia, como uma chama solitária em meio à escuridão.
Os cantos da boca de Azriel se curvaram, tentando esconder um sorriso, mas seu olhar traía uma mistura de preocupação e alívio.
— Então, posso perguntar, eu estaria em seu inferno pessoal ou no seu paraíso?