𝐂𝐡. 𝟑𝟏

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fos

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fos.fe.no {s.m.}: as estrelas e as cores que você tem a sensação de enxergar quando coça os olhos com bastante pressão.




— Rayna —

  A sensação que tenho é que uma bomba acabou de explodir. Meus ouvidos estão chiando, minhas pernas se mantêm firmes por puro desespero. De alguma forma saí da sala do trono e fui levada para um lugar mais reservado, uma mão quente em meu ombro me guiando. Não sabia quem era, a única certeza que eu tinha é que não era Azriel.

  Parceira. Eu era a parceira de alguém. Com toda a certeza agora, sem deixar espaço para dúvidas, eu tinha sentido o laço se firmando dentro de mim. A fina linha tecida de ouro e cravejada de rubis.

  — Você não vai ficar a não ser que ela queira. — a voz de Rhys me tira do lugar em minha mente que estava usando para me esconder, adiando o inevitável. Ele olha para mim, os olhos violetas estão cautelosos.

  Estou prestes a dizer que não quero que o ele fique, que preciso de tempo e espaço, que preciso de Azriel, quando o rei fala algo:

  — Posso ajuda-la a encontrar seu pai. — minha cabeça vira em sua direção. Não quero olhar em seus olhos, não quero olhar para ele, não na frente de Azriel que tenho certeza estar em algum canto da sala com Mor, me observando.

  É engraçado como você só entende verdadeiramente alguém quando a mesma coisa acontece com você. Porque nesse momento entendo a relutância de Elain ao se abrir para Lucien. Sempre romantizei a parceria, acho que ignorei que ela não era um símbolo de amor — eu sabia disso, a mãe de Rhys odiava o pai dele e eles eram parceiros. Mas a ideia de ter alguém feito exatamente para você mantinha algum tipo de esperança brilhando em mim.

  Agora já não tinha tanta certeza disso.

  — Do que você está falando? — me forço a dizer. Meu pai está morto, assim como minha mãe, e se ele acha que pode usar isso como uma forma de aproximação está enganado. Redondamente enganado.

  — Você está procurando por ele, não está? — ele parece genuinamente confuso, quando franze o cenho seu nariz enruga e as sardas na bochecha ficam mais aparentes. Ele é lindo, como todo grão-feérico é. Sua pele é pálida como a minha, os olhos são quase exatamente no mesmo tom de seu cabelo, o mesmo tom de uma moeda de cobre.

  — Do que você está falando? — repito a pergunta impaciente. Será que ele é capaz de sentir a parede que estou colocando entre nós?

  — Você realmente não faz ideia, faz? — nego, vagarosamente. É bem óbvio que não sei. — Sua mãe era filha do Grão-Senhor da Corte Noturna, prometida em casamento ao meu avô. Eu mesmo não acreditei quando me contaram que a herdeira de Corinne estava destinada a ser minha parceira, assim como ela estava a ser do meu avô. Mas sua mãe se apaixonou pelo Grão-Senhor da Corte do Alvorecer, ela ignorou o acordo firmado a séculos e casou com o seu pai.

𝕬 𝕮𝖔𝖚𝖗𝖙 𝖔𝖋 𝕭𝖑𝖔𝖔𝖉 𝖆𝖓𝖉 𝕾𝖍𝖆𝖉𝖔𝖜𝖘 | acotarOnde histórias criam vida. Descubra agora