𝐂𝐡. 𝟓𝟑

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shli

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shli.mazl {s.}:  alguém que nunca tem sorte. 




— Rayna —

O caminho é esburacado embaixo da carroça. Ela é fechada com apenas uma janela com grades de ferro onde consigo ver árvores passando num borrão.

  — Ei, — digo para Azriel, sua cabeça ainda está no meu colo. Não toco nele, porque sei que meu toque vai parecer fogo líquido. — Não durma, ok?

  Seu peito ainda está subindo e descendo, mas tenho medo de que se sua consciência apagar, não tenha mais volta.

  Ele não fala nada e um pavor enche o meu peito. O ar em meus pulmões congela e minha mente fica enevoada.

  — E-estou bem a-aqui. — suas palavras são prolongadas, mas é o suficiente para me fazer afogar em alívio.

  Uma vez, disse que faria de tudo para que eu nunca precisasse sentir aquela dor novamente. Agora, eu daria tudo para que estivesse sentindo novamente.

  — Quando estiver curado, vou chutar sua bunda por ter pulado na minha frente. — falo e seu corpo treme com o que acho ser uma risada. Ou espero ser.

  Todos continuam em silêncio e eu prefiro, porque a outra opção é me dizerem a verdade: não há como curar o veneno de um Sanguíneo. Já havíamos tentado o laço Mizpá, Aeryn havia mordido seu próprio pulso numa tentativa de se conectar com o encantador de sombras.

  Porém, me recuso a aceitar que não haja uma maneira. Sempre existe um jeito e sou ótima em encontrar brechas.

  — Obrigada. — suspiro.

  — Nós estamos nos aproximando. — diz Elise alongando o pescoço para ver o lado de fora pela janela.

  O sol já nasceu. O caminho que faríamos em três dias a pé, levou algumas horas á cavalo.

  Azriel apertou os olhos, os forçando a abrir. Eles estão avermelhados, com uma camada brilhante como se uma parede de vidro os cobrisse. Só consigo pensar em quão forte ele é, eu não conseguia fazer o meu corpo me obedecer quando estava envenenada.

  — Diga a Rhys...

  — Você vai dizer a ele, — o corto. Não sei se posso suportar uma despedida no momento. — vai dizer tudo que quiser a quem quiser quando voltarmos para casa.

  — Rayna, — ele aperta a minha mão, e isso lhe causa dor, posso ver pela ruga no meio de sua sobrancelha. — P-pode ser que...

  — Não, não. — balanço a cabeça. — Não fale isso. — digo novamente.

𝕬 𝕮𝖔𝖚𝖗𝖙 𝖔𝖋 𝕭𝖑𝖔𝖔𝖉 𝖆𝖓𝖉 𝕾𝖍𝖆𝖉𝖔𝖜𝖘 | acotarOnde histórias criam vida. Descubra agora