Em edição.
𝘢𝘤𝘰𝘵𝘢𝘳 / 𝘢𝘻𝘳𝘪𝘦𝘭 𝘧𝘢𝘯𝘧𝘪𝘤
"A mais grande forma de amor se esconde entre sombras e é preciso luz para penetra-las"
Em Prythian, a mágica se entrelaça com lendas, mas uma Corte permanece envolta em mistério: a Corte do Alv...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
a.pod.yop.sis {s.f.} do grego: o ato dedespir alguém mentalmente.
(3/6)
✦
— Rayna —
Rayna sempre achou que morrer fosse a pior coisa que poderia acontecer, mas ver as pessoas com quem se importa morrerem a dilacerava por dentro, como se sua própria vida estivesse sendo arrancada sem compaixão. Aquela perda a condenava a um ciclo interminável de dor e arrependimento, uma angustiante sensação de que, de alguma forma, poderia ter feito algo para evitar aquilo. As lembranças daquela pessoa, uma vez repletas de amor e alegria, agora se tornavam um eco ensanguentado de sua ausência. Como poderia suportar a ideia de ter perdido uma parte tão essencial de sua existência?
Aquela foi a primeira vez que sonhou com a morte de alguém além da sua. O Sanguinea não a estava perseguindo, suas garras não penetravam em sua carne, mas o veneno negro corria nas veias de Azriel, Aeryn, Loren e de todos aqueles que um dia haviam iluminado seu caminho. Seus corpos se afundavam em um mar de sangue, tão imerso que ela mal conseguia distinguir suas formas. Tudo o que podia fazer era assistir, completamente paralisada, enquanto agonizavam em dor insuportável, implorando por sua ajuda, suas vozes entrelaçadas em desespero, como um lamento coletivo que ecoava em sua mente.
Ela estava sentada em um trono construído com o que parecia ser sangue seco, que se esfarelava e caía sobre seus ombros e braços, cada gota uma lembrança do horror. A voz da Rainha da Morte ressoava ao seu redor, zombando de sua impotência. Sua própria voz.
Desesperada, ela tentava gritar, mas a garganta se fechava como se estivesse em uma prisão de silêncio. Não importava o quanto tentasse acordar; seus olhos permaneciam fixos, absorvendo cada instante de sofrimento até que o último corpo parasse de se debater e um silêncio opressivo dominasse o salão desolado, onde não havia formas ou cores, apenas uma escuridão sufocante.
Quando finalmente despertou, seu corpo estava ensopado de suor frio, e lágrimas escorriam de seus olhos como uma torrente implacável. A angústia a empurrou em direção ao banheiro, onde ligou a água e mergulhou na banheira, de roupa, mesmo sem que ela estivesse cheia. Cada respingo era uma tentativa de limpar a sensação de que o suor a tornava uma sombra do que era, como se cada gota a marcasse com a lembrança de uma morte que não poderia evitar. Esqueceu o que era respirar, concentrando-se apenas em se afundar mais fundo, em um desejo desesperado de escapar da realidade.
Dúvidas a assaltavam: será que realmente acordara ou ainda caminhava pelo limbo entre os reinos de seu subconsciente e da consciência?
Ela precisava respirar, tinha certeza disso, mas o pânico a envolvia como uma névoa espessa, obscurecendo sua mente. O desejo de que a dor cessasse era quase insuportável. Conforme a pressão em seu peito se tornava mais leve e sua cabeça flutuava na ausência de oxigênio, ela se permitiu vagar para um lugar onde a dor não existia. Um vazio acolhedor.