Em edição.
𝘢𝘤𝘰𝘵𝘢𝘳 / 𝘢𝘻𝘳𝘪𝘦𝘭 𝘧𝘢𝘯𝘧𝘪𝘤
"A mais grande forma de amor se esconde entre sombras e é preciso luz para penetra-las"
Em Prythian, a mágica se entrelaça com lendas, mas uma Corte permanece envolta em mistério: a Corte do Alv...
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ab.di.to.rium{p.} do latim: Lugar onde você pode desaparecer; local onde se sente seguro.
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— Rayna —
Dor.
Uma dor tão insuportável que tudo ao redor desaparece, deixando apenas a sensação devastadora de agonia pura. Rayna está imersa em um turbilhão de tormento, um sofrimento que consome cada célula de seu corpo como uma onda de fogo que queima sem piedade.
Ela tenta respirar, mas é como se estivesse afogando. Os pulmões se enchem de água invisível, e seu peito parece prestes a explodir com a pressão. Sua pele, outrora pálida, agora parece feita de brasas, como se cada centímetro estivesse sendo queimado até virar cinzas. A dor é tão intensa, tão dilacerante, que parece impossível suportá-la por mais um segundo sequer, mas, de alguma forma, ela continua — viva, porém despedaçada.
E, no meio de toda essa dor, há uma estranha quietude. Ela sente tudo, mas, ao mesmo tempo, não sente nada. Como se seu corpo estivesse se desligando aos poucos, enquanto sua mente flutuava entre o real e o irreal.
Estou morrendo, pensa. A certeza fria invade seus pensamentos. Não é possível sobreviver a isso. Seu corpo está falhando, se rendendo ao trauma. Se ela sobreviver, sua mente, certamente, não permanecerá intacta. Sangue..."Um riso amargo surge em sua mente. Eu realmente traria sangue para Velaris... só não esperava que fosse o meu.
Três dias antes...
— Você pode avisar quando estiver prestes a me jogar de uma montanha? — Rayna resmungou, enquanto seus pés mal tocavam o chão. Seu coração ainda estava acelerado da queda abrupta, e ela teve que lutar para manter a compostura.
Azriel, ao seu lado, lançou-lhe um olhar divertido, seus lábios esboçando um sorriso que não chegava aos olhos.
— Eu poderia. — disse ele, seu tom sugerindo que, mesmo que pudesse, nunca o faria. Ele gostava dessa dinâmica, do controle silencioso que exercia.
Rayna bufou, cruzando os braços com um movimento que traía sua frustração. — Obrigada por quase me matar de susto. — Ela tentou manter o tom leve, mas suas pernas ainda tremiam. — Mas seus serviços não são mais requisitados.
Ela deu de ombros, virando-se rapidamente para se afastar dele. Não fazia ideia de onde estava ou como chegar à biblioteca, mas preferia vagar sem rumo do que depender de Azriel para guiá-la. O orgulho era um escudo que mantinha firme, apesar do nervosismo que crescia a cada segundo.
Não conseguiu dar mais do que dois passos antes de sentir a presença dele ao seu lado, como uma sombra inescapável. Seu corpo rígido e a proximidade dele a fizeram parar subitamente. E foi então que colidiu levemente contra o peito de Azriel, suas mãos pousando automaticamente sobre ele, como se a proximidade fosse inevitável.