Different People » n.h

45.

Sofia's POV

Tinha-se passado 1 mês desde que Louis voltou para Londres e, desde então, nada de muito novo aconteceu. A rotina escolar voltou, e eu tenho passado os meus tempos livres a estudar ou a ler. Neste momento, nós ainda não entramos na época de testes - o que é bom -, então eu agora passo os meus tempos livres a ler, ou então às vezes estou com o Niall, ou com a Filipa e a Maria, ou então, simplesmente, estamos todos juntos.

Durante este mês, a minha relação com o Niall ficou melhor, muito melhor até. Nós já não temos aquelas constantes discussões, como tínhamos; temo-nos conhecido melhor; temos passado o máximo de tempo juntos. Acho que agora somos oficialmente um casal de namorados normal. Já fazemos coisas como os outros.

A relação de Zayn e Filipa, durante este mês, ficou, sem duvida, muito mais forte. Ao início, parecia que Filipa era muito insegura com tudo o que eles tinham, e pensava que tinham começado tudo cedo demais, mas, agora, tudo está calmo.

No entanto, enquanto está tudo muito bom para outros, está tudo mau para outros. Custa-me imenso ver Maria do jeito como ela está. Ela anda triste, perdida, sozinha e agora isola-se de tudo e todos. Parece que perdeu a razão de viver, não sei. Antes, ela era toda para a frente, andava sempre feliz e tudo lhe corria bem. Agora, nada se compara; Ela anda tão mal, e custa-me imenso ver uma das minhas melhores amigas deste jeito. Um jeito que nem eu própria sabia que era capaz de habitar num ser como a Maria.

Eu tenho, logicamente, falado com Louis. Ao fim do dia, que quando é mais convincente para ambos, nós costumamos fazer vídeo-chamada, e aí, normalmente, eu conto-lhe como estava a Maria naquele dia, e nós falamos de coisas sem sentido, também. Normalmente, eu tento sempre que o assunto 'Maria' não seja puxado ao de cima, porque eu sei que Louis irá ficar mal consigo próprio se eu lhe contar como ela anda. Mas, claro, persistente e chato como o meu primo é, faz-me sempre contar-lhe como ela estava. Num dos primeiros dias, quando eu lhe contei como Maria estava, ele chegou até a chorar. Ele acha-se o culpado por tudo isto que está a acontecer com Maria. Ele não tem culpa, eu acho. Ela não tem culpa de se ter apaixonado por um rapaz de Londres, e ele não tem culpa de se ter apaixonado por uma rapariga de Portugal.

- " Amor, tu estás, por acaso, a ouvir alguma coisa do que eu estou a dizer? " - Niall pergunta, elevando um pouco o seu tom de voz.

- " Desculpa, estava um pouco distraída. "

- " Pois, eu percebi. " - ele dá uma pequena gargalhada.

Neste último mês, Niall tem vindo a sorrir muito mais. Antes, os seus sorrisos eram bastante falsos, e as suas gargalhadas eram, sem dúvida, das mais cínicas que existem. Eu acho que o facto de eu e ele namorarmos o ajudou um pouco a ultrapassar - ainda mais - este assunto todo da morte da sua mãe. Nós, às vezes, costumamos falar das nossas mães, e claro que nessas conversas acabamos ambos em lágrimas mas, no fundo, sabe bem falar sobre isto com ele, e sabe bem também ouvir o que ele diz. No fundo, isto relaxa-nos.

- " Mas, o que estavas a dizer, mesmo? "

- " Eu estava a dizer que tinha fome. "

- " Oh, tudo bem, eu vou pedir à dona Ana para prepara algo para lancharmos. " - eu digo.

- " Queres que eu vá contigo? " - ele pergunta.

- " Não é preciso, deixa. " - eu digo, abandonando o meu quarto. Eu desço para o piso de baixo, e acabo por encontrar dona Ana virada de costas para mim, a meter algo num tabuleiro. - " Dona Ana. " - eu chamo a atenção da senhora, fazendo ela dar um salto, com o susto.

- " Ai, menina, assustou-me. " - ela mete a mão ao peito.

- " Desculpe. Não era a minha intenção. "