Sofia's POV
« (...) Porque as flores são coloridas e as folhas verdes? Porque as flores não são verdes e as folhas coloridas? Tantos porquês que não podemos responder por mais que avançada que seja a ciência esses porquês não podem ser respondidos. Essas respostas permanem ocultas. »
Fecho o livro, e coloco-o em cima da mesa-de-cabeceira. Aconchego-me melhor na minha cama, e fecho os olhos.
Tentei imaginar folhas coloridas e flores verdes. Seria estranho. A Natureza perderia um pouco da sua cor, pelo menos eu acho-o. E os porquês? Porque existerão eles? Para nos baralhar ainda mais a cabeça? Sim. Decerto para fazerem isso.
(...)
- " Menina, já não devia de estar a tomar o pequeno-almoço? " - dona Ana, a minha empregada, pergunta do lado de fora do quarto.
- " Eu vou já. " - respondo, calçando a minha ultima sapatilha all star. Guardo o meu telemóvel dentro da mala e meto-a ao ombro. De seguida, pego nos meus livros. Desço as escadas, e coloco as minhas coisas no sofá da sala de estar. Vou para a sala de jantar, onde encontro o meu pai e a minha madrasta sentados à mesa. Sento-me no meu habitual lugar, e dona Ana serve o pequeno-almoço (sumo de laranja natural e torradas). - " Pai, podes-me levar à escola? " - eu peço. - " É que já não vou a tempo de apanhar o autocarro. "
- " É claro, querida. " ele diz, limpando a sua boca. - " Temos é de ir já, porque eu também já estou um pouco atrasado. " - o meu pai esclarece.
Eu assinto, e limpo a minha boca com o guardanapo. Despeço-me de dona Ana e de Beatriz, a minha madrasta, e saio de casa, juntamente com o meu pai.
O caminho até à escola é feito em total silêncio.
Na verdade, eu não sabia muito bem o que dizer. Há muito tempo que eu e o meu pai não ficavamos fechados num compartimento, sozinhos. Desde que a minha mãe morreu que eu e ele nos afastámos. Ele continua a culpar-se pela morte da minha mãe, e eu acho isso errado. A minha mãe morreu porque Deus a queria lá em cima, não por culpa do meu pai. A minha mãe já se encontrava muito doente, e o meu pai não poderia fazer nada para que ela sobrevivesse. Alias, nem os médicos, nem os tratamentos, nem os medicamentos. Nada. A minha mãe tinha apenas mais 3 meses de vida.
Uma lágrima escorreu-me pelo canto do olho, e rapidamente tratei de a limpar. O meu pai não me podia ver a chorar.
- " Chegámos. " - o meu pai anuncia, e olho pela janela do carro, vendo Maria, Filipa e mais outro rapaz, que eu não sei quem é, à porta da escola. - " Boas aulas. " - ele deseja antes de eu sair do carro. Caminho até perto das minhas melhores amigas, e cumprimento-as.
- " Sofia, este é o Zayn. Zayn, esta é a Sofia. " - Maria apresenta-nos e damos dois beijos na cara, como forma de cumprimento.
Zayn é um rapaz alto, com o cabelo escuro e despenteado, com olhos cor de caramelo, e tem a barba um pouco por fazer. No seu corpo, estão umas calças de ganga, uma t-shirt branca, uma camisa aos quadrados brancos, azuis e castanhos claros e umas sapatilhas all stars brancas sujas nos pés. Tenho de admitir, Zayn é um rapaz bastante atraente.
Quando toca, dando sinal de que vamos entrar para a aula de Português, nós os quatro caminhamos para junto da sala onde íamos ter a aula. Quando lá chego, recebo uns sorrisos de alguns colegas, em forma de cumprimento, aos quais eu sorrio de volta. A professora chega, fazendo com que nós entremos na sala. Caminho para o meu lugar, no fundo da sala, e tiro as minhas coisas.
- " O menino Malik pode-se sentar ao pé da menina Filipa e o menino Horan pode-se sentar ao pé da menina Sofia. " - a professora de Português avisa, apontando para cada uma de nós.
Automaticamente, eu levanto o meu olhar do caderno e com o olhar procuro o tal Horan. Vejo um rapaz todo vestido de preto a aproximar-se da minha mesa, e a sentar-se nesta, de seguida. Vejo-o a tirar um caderno e o estojo. - " Menino Malik, venha para aqui, para a frente, apresentar-se. " - ela manda, e Zayn assente.
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Different People » n.h
Fanfiction" Cada sonho que você deixa para trás, é um pedaço do seu futuro que deixa de existir. "