Different People » n.h

53.

Sofia's POV

- " Niall. " - eu chamo-o, olhando para a parede à minha frente.

Nós estamos os dois deitados na sua cama, enquanto fazemos pequenas carícias um ao outro.

- " Hm. " - ele tira os olhos da televisão do seu quarto, olhando para mim.

- " Podes-me explicar o propósito dos anjos? " - a minha voz sai como um murmúrio. Niall mexe-se desconfortável em cima da colcha da sua cama. Ele olha para mim, enquanto deixa escapar um suspiro por entre os seus lábios rosados. - " Tudo bem se não quiseres contar, eu só estou demasiado curiosa desde a primeira vez que eu vi a porra daqueles desenhos. "

- " Eu conto. " - ele acaba por dizer, sendo acompanhado por um suspiro. - " Então, hm, aqueles anjos eram suposto serem a minha mãe e o meu pai. " - ele começa. Era suposto? O quê? Já não são? - " Acho que, desde que te conheci, eles começaram a ter outro significado. "

Não me digam que... Oh, meu Deus!

- " Então, tu estás a quero dizer que um deles sou eu e o outro és tu? "

- " Eu comecei a desenhar anjos negros e anjos normais desde que a minha mãe se suicidou, e ao princípio, o anjo negro representava o meu pai, por ele ser mau, duro, cruel, bruto e tudo mais com a minha mãe. E o anjo normal representava a minha mãe, por ela ser uma mulher pura, sensível, doce e amável com tudo o que lhe aparecia à frente. " - ele diz. Nós os dois continuamos deitados, só que agora eu tenho a minha cabeça no seu colo. Os nossos dedos estão entrelaçados, e Niall com a sua outra mão vai mexendo no meu ondulado cabelo. - " Quando eu te conheci, tudo mudou. Eu era rude, bruto, frio e antipático contigo. Tu eras doce, querida e simpática comigo. És uma rapariga pura e sensível, como ela era. " - ele suspira. - " Então, eu acho que a minha cabeça se confundiu um pouco. " - ele encolhe os ombros. - " E depois eu comecei a fazer anjos em que um deles era eu e o outro eras tu. "

- " Apesar de isso ser estranho, eu acho querido. " - eu acabo por dar a minha opinião.

É verdade. Apesar de eu achar esta coisa dos anjos estranha, eu acho querido. Quer dizer, talvez querido não seja o melhor adjetivo que qualifica estes desenhos, ou até mesmo o que eu sinto neste momento.

Eu não estou chateada por ele me representar em formato de um anjo, eu só estou surpreendida. Nunca ninguém me tinha feito tal coisa (nem mesmo parecida). Eu acho que apenas me sinto esquisita.

- " Desculpa. " - ele suspira.

- " Não tens de pedir desculpa por nada, a sério. " - eu elevo o meu olhar, encontrando o seu olhar. - " Será que posso ficar com o anjo que me representa? " - eu pergunto, fazendo Niall arregalar os olhos. - " Tudo bem se não me o quiseres dar, eu entendo. Foste tu que o desenhaste, o desenho é teu. "

- " Podes ficar com ele. " - Niall sorri. - " Na verdade, eu adorava que ficasses com ele. "

(...)

Depois de eu ter saído da casa de Niall, um pouco antes da hora de jantar, eu caminho para a minha casa, onde eu tinha combinado com Filipa e Maria. Eu tinha-lhes perguntado se eles queriam ir lá jantar, e elas rapidamente concordaram. Provavelmente, nós vamos acabar por encomendar pizza, como sempre acontece cada vez que vamos jantar à casa uma das outras, e os nossos pais não se encontram em casa.

Quando eu chego a casa, rapidamente caminho para o meu quarto, e preparo as coisas para o dia de amanhã.

A semana está quase a chegar ao fim, e eu não me podia sentir mais aliviada por isso. A escola mata-me, mas eu sei que no fim vou ter uma recompensa por todos estes anos de esforço.

Eu ouço a campainha lá em baixo, e rapidamente desço. Ao abrir a porta encontro o homem das pizzas. O rapaz tivera chegado tão cedo, pois um pouco antes de eu ter saído de casa de Niall (e depois de ter perguntado a Maria e a Filipa se queriam vir cá jantar), eu telefonei para a pizzaria para encomendar o nosso jantar.

- " Obrigada. " - eu digo, depois de o rapaz me dar as duas caixas das pizzas para as mãos. - " Aqui tem, e pode ficar com o troco. " - eu digo, dando uma nota de vinte ao moreno. Ele sorri.

Eu fecho a porta, e ando até à cozinha. Eu coloco as caixas das pizzas em cima do balcão, e tiro os talheres, os pratos e os copos de dentro do armário. Coloco-os em cima da mesa, e vou até ao frigorífico onde acabo por tirar a garrafa da Cocacola.

Depois de tudo já estar pronto, eu caminho até ao meu quarto mas, quando ia já a entrar no mesmo, a campainha volta a tocar, e eu sou obrigada a descer.

Eu abro a porta às minhas duas melhores amigas, e logo sou recebida com um sorriso vindo de cada uma.

- " Hey. " - Maria diz, entrando. - " Onde está a pizza? Estou cheia de fome. " - ela diz, fazendo com que eu e a Filipa soltássemos uma gargalhada.

- " Olá. " - Filipa diz, dando-me um beijo na bochecha.

- " Está tudo na cozinha. " - eu aviso Maria, quando a vejo a caminhar para a sala de jantar. A loira assente, e caminha para o sítio que eu lhe indiquei. Eu e Filipa seguimos Maria, e sentamos-nos à mesa.

- " Encomendas-te a de queijo e fiambre para mim, certo? " - Maria certifica-se.

Um dos defeitos de Maria é só gostar de pizzas de queijo e fiambre. Meu Deus, ela nem sabe o que perde por não comer das de galinha.

- " Sim. É a caixa mais pequena. " - ela assente, e logo trata de abrir a caixa, e tirar uma fatia para ela.

(...)

- " Então, mas Sofy, qual foi mesmo a razão de nos teres convidado para vir cá jantar? " - Maria pergunta, enquanto se senta no sofá mais pequeno na sala de estar. - " De certeza que não foi por te ter apetecido. " - ela ri.

- " Bem, na verdade, até há algo. " - eu digo. - " Lembram-se daqueles anjos que eu vos contei que o Niall desenhava na aula de Desenho? " - elas assentem. - " Eu já sei o significado deles. "

- " E então? Oh, meu Deus. " - Maria parece um tanto... Excitada?

- " O Niall disse-me que antes de ele me conhecer, os anjos eram os pais dele, mas depois de ele ter entrando para a nossa turma, os anjos ficaram a ser eu e ele, entendem? "

- " Então, isso quer dizer, obviamente, que o anjo negro é o Niall e o anjo normal és tu? " - eu assinto à pergunta de Maria.

- " Mas porquê um anjo negro? " - Filipa parece um tanto confusa.

- " Segundo o que ele me disse, tem a ver com a sua personalidade. Com o facto de ele ter sido rude, frio, antipático e estúpido comigo. "

- " E tu o anjo branco por seres querida, simpática, sensível, doce... " - Filipa diz, fazendo-me assentir.

- " Eu acho isso estranho. " - Maria diz, encolhendo os ombros.

- " Mas e tu Sofia, o que achas disto? "

- " É estranho, mas, de certo modo, até acho querido, não sei. "

- " Tu não achas que isso pode significar mais alguma coisa? " - Filipa pergunta, fazendo-me olhar para ela, com uma sobrancelha levantada.

- " Como assim? "

- " Não sei.. Eu apenas disse aquilo por dizer. Acho esta conversa dos anjos muito estranha, só isso. "

- " Não lhe ligues, Sofia. Já sabes que as teorias da Filipa estão sempre erradas. " - Maria ri.

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Olha, okay, eu demorei um tempão só para escrever esta merda. Não fazia a mínima ideia do que escrever depois de o Niall lhe ter dito aquilo dos anjos, então, olha, prontos, saiu isto.

Espero que, de qualquer das formas tenham gostado.