50.

790 76 17
                                    

Sofia's POV

Este jantar estava a ser realmente divertido. Niall tinha preparado carne à bolonhesa, e eu tenho de admitir que aquilo estava realmente bastante bom. Não imaginava que este ser sentado à minha frente poderia ter tanto jeito para a cozinha.

- " Pensava que te tinhas esquecido. "- eu sussurro suficientemente alto para que Niall me consiga ouvir.

- " Bem, era isso que eu queria que parecesse. " - ele ri. - " Desculpa aquela coisa de manhã quando perguntaste que dia era, e eu apenas respondi a data de hoje. "

- " Oh, não faz mal. " - eu encolho os ombros. - " Nós estamos bem, agora. " - eu sorrio.

- " Mas eu não me esqueci, bebe. " - ele diz, pegando na minha mão e entrelaçando os nossos dedos. Eu sorrio perante as suas palavras e o seu gesto. - " E eu tenho uma surpresa, mas agora deixa-me falar. "

- " Outra? Teres feito isto já é muito bom. " - eu interrompo o irlandês.

- " Deixa-me falar. " - eu rio. - " Obrigada por estes meses fantásticos. Foram três meses que eu nunca esperei que alguma vez fosse ter. Eu pensei que nunca fosse voltar à minha personalidade antiga depois do que o meu pai fez à minha mãe, mas, no entanto, aqui estou eu, quase a declarar-me. " - ele ri. - " Eu peço desculpas também por como te tratei quando cheguei à escola. Eu ainda estava revoltado com tudo o que se tinha passado. Quer dizer, de certa forma, eu ainda estou, mas parece que agora estou mais aliviado de tudo aquilo. " - ele faz uma pausa - " Tu apareceste e eras idêntica à minha mãe. Eu vi todas as minhas armaduras a baixarem assim que te vi. Tu eras igual a ela, como é que era suposto eu reagir a isso? Então, eu tive de ser rude, estúpido, frio e tudo mais contigo. " - ele suspira. - " Mas a menina Sofia é uma miúda muito irresistível, então a personalidade rude do menino Niall foi-se toda à vida, e voltou a personalidade antiga, e eu agradeço-te por isso. " - ele diz. - " Eu nunca fui de namorar, e tu já sabes disso. Eu tinha aquelas curtes com umas quantas raparigas, mas nunca passava para além de beijos e às vezes sexo. " - eu arrepio-me ao ouvir as suas palavras.

- " Tu perdeste a virgindade com uma qualquer? " - eu pergunto, não conseguindo esconder a minha curiosidade. Ele assente. - " Como foi? "

- " Foi no dia em que a minha mãe se suicidou. " - ele suspira. - " Eu tinha fugido de casa, e refugiei-me num bar, mais na bebida, mas okay. Uma rapariga começou a meter-se comigo. Eu era um miúdo com as hormonas todas aos saltos, e naquele momento eu também não estava em mim. Eu estava de rastos por ela me ter deixado, estava irritado por tudo o que o meu pai lhe tivera feito e eu não ter conseguido impedir. Eu não estava em mim, e depois aquilo aconteceu. " - ele encolhe os ombros.

- " Custou-te? "

- " Se doeu? " - eu assinto. - " Aos rapazes não dói assim tanto como dói às raparigas, mas acho que acaba por custar um bocado, também. " - ele diz. Nos minutos seguintes, nós mantemo-nos calados. Eu não tenho nada a dizer, então, prefiro manter-me calada.

Eu acho que por um lado até o compreendo. Ele estava mal, e na aquela altura era provável ele querer refugiar-se em algo. Neste caso, ele refúgio-se na bebida, no álcool. Pode não ter sido a coisa mais indicada, mas naquela altura, para ele, se calhar foi o melhor.

Tal como Niall disse, ele era um miúdo com as hormonas aos saltos, e tudo o que queria era um pouco de diversão. É normal. O Louis, quando tinha aquela idade, também era assim, eu lembro-me. Uma vez, quando eu fui a Londres, e ele tinha 15 ou 16 anos, ele chegou podre de bêbedo a casa e, no dia seguinte, a única justificação que deu à mãe por tal acontecimento foi: "foi a estúpida da Sky". A razão do Louis não se pode comparar à do Niall, porque são bastantes diferentes, mas isto do Louis acaba também por ser um exemplo.

Different People » n.hOnde histórias criam vida. Descubra agora