3.

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Sofia's POV

- " Vives sozinho com a tua avó e com a tua irmã? " - eu pergunto a Niall, enquanto subimos as escadas que vão dar acesso ao seu quarto.

- " Não tens nada a ver com isso. " - ele responde rude, já dentro do seu quarto. Antes de entrar no seu quarto, eu hesito um pouco, mas depois acabo por fazê-lo. - " Podes puxar essa cadeira para ao pé da secretária. " - ele diz, e eu assinto. Ele senta-se ao meu lado, e de seguida liga o computador. Enquanto ele trata de arranjar as coisas para o trabalho, o meu olhar percorre o seu quarto. Não há muita coisa que se diga sobre o mesmo. Paredes pretas, cadeiras pretas, cama e o seu edredão preto, secretária preta. Resumindo, todo o seu quarto é preto. Nas paredes encontram-se umas quantas molduras, mas há duas que me captam à atenção. Numa está uma mulher, um homem e uma criança. Eu julgo ser os seus pais e Niall, mas não sei. A criança está demasiado feliz, demasiado 'viva', e Niall é exatamente o contrário. Triste, 'morto'. Na outra, é uma fotográfia de Niall, todo vestido de preto, com umas assas pretas e uma auréola. Um anjo? Um anjo negro? Outra vez a imagem de um anjo? - " Hey, Sofia. " - chama-me a atenção, e eu olho para ele.

- " Hum? Desculpa, estava distraída. " - desculpei-me, e ele rola os olhos.

- " Vamos começar? " - ele pergunta, e eu assinto. Ele procura o tema na internet, abre o Word, e assim começamos a fazer o trabalho.

(...)

São 18:30h e eu e o Niall estamos quase a terminar o trabalho. Para ser sincera, eu não estou a fazer nada do trabalho, pois estou mais interessada naquelas fotografias do que no mesmo. Quando Niall me pergunta algo à cerca do trabalho, eu limito-me a assentir. Sinceramente, acho que estou a dar demasiada importância a duas fotografias. Mas, no entanto, a curiosidade de saber quem são aquelas pessoas e o porquê de um anjo negro é muita.

- " Niall, quem são as pessoas desta fotográfia? " - eu pergunto-lhe, apontando para a mesma.

- " Não tens nada a ver com isso. " - ele responde bruto.

- " Hm, os teus pais? " - eu pergunto, e ele olha-me duma forma triste.

- " Eles são médicos, mal tempo têm para estar em casa. " - ele simplesmente responde, e eu assinto. Ele continua a fazer o trabalho, e eu faço um enorme esforço para me concentrar no mesmo mas, mesmo assim, a minha atenção para na fotográfia do suposto anjo negro. Será que lhe devia perguntar?

- " Niall, porquê um anjo negro? " - eu pergunto, e ele olha-me com uma expressão confusa. - " Sim. Porquê um anjo negro? Quem é? " -eu volto a perguntar, mas desta vez aponto para a fotográfia.

- " PORRA, SOFIA! " - ele grita, batendo com os punhos na secretária. Eu encolho-me toda com o medo que neste momento nutro por ele. - " NÃO TENS NADA A VER COM A MERDA DO ANJO. NEM TU, NEM NINGUÉM. " - ele grita de novo.

- " Desculpa. " - eu peço num sussurro, fazendo um grande esforço para não chorar. Nestas situações eu sou muito sensível. Sempre fui, e esta não será uma exeção. Muito atrapalhadamente, arrumo as poucas coisas que tinha tirado de dentro da mala, e saío dali o mais rápido possível.

Mas, afinal qual é o problema deste rapaz? Eu só lhe fiz uma pergunta insignificante. Qual era o mal de ele me dizer o porquê de um anjo? Sinceramente, eu não entendo. Não vejo o mal de perguntar tal coisa. É uma pergunta como as outras.

Quando estava a sair do quarto de Niall pude ouvir um choro. Será que era o dele? Não, não pode ser. Ele é bruto, frio, rude. E essas pessoas não têm sentimentos, logo não podem chorar.

Sem me dar conta, já estava à porta de minha casa. Afinal a casa dele não é muito longe da minha. Provavelmente, são dois quarteirões a pé. Abro a porta de casa, e ando até à sala de estar, onde encontro o meu pai e a minha madrasta sentados no grande sofá a ver televisão.

Different People » n.hOnde histórias criam vida. Descubra agora