2.

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Sofia's POV

- " Vá, meninos, façam pouco barulho. " - a professora de Biologia pede, enquanto faz a chamada. - " Meninos e meninas, tenho um comunicado a fazer-vos. " - ela anuncia, e todos os alunos presentes dentro da sala se calam. - " Vocês, em pares, irão fazer um trabalho sobre o crescimento, a renovação celular e a reprodução. " - a professora informa.

- " E podemos escolher os grupos? " - Gonçalo, um rapaz que se senta uma mesa à frente da minha, pergunta.

- " Não, não podem. " - ela nega, e da boca de todos os alunos saiem aqueles 'ohh', de descontentamento. - " Eu faço os grupos. " - declara. - " Gonçalo, tu ficas com o Luís (...) Maria, tu ficas com o João, Zayn, tu ficas com a Filipa, e por fim, Sofia, tu ficas com o Niall. " - a professora faz os grupos e, no final, todos assentem. Toda a gente ficou com pares de jeito, e aqui a Sofia ficou com o rapaz frio e rude. Eu ja estou mesmo a ver o filme todo: irei ter de fazer o trabalho sozinha. - " Juntem-se, agora aos vossos pares, e começem a organizar o trabalho. Mas, atenção, o trabalho irá ser feito em casa. " - a professora diz, e todos assentem.

- " Hey, Niall. " - eu chamo-o à atenção, visto que ele estava no mundo da lua. Ele vira a cara para mim, de forma a dar-me incentivo de falar. - " Podes ir à tua vida, eu faço o trabalho. Não te quero incomodar. De certeza que tens coisas mais importantes para fazer do que um estúpido trabalho de Biologia comigo. " - eu digo, encolhendo os ombros.

- " Mas, tu estás-te a passar ou quê? " - ele pergunta num tom ofendido. - " Mas por acaso eu disse para fazeres o trabalho sozinha? " - ele pergunta novamente.

- " Hum. " - eu falo envergonhadamente. Na verdade, a minha opinião à cerca dele estava errada. Ele afinal irá fazer o trabalho. - " Desculpa, é que eu pensei que uma pessoa como tu não se importassem com a escola. " - eu desculpo-me, dando de ombros.

- " Pois, mas na verdade, importo-me. " - ele diz rudemente.

- " Prontos, ok. Já não está cá que falou. " - eu digo, ignorando o facto de ele ter falado comigo num tom rude, novamente. - " Quando te dá mais jeito fazer o trabalho? " - eu pergunto, tentando meter um ambiente mais 'saudável' entre nós.

- " Podemos fazer depois da escola, como como não temos aulas à tarde, e podíamos fazer em minha casa. " - ele sugere, e eu assinto. - " Está bom para ti? "

- " Sim, ótimo. So tenho de dizer ao meu pai. " - eu digo, dando um pequeno sorriso, e ele apenas assente. Já percebi que nunca irei ter um sorriso vindo da sua parte. O som da campainha soa, dando fim à segunda aula do dia.

- " Bem, meninos, quero que entreguem os trabalhos na próxima aula. " - a professora informa, antes de nos deixar sair, e todos assentem.

Quando saio da sala, Maria e Filipa já se encontram cá fora à minha espera. Como sempre, caminhamos para o bar. Ao entramos lá, uma coisa me surpreendeu: Niall não está sozinho. Está com Zayn. Involuntariamente, eu sorrio, por saber que afinal ele tem amigos, e que não é tão solitário como aparenta ser.

- " Tu tens cá uma sorte, Sofia. " - ela bufa, irritada, sentando-se numa das cadeiras do bar. - " Ficas sempre com um bom par. " - ela contiunua, e eu apercebo-me do que ela está a querer dizer. Ela queria ficar com o Niall.

- " Pois. " eu gozo com ela. Maria volta a supirar irritada. Eu não sei o que ela tem contra o João, o seu par. Ele é uma rapaz simpático, inteligente, amigo. Não percebo o porquê de tanto drama de ter ficado com o João e o porquê de tanta inveja por eu ter ficado com o Niall. Apesar de ser frio, rude, Niall é um rapaz como os outros.

Ou não.. .

- " Mas, já te estou a avisar, ele é meu. " - ela diz. Ugh, como se eu quissese ficar com ele. Eu suspiro, ignorando o aviso dela.

- " Bem, vamos andando para a sala, que deve de estar quase a tocar. " - Filipa sugere, e tanto eu, como Maria assentimos. Caminhamos para a sala onde vamos ter aula de Português e, por nossa grande sorte, a professora estava a abrir a porta, quando chegámos ao início do corredor. Despachamo-nos a andar, e quando chegamos ao pé da porta entramos.

- " Bom dia. " - a professora, Alice, cumprimenta, metendo a sua pasta em cima da sua secretária.

- " Bom dia. " - eu retribu-o o cumprimento, e todos os olhares caiem em mim numa forma especada. - " Sou educada. " - eu digo, e todos suspiram, encolhendo os ombros.

(...)

O toque da campainha acabara de anunciar o final das aulas, por hoje. Eu arrumo as minhas coisas, o mais rápido que consigo, mas, como sempre, fui a última a sair da sala. Quando saio da sala, encontro um Niall encostado à parede.

- " Fogo, que lerda. " - ele ofende, quando me aproximo dele. - " Estava a ver que te tinha de ir buscar à sala. " - ele suspira, enquanto dá uma gargalhada sarcástica.

Penso em pedir-lhe desculpa pela minha demora, mas não o vou fazer. Ele não merece o meu perdão. Aliás, nós nem somos nada para lhe pedir desculpas. Simplesmente, somos colegas de turma.

- " Vamos demorar muito a chegar a tua casa? " - pergunto, já fora da escola.

- " Uns vinte minutos a pé. " - ele responde, e eu assinto. Passamos grande parte do caminho calados e, na minha opinião, era um pouco constrangedor. - " Que queres ser quando fores mais velha? " - ele finalmente fala.

- " Não sei. Tenho muitas coisas em mente. " - eu respondo. - " E tu? "

- "'Tambem não sei. " - ele responde de volta, e eu assinto. - " Bem, chegámos. " - ele informa, e eu assinto. Diante dos meus olhos encontra-se uma grande casa, pintada de amarelo, com imensos arbustos. - " Entra. " - ele diz, abrindo o portão de sua casa. Imediatamente, vejo uma criança a gritar pelo nome 'Niall', e a correr na nossa direção. - " É a minha irmã. " - ele informa, sorrindo. Um sorriso sincero, orgulhoso, lindo. E aí eu percebi. A irmã dele é a coisa mais importante para ele.

- " É tão linda. " - elogio. Na verdade, ela é mesmo. Olhos azuis, cabelo loiro. Muito parecida com o Niall, para ser sincera. - " Posso? " - pergunto, baixando-me, de forma a poder pegar-lhe ao colo. Olho para Niall e ele simplesmente assente. - " Como te chamas, pequenina? " - pergunto, entrando dentro da sala de estar.

- " Constance. " - ela tenta dizer, e pelos vistos consegue.

Niall's POV

E aqui estou eu. Em minha casa. Onde, pela primeira vez, trago cá uma rapariga. É estranho dizer isto, mas é verdade. Sofia é a primeira rapariga que eu trago cá, desde que estou em Portugal. Eu já estive com várias raparigas, para ser sincero, mas eram só curtes e coisas de uma noite.

Eu mantenho-me imóvel, sentado no sofá, a ver Sofia a brincar com a minha irmã. Isto é um pouco estranho. Constance não se apega tanto a pessoas que não conhece, mas, no entanto, parece gostar de Sofia. A minha mãe antes de... A minha mãe tinha ensinado Constance a não dar muita confiança aos estranhos, mas parece-me que Constance deve ter achado Sofia especial, assim como era a nossa mãe. Especial, amiga, com um coração frágil, mas sincero.

- " Já chegaste, meu neto? " - a minha avó pergunta, entrando na sala.

- " Sim, acabei de chegar. " - eu informo. - " Avó, pode meter mais um prato na mesa, a Sofia vai almoçar connosco. "

- " Oh, não. Eu não quero incomodar. Eu vou comer ao café no outro lado da rua, e depois venho. " - ela diz, envergonhada.

- " Oh, é que nem pensar, filha. " - a minha avó diz. E, novamente, eu surpreendo-me pelo facto de a minha avó lhe ter chamado de 'filha'. - " Não incomodas nada. "

- " Então, sendo assim eu fico. " - ela sorri, timidamente.

- " Bem, vamos andando, que o almoço já está pronto. " - a minha avó dá-me um sorriso.

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Hey!!

Espero que tenham gostado deste segundo capítulo. O que acharam?

(A rapariga ao lado é a Filipa. Ela é a Sierra Whitesides, a minha cunhada, irmã do meu namorado, o Jacob Whitesides. Sonho alto, eu sei)

Até ao próximo

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