38.

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Sofia's POV

- " Achas que o próximo ano será o nosso ano? " - eu pergunto a Niall.

Ele está deitado na minha cama, de pernas esticadas, e eu estou com a minha cabeça no seu colo. A minha cara está de modo a ficar a olhar nos seus lindos olhos.

- " Eu não sei. Talvez? " - ele encolhe os ombros. - " E tu? Achas? "

- " Não sei. " - eu suspiro. - " Não há propriamente um ano para o casal, se eles tiverem de ficar juntos irão ficar, mesmo que seja só alguns anos depois. "

- " É, tenho de concordar contigo. " - ele dá-me um pequeno sorriso. - " Ás vezes há pessoas que estão destinadas a ficar juntas, outras não, mas mesmo que não estejam elas podem continuar a ser simplesmente amigas. "

- " Sim, exato. " - eu concordo com ele. - " E se nós tivermos destinados a ficar juntos, iremos ficar, seja amanhã ou depois ou até mesmo só daqui a cinco anos. Na vida, toda a gente encontra o seu verdadeiro amor, e se não fores tu, um dia, eu irei encontrar o meu. "

- " És realmente uma pessoa incrível, Sofia. Tens sempre resposta para tudo, solução para tudo. Queres sempre o bem das pessoas, mesmo das que te deseja mal. Nas alturas em que nós não nos dávamos lá muito bem, tu estavas sempre interessada nos meus problemas e mesmo que eu te respondesse mal tu ías atrás, e eu admiro essa tua persistência. "

- " Sabes, no fundo, eu sabia que tu não eras assim tão má pessoa. Ninguém é mau. Ás vezes acontecem coisas que nos fazem ser assim, ou pensar que somos isto ou aquilo, ou que devemos só fazer porcarias. Eu sabia que tu tinhas o teu lado querido, simpático, e hoje, aqui está ele, comigo. "

- " E eu agradeço-te por me teres feito ver as coisas de outra maneira. " - ele agradece. Eu sorrio. - " Eu estava muito mal por causa da morte da minha mãe. Já tinha sido a algum tempo, mas eu continuava derrastos. Eu só queria ir ter com aquele homem e partir-lhe a boca toda, e fazê-lo sofrer como ele fez com a minha mãe. Ele deveria de sentir na pele tudo o que ela sentiu por culpa dele. "

- " Não digas isso do teu pai. "

- " Ele não é meu pai, nem nunca será. O que ele fez é imperdoável. "

- " Afinal o que aconteceu assim de tão grave entre o teu pai e a tua mãe? " - eu pergunto, tirando a cabeça do seu colo. Eu sento-me de pernas-à-chinês, ao seu lado. Eu encaro-o.

- " Ele abusou da minha mãe. Ele batia-lhe, abusa sexualmente dela. A Constance foi um abuso. A gravidez de Constance não estava propriamente programada. A minha mãe aguentou nove meses para que Constance nascesse e depois suicidou-se. " - no final do seu discurso, a minha única reação é choque.

Eu estava, literalmente, chocada com o que Niall me acabara de contar.

A pequena Constance foi fruto de um abuso sexual. O pai de Niall batia e abusava sexualmente da mãe do mesmo. E mãe dele suicidou-se por causa disso.

Eu nem quero saber por o que ele passava, e por o que ele passou após a morte de sua mãe. Ele deve de ter passado por um situação horrível, e eu gostava de ter estado nessa altura com ele. Ele deve de ter passado os piores dias da vida dele, e eu lamento imenso por ele ter passado por isso.

E talvez esta seja a verdadeira razão de ter sido/ser por vezes bruto, arrogante, rude comigo e até com outras raparigas: ele herdou alguns aspetos do pai. Não os melhores, mas herdou. Mas eu sei que, por mais bruto, rude, arrogante que Niall possa ser ele nunca iria bater numa mulher, porque se ele fizesse isso iria estar-se a pôr na pele do seu pai em relação à sua mulher e segundo o que eu percebi, ele só quer matar o pai por tudo o que fez à sua mãe.

Different People » n.hOnde histórias criam vida. Descubra agora