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Josh Beauchamp's POV

Mais uma manhã dolorida depois de uma noite entorpecido. Não usei nada desde o nascimento de Ben, mas acabei não resistindo pelo nervosismo na faculdade. Me sinto um covarde quando acontece, mas não posso evitar.

Aos poucos, estou conseguindo resistir por cada vez mais tempo, o que é muito bom. Mas ainda sim, gostaria de conseguir parar totalmente logo.

- Josh- Any chama deitando em cima de mim- preciso que me leve em um lugar mais tarde.

- Ah amor- resmungo enterrando o rosto em seu pescoço- não pode ir de táxi?

- Não Josh, por favoooooooooor- pede fazendo aquele biquinho que me derrete por completo, que porra viu.

- Tá bom, eu te levo- suspiro cansado.

- Obrigada baby- se anima e beija minha testa antes de se levantar.

[...]

- Vamos logo, Any- acelero brincando com as chaves da moto entre os dedos.

- Já cheguei- anuncia segurando minha mão e me puxando para fora.

Any me passava as coordenadas enquanto deslisavamos nas ruas agitadas de Nova York. Planejo deixa-la onde quer que seja e dormir até não poder mais.

Mas pelo visto, os planos dela não são estes. Parando em frente ao local, sabia exatamente onde estávamos, porque já tentei vir várias vezes mas não tive coragem.

- Any- murmuro fechando os olhos.

- Se eu te contasse, você não viria- ela está certa, droga.

Encarei aquela fachada que tanto conhecia, que sempre temi passar, de falhar. Olhei para Any e me voltei para frente. É a hora de enfrentar meu maior desafio: entrar numa clínica de reabilitação.

- Josh, olhe para mim- ela pede carinhosamente- Eu prometi que iria te ajudar, mas nós dois não vamos conseguir sozinhos. Não vou te obrigar a entrar, só se quiser.

- Já evitei esse lugar muitas vezes- revelo sentindo minhas mãos suarem de nervoso- Mas agora tenho motivos para entrar lá e enfrentar meus medos- sorri lhe abraçando.

- Obrigada por confiar em mim- sussurra com a voz embargada.

- Obrigado por me tirar do escuro- beijo seus cabelos e passamos pela porta de vidro.

Any falou com a recepcionista e nos sentamos para esperar um pouco nosso horário. Ela não soltou minha mão um único segundo, o que me deu certo conforto.

Fomos autorizados a entrar na sala do médico e eu não poderia estar mais nervoso. O doutor era um cara de idade com um sorriso enorme, deve falar com pessoas na minha situação há anos.

- Boa tarde- nos cumprimenta apertando nossas mãos- Você é o Josh, certo?

- Hm, sim- respondi relativamente baixo.

Depois dele perguntar coisas normais como o que faço da vida, planos e rotina, chegou a hora que não queria que acontecesse. Principalmente em frente à Any.

- Qual foi a última vez que você usufruiu de algum entorpecente?- pergunta tranquilamente.

- Hm, ontem.

- Utiliza com alguma frequência?

- Alguns meses atrás, a cada 15 dias, mas agora são uma vez a cada dois ou três meses- explico sem olhar para Any, não gosto de falar sobre.

- Tem algum motivo específico para o uso?

- Acho que o peso da faculdade ou para esquecer os problemas por um momento.

- Tudo bem- ele digita algumas coisas no seu computador e se volta para mim- Seu caso é bem comum, Josh. Vários jovens tomam o mesmo rumo que você e, se não tentarem resolver os problemas logo, podem acontecer coisas péssimas- o doutor muda sua expressao séria e sorri para Any- Mas você tem sorte de ter alguém para ajuda-lo, então tudo fica mais fácil com apoio.

Apertei mais a mão de Any, como um sinal de agradecimento por tudo que faz por mim. Às vezes penso que nunca vou conseguir retribuir tal carinho e amor, mas eu tento.

O doutor me receitou alguns antidepressivos, que podem me ajudar a lidar com minhas emoções e que não vão prejudicar minha saúde.

Também disse para Any tentar me distrair quando eu pensar em usar alguma coisa. Até que a consulta não foi tão vergonhosa e ruim quanto eu pensava, o que me deixa mais leve.

- O que achou?- ela pergunta quando estamos saindo- Está bravo comigo?

- Como eu poderia ficar bravo com você sendo que está tentando me ajudar?- sorri a beijando brevemente- E foi bom até, me sinto um pouco menos inútil.

- Você não é inútil, Joshua!- repreende batendo no meu braço- E agora podemos ir na Tim Hortons como recompensa por ter se comportado.

- Não sou um bebê, Any!

- Pra mim, é sim- afirma apertando minhas bochechas.

Me bati internamente por me derreter com isso. Estou virando um fracote, mas por ela, vale a pena.

mals pela história estar ruim KKKKKKKKKKKKKKKKKKK
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𝗖𝗛𝗔𝗡𝗚𝗘𝗦 - 𝗖𝗢𝗡𝗖𝗟𝗨𝗜𝗗𝗔Onde histórias criam vida. Descubra agora