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Josh Beauchamp's POV

    Afirmo com clareza que nunca senti algo parecido antes. Não sei, talvez seja a forma que seu beijo encaixa com o meu ou eu possa realmente sentir algo por Any.

    Ficamos mais um tempo nos beijando e trocando algumas carícias no balcão da cozinha. Pude perceber o rubor em suas bochechas todas as vezes que paravamos para recuperar o fôlego.

    Passamos o restante da tarde jogados no sofá assistindo Harry Potter e comendo as besteiras que comprei mais cedo. Pode parecer estranho, mas eu me sentia preenchido ao lado dela.

    Nesses cinco ou seis meses que moramos juntos, pude decifra-la por completo. Ao mesmo tempo que me assusta, me deixa orgulhoso de conseguir prestar atenção em todos seus detalhes.

    Sei que quando ela está triste, treme a boca e se isola. Quando está nervosa, morde o lábio inferior ou as paredes da bochecha. Irritada, ela franze o nariz e arqueia a sobrancelha esquerda. Também coloca as mãos na cintura, tentando passar autoridade.

    Suas bochechas tomam um tom avermelhado quando está envergonhada. Quando volta do trabalho e está cansada, começa a enrolar seus fios cacheados com indicador.

     No momento, Any está muito concentrada no filme para perceber que estou analisando todo o seu rosto.

     Não faço ideia de como em tão pouco tempo esse serzinho me conhece tão bem e me ajuda nos meus piores momentos. Eu só não queria decepciona-la tanto.

     Eu juro que tentei parar. Já me tranquei no meu quarto e me proibi de sair por qualquer outro motivo sem ser fome ou banheiro.

     Mas não deu certo, eu me troquei, abri a porta e me corroi mais uma vez. Isso é lastimante, me faz pensar que sou só um covarde. Provavelmente eu sou um.

- No que tanto pensa, senhor Beauchamp- Any questiona me despertando.

- Nada demais.

- Nossa Josh, achava que eu era mais especial para você do que "nada demais"- dramatiza fazendo uma cara de choro.

- Não estava pensando em você, Gabrielly- minto desviando meu olhar para a televisão.

     Ela sabe quando estou mentindo, então não posso olhar nos seus olhos e me entregar. É bizarro a forma que nos conhecemos, mas isso tudo se deve pela convivência excessiva.

- Tudo bem, não vou insistir- murmura dando play no filme e se aproximando mais de mim- Eu sei quando você mente, Josh- sussurra deitando no meu peito.

      Acabei sorrindo involuntariamente, passando o braço pelo seu ombro, a puxando mais perto.

     Olho para a janela e vejo que está anoitecendo. É esquisito pensar que passamos a tarde inteira juntos, mas também é reconfortante.

continua...

boiola ele
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𝗖𝗛𝗔𝗡𝗚𝗘𝗦 - 𝗖𝗢𝗡𝗖𝗟𝗨𝗜𝗗𝗔Onde histórias criam vida. Descubra agora