43

564 73 37
                                        

Depois de transarmos loucamente na mesa da cozinha, Shawn e eu fomos tomar banho. Eu coloquei um biquíni azul e ele uma bermuda folgada juntamente de uma camisa.
Shawn havia prometido me levar ao mar durante o dia. Passaríamos o domingo no barco e ele me ensinaria a nadar.

Depois de nos arrumarmos, fomos juntos para o porto e pegamos seu iate. Éramos apenas eu e ele. Claro, havia o cara que dirigia o iate, mas ele ficava apenas controlando o barco enquanto eu e Shawn tínhamos todo espaço para nós.

– Espero que esteja preparada pra aprender a nadar. – ele disse enquanto o barco começava a andar.

– Estou ansiosa. – sorri. Shawn pegou duas cervejas e se sentou ao meu lado para tomarmos. Ele parecia distante no momento em que se sentou ao meu lado e olhou para o mar.

– Eu gosto muito de passar um tempo com você. Parece tão diferente das outras. Você é mais calma. – sorriu.

– É que todas são muito animadas e agitadas. – olhei para ele – Eu acho que sou a do tipo que gosta de observar e pensar.

– Eu já fui desse tipo. – abaixou a cabeça – Agora prefiro ser o que curte e não pensa tanto.

Eu imaginei que aquela seria a hora perfeita para que ele se abrisse para mim. Estava distante e pensativo. Parecia sim querer desabafar.

– Já foi muito pensativo e quieto? – perguntei.

– Muito. – apertou os olhos – Eu me mantive muito pensativo por conta do luto. – disse abrindo uma porta para que eu falasse sobre Savana.

– Quem você perdeu? – perguntei, claro, já sabendo de tudo.

Imaginei que ele não diria quando me encarou tão sério. Mas acho que ele sentiu o apoio que eu queria passar quando coloquei a minha mão em cima da dele. Sua expressão mudou totalmente. De sério a vulnerável.

– Uma pessoa especial. – disse.

– Você amava essa pessoa?

– Extremamente. – sua voz parecia tão triste.

– O luto é algo difícil. Eu nunca perdi ninguém, até porque eu nunca tive ninguém. – ri de mim mesma – Mas eu posso imaginar o quanto dói.

– Muito, acredite. – confessou.

– Eu acredito. – cheguei mais perto do mesmo – Mas você não pode se resumir a uma dor.

– Eu preciso sentir pra sempre essa dor. – suas palavras eram amargas.

– Não precisa. – minha mão foi para seu rosto – O luto é pra ser sentido sim, mas não para o resto da vida.

– Você fala muito bonito. – sorriu bem perto do meu rosto – Mas não sabe muito sobre esse assunto pra me dizer que não posso sentir o luto para sempre.

– Então me diga. Eu quero entender você e a sua dor. – clamei.

Shawn pareceu pensativo. Não disse nada. Ficou me olhando e analisando cada parte do meu rosto.
Eu sabia que a pessoa que ele dizia ter perdido era sua ex namorada, Savana. Mas eu queria que ele dissesse para mim, dos seus próprios lábios. Queria que ele se abrisse. E ele se abriu.

– Eu namorava uma garota. O nome dela era Savana. – sorriu por um breve momento – Nós estávamos juntos desde os nossos quinze anos.

– Isso é muito bonito. – disse.

– Sim, era pra ser muito mais bonito ainda. – pausa – Quando ela fez dezessete anos, decidiu que queria passar seu aniversário vendo as estrelas em uma montanha. – abaixou a cabeça.

– Você está bem? – perguntei preocupada. Ele apenas disse que sim com a cabeça e continuou a contar.

– Então ela sofreu um acidente e morreu. – disse direto e engoliu seco para não chorar.

Parecia que havia mais coisa, mas ele não conseguia dizer. Eu apenas cheguei ainda mais perto e passei minhas mãos em volta do seu pescoço. Queria deixá-lo bem.

– Você não precisa sentir essa dor sozinho. – fiz um carinho na sua nuca.

– Você é uma graça. – me puxou para ele – Não tem que me ajudar. Aliás, eu nem deveria estar falando sobre isso. Viemos para nos divertir.

– Não se preocupe. Eu quero ajudar você e não ligo pra diversão se estiver mal.

Shawn me encarou com um sorriso escondido nos lábios. Parecia ter gostado da minha resposta, mas não queria admitir. Eu sabia que ele não me amaria nunca, mas eu o amava. Queria vê-lo bem e sorrindo.

– Você me acalma baby. – sorriu e me puxou para sua boca. Depositou um beijo leve, gostoso e suave em meus lábios quentes e carnudos.

– Eu gosto de acalmar você. – disse.

– Já estamos no meio do mar! – gritou o homem que dirigia o barco.

– Está pronta sereia? – estendeu sua mão para mim e nos levantamos juntos.

– Para você? Sempre.

Shawn então começou a tirar suas roupas. Ficou apenas de sunga. Eu fiz o mesmo. Tirei o short que eu usava e fiquei apenas de biquíni. Seu olhar no meu corpo era cobardia. Ele sabia como me ativar só com os olhos.

– Quero que confie em mim. – disse e me abraçou. Eu fiquei hipnotizada com seu corpo no meu.

Shawn, comigo em seus braços, se jogou no mar. Eu agarrei em seu corpo com toda força e fechei os olhos. Senti quando a água cobriu minha cabeça e quando voltamos ela para fora.

– Ok, eu já estou acostumada com você fazendo eu me afogar.  – ri cuspindo água.

– Não vai mais passar por isso. – Shawn pegou em minha barriga e minhas pernas e me colocou em uma posição de barriga para baixo.

– Não vai me soltar né? – eu batia os braços.

– Continue batendo os braços assim e bata os pés como peixinhos. – começou a me ensinar.

Rimos a maior parte do tempo. Eu me afoguei inúmeras vezes e Shawn gargalhou em todas elas. Demorou muito para que eu fizesse meus primeiros movimentos sozinha. Felizmente, ele tinha paciência e estava bem divertido.
Passamos um domingo incrível juntos e claro, nos beijamos muito.
Eu estava completamente rendida por ele.

A good corrupted girl  Onde histórias criam vida. Descubra agora