A good corrupted girl

6

Eu fiquei nervosa quando Shawn me disse que iríamos atirar. Era algo totalmente novo para mim e até errado. Tudo bem, não iríamos matar ninguém, mas pegar em uma arma? Que as freiras nunca sonhem que um dia fiz isso.

– Você só precisa mirar no alvo e atirar. É fácil! – ele disse quando estávamos no clube de tiros. Eu estava com o cabelo amarrado e com um fone enorme no ouvido para me proteger do barulho.

– Não sei pegar em uma arma. – eu estava acanhada e medrosa. Tive medo dele se irritar comigo.

– Não tem segredo. – disse convicto e andou até mim – Pegue. – me deu a arma na mão. Olhei para a mesma com dúvidas e senti um arrepio ruim.  Variei olhando para a arma e para ele e o mesmo riu.

– Eu não sei. – bufei.

– Ok. – Shawn se colocou atrás de mim e fiquei sem entender oque estava fazendo – Eu vou ensinar você. – disse com o rosto no meu ombro. Me virei para o alvo e senti quando suas mãos seguraram nas minhas – Primeiramente, segure a arma. – colocou em minha mão.

– Oh meu Deus, me perdoe. – disse quase num sussurro, mas sabia que ele tinha escutado devido seu riso.

– Você tem que mirar no alvo como se fosse algo que odeie muito. – sua voz estava bem próxima do meu ouvido. Senti um arrepio estranho misturado com nervosismo. Shawn ficou segurando minhas mãos enquanto eu mirava. Engoli seco quando apertei o gatilho. Dei um pulo para trás me assustando. Eu tinha acabado de atirar!

– Nossa! – disse ofegante.

– É bom, não é? – Shawn abaixou suas mãos e as colocou na minha cintura.

– Muito. – respondi rindo. Na verdade, eu tinha pensado em todos os anos da minha vida presa em um orfanato sem meus pais e sem minha liberdade. Isso me fez colocar tudo naquela bala. Foi uma surpresa sentir tanto alívio.

– Agora tente sozinha. – ele apertou suas mãos no meu quadril e continuou próximo. Eu me senti meio incomodada, mas não quis que ele se afastasse. Shawn parecia alguém legal. Dessa vez eu atirei sozinha, sem as suas mãos segurando as minhas. Foi libertador!

(...)

Estávamos em um restaurante. Tudo era tão lindo e elegante. Eu me sentia perdida num lugar como esse. Shawn estava conversando com algumas pessoas em uma mesa e pediu para que o garçom me acompanhasse até a nossa. Fiquei esperando por ele alguns segundos enquanto lia o cardápio.

– Nossa, tudo é tão caro aqui. – resmunguei vendo os preços. O garçom não me respondeu.

– Já escolheu oque quer comer? – Shawn finalmente chegou e se sentou a minha frente com um sorriso aberto.

– Eu não sei, eu queria mesmo era ovos com bacon. – disse e senti o olhar crítico do garçom – Mas é claro, aqui não é uma lanchonete. – continuei a dizer constrangida.

– Tudo bem, se quiser ovos com bacon você terá ovos com bacon! – Shawn sorriu para mim e desviou o olhar para o garçom – Escutou o pedido da moça não é? – arqueou a sobrancelha. Olhei para o moreno a minha frente impressionada com seu afronte.

– Sim senhor. – disse o garçom com um olhar estranho – E qual o seu pedido?

– Pode ser o mesmo. – mexeu com os olhos – Obrigado. – dispensou o garçom que saiu sem entender nada.

– Eu acho que ele me achou bem brega. – ri – Quem entra aqui e pede ovos com bacon? – o encarei.

– Creio que não é a maioria. – riu. O silêncio depois disso foi ensurdecedor. Shawn começou a me olhar e obviamente eu corei – Você veio de onde Camila? – perguntou quebrando o silêncio.