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Eu estava andando pelas ruas de L.A procurando um emprego. Fazia uma semana que eu tinha saído da mansão. Desde então não tive mais notícias dele. A ficha começou a cair enquanto eu andava de estabelecimento a estabelecimento. Shawn não mudaria de ideia. Foi doloroso quando finalmente entendi isso. Eu estava bem, mas por dentro eu ainda sentia a decepção, a dor e a tristeza de não viver aquele amor.

Parei em frente a um bar quando vi a placa de "ESTAMOS CONTRATANDO BALCONISTAS". Não parecia muito elegante, na verdade era bem descaído. Não deixei que a aparência afetasse minha vontade de arrumar um trabalho. Entrei no mesmo.

— Bom dia. — disse ao homem no balcão — Posso falar com o dono do bar?

O homem barbudo, alto e cheio de tatuagens me encarou por alguns segundos. Ele tinha um palito nos dentes e um pano no ombro esquerdo.

— Sou o dono. — sua voz era grave e alta.

— Eu estou pela vaga de balconista. — disse.

— Sua idade garota?

— Dezoito. — disse receosa.

— Nova demais. — disse se virando de costas.

— Mas eu trabalho bem. — insisti — Posso lavar, limpar, servir e organizar.

Ele voltou a me encarar. Parecia ter pena de mim. Eu precisava de um emprego. Qualquer emprego que me ajudasse a me sustentar. Eu moraria com Valerie e Mandy, mas não poderiam me bancar.

— Eu não quero problema com as autoridades menina.

— Não terá! — disse.

O homem me analisou mais um pouco e mastigou o palito na boca. Aquilo fez meu estômago revirar, mas engoli seco.

— Começa amanhã. — disse rouco e voltou a me ignorar.

— Obrigada. Muito obrigada. — sorri e sai do bar aos pulos.

Não era o emprego dos sonhos, longe disso. Era um bar estranho e velho, mas me daria dinheiro. Para uma pessoa que ficou numa casa dividindo um homem com outras garotas, eu agora era capaz de quase tudo.

[...]

— Eu consegui um emprego! — disse sorridente ao entrar no quarto. Valerie me encarava.

— Onde?

— Não é um lugar aparentemente legal, mas tudo bem. — dei de ombros — É um bar meio velho e parece receber clientes da pesada, mas o lado bom é que eu vou começar amanhã e logo teremos grana pra juntar pro apartamento.

— Balconista?

— Sim. — afirmei jogando meu casaco fino na cama.

— Camila.. — Valerie disse, mas interrompi.

— Olha, sei que vai dizer que posso procurar mais e que vocês não se importam de me ajudar, mas tudo bem. Eu encaro aquele bar fácil. — rolei os olhos.

Na verdade eu não encarava tão fácil assim. Olhando pro bar eu sentia receio, ainda mais por não ver nenhuma mulher além de mim no local. Acontece que eu precisava muito de dinheiro e depois de toda a experiência que vivi, me sentia pronta pra encarar a vida real.

— Não é isso! — bufou com olhos arregalados — Temos visita.

Valerie rolou os olhos para a porta do banheiro indicando que a visita estaria lá dentro. Em alguns instantes a porta se abriu.

— Oh, Mon chéri, um bar da pesada? — Loki saiu do banheiro — Não é pra você de forma alguma.

— Loki Marshall? — o encarei confusa.

A good corrupted girl  Onde histórias criam vida. Descubra agora