Capítulo 22

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Saí com ódio da salinha e encontro o Cobra do lado de fora encostado na parede.

Ele ri de canto assim que me vê e eu nego, seguindo meu caminho.

Cobra: Qual é? Vai negar o português pro cria? Sacanagem! - Deu risada.

Clara : Tá gastando a onda em, Cobra? Tem nada pra fazer não? - Parei na frente dele que negou. - Aposto que o Talibã tem parada pra tu.

Cobra : Tem não! - Me puxou pelo braço fazendo meu corpo colar no dele.

Antes que eu falasse alguma coisa, ele me olhou nos olhos, descendo os mesmos para a minha boca, e em seguida, senti os lábios macios dele.

Envolvi meus braços pelo pescoço do mesmo, que rapidamente, pegou na minha bunda apertando levemente.

Talibã: Qual foi, mané? Aqui na frente? - Escutei a voz dele atrás de mim e me separei olhando pra ele que ria.

Cobra: Tem lugar de preferência? Por que tu quando é baile, falta comer as putas da favela no meio de todo mundo. Não fode, Talibã! - Falou tudo rápido e o Talibã olhou pra ele.

Talibã: Acontece que eu tenho voz aqui. E tu, pau no cu? Tem alguma parada? - Chegou perto dele apontando a arma na cabeça dele.

Aí Jesus, não tô pronta pra isso de novo.

Índio: Calma aí, sem mortes, família! - Apareceu atrás da gente e eu respirei aliviada.

Talibã mandou eu ir pra casa e eu só vim. Meu cu trancou, mané!

Cheguei na porta de casa e vi minha irmã sentada.

Lívia: Mãe não vai gostar de saber que tu ta saindo da favela. - Neguei ignorando ela.

Entrei e de cara, vi minha mãe com o telefone no ouvido.

Ela me olhou e depois saiu do mesmo.

Ela me olhava brava.

Lílian: Porque não disse que tinha sido despedida do trabalho, Clara? - Cruzou os braços e eu fechei os olhos tentando pensar em alguma mentira. - Não mente! Você ta trazendo muito dinheiro pra casa, não ta trabalhando... Quase todos os dias tu entra nessa favela e todo baile que tem, tu vai. Explica! Seu Carlos me ligou e disse que te viu saindo da boca do Talibã. - Gelei.

Clara: É... é.. eu.. tô fazendo uns bicos lá dentro. - Ela riu.

Lílian: Eu trabalho pro Talibã a mais de vinte anos e nunca na minha vida, trouxe esse tanto de dinheiro que tu trás. Bicos? Já mentiu melhor. - Ia abrir a boca pra falar, mas ela continuou. - Nenhum bico paga quase 700 reais por semana não, flor!

Clara: É coisa boa, confia! - Negou.

Lilian: Tu já é crescida. Sabe o que faz. Mas eu te aviso:Talibã não é peça boa! - Saiu.

Fui pro meu quarto e respirei fundo.

Peguei meu celular e liguei pra ele.

Não tem condições de continuar nisso!

Talibã. (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora