Capítulo 59 - Último capítulo.

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Clara 🌷

Meu bebê é a coisa mais fofa! Só tem dois dias de vida e já passa por tudo isso.

Meu coração ta apertado, ta aflito!

A Fernanda comprou tudo e eu sentei no banco, pensativa. Eu tô de resguardo, saí com a única roupa que eu tinha levado pro hospital.

Fernanda: Pega o dinheiro que o Talibã deixou. Dá pra tu se virar. - Ela me entregou a passagem e o dinheiro.

Clara: Eu não vou embora sem meu filho e nem a minha irmã. - Ela assentiu.

Fernanda: Fica calma! Ele vai aparecer. - Fiquei andando de um lado para o outro.

Ela comprou minha passagem pra Bolívia. Sei nem onde fica, mas pra ficar longe desse fuzuê todo, eu vou.

Só quero que ele traga meu filho.

Escuto eles anunciando meu vôo em 30 minutos, e a Fernanda chega com uma bagagem de mão.

Fernanda: Pra eles não desconfiarem e tu ter o que vestir. Lá da pra tu comprar o dinheiro que se usa lá. Vai ficar tudo bem.. - Me abraçou.

Clara: Cuida de tudo por aqui. Eu volto, ta? - Ela assentiu.

20 minutos pro meu vôo sair e nada desse filha da puta chegar.

Clara: Ele ta demorando muito! - Falei com as unhas na boca, apreensiva e ela assentiu.

Fernanda: Se ele não aparecer, tu vai.. ele vai dar um jeito pra tu voltar. - Neguei.

Vejo o Índio chegando disfarçado, me puxando rápido pelo braço.

Índio: Vem, é arriscado vocês ficarem aqui. - Levou a gente pro carro.

Clara: Cadê o Talibã? E o meu filho? - Ele permanecia calado. - Responde, porra! - Gritei e ele me olhou.

Índio: Talibã não ta bem. - Ele só me disse isso e a gente vazou pra outro lugar. - Ele lutou muito pelo filho de vocês.

Fomos em silêncio e eu vejo que era um local mais distante.

Vejo um jatinho e ele me empurra pro mesmo.

Clara: Cadê meu filho? - Gritei.

Índio: Desculpa.. - Fez cara de dó.

Não! Meu filho não!

Índio: Vai ficar tudo bem, relaxa! - Me empurrou pra dentro do jatinho e eu me debatia. - Leva ela pra Bolívia. - Falou com o piloto.

Clara: Eu não quero ir! Traz meu filho, traz o Talibã. - Gritei e eles fecharam tudo.

Comecei a chorar muito, e depois de muito tempo lá dentro, fui diminuindo a intensidade do choro, me acalmando e tendo a possível ideia de que eu não iria mais voltar.

Fiquei olhando o jato nas alturas e olhando pra baixo.

Eu só queria que tudo se resolvesse logo.

Eu não sei se eles dois morreram, se meu filho morreu ou o Talibã.

Ninguém me deu respostas. Ninguém me disse nada!

Meu filho só tem dois dias de vida. Se eu soubesse que minha vida ia virar essa bagunça, jamais teria ido naquele maldito baile.

E tudo isso é culpa do Talibã!

Continuação em outra história.

Talibã. (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora