Capitulo 37

18.3K 1K 51
                                    

Clara 🌷

Fui subindo o morro de madrugada, cria! Ainda fui ameaçada por um traficante de merda.

Fui subindo a contenção, vendo o Grego e o resto dos moleques na entrada.

Sempre armados, e eu continuo sentindo o mesmo medo de sempre.

Cumprimentei eles, que liberaram minha entrada.

Fui caminhando e de longe escutei os tiros.
Respirei fundo e senti meu coração acelerado. Entrei em um beco mais escuro e afastado, me agachando no chão.

Fiquei atenta e vi vários moleques daqui, correndo armados subindo pro alto do morro.

***

Depois de algumas horas, vejo os policiais recuando. Vou me levantando lentamente e saindo aos poucos.

Olho para os lados e não vejo ninguém. Nem perco tempo, e saio correndo.

Vou subindo correndo e bato forte na porta do Talibã.

Ele abre e eu entro correndo, quase passando por cima dele.

Talibã : Porra, ficou malucona? - Riu da minha situação.

Clara : Vai se foder! Manda eu subir uma hora dessas. Pau no cu!  Cheguei perto e bati no peito dele.

Talibã : Ficou com medo, foi? Aqui é favela, porra! Esperava o que? - Negou, falando firme.

Clara : Poderia não ter me chamado uma hora dessas! - Fui indo pra porta e ele puxou meu braço.

Talibã : Não vai sair uma hora dessas não, tá ficando maluca? - Me puxou pra perto dele e ficou olhando meus olhos.

Ele ficou me olhando e eu retribui. Por um instante, ele tirou os olhos de mim e me soltou.

Talibã : Aqui a gente só tem dois quartos, minha irmã ta no dela com o namorado. - Revirou os olhos. - Tu escolhe, o sofá ou o chão. - Eu ri. - Tô zoando, sobe aqui.. - Neguei.

Clara : Não tem problema, eu fico no sofá. - Ele pegou no meu braço me puxando pro quarto dele.

Talibã : Relaxa, não vou fazer nada contigo, pô! Tô fora dessas paradas aí. - Ri.

Ele me puxou e eu só fui.

Talibã : Fica aí, vou tomar um banho. Troca essa roupa, tem camisa minha aí, mané. - Neguei. - Então fica aí, mocreia.

Ele saiu pra tomar banho e eu fiquei mexendo nas coisas deles.

Só camisinha e drogas, credo.

Talibã. (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora