Cobra 🐍
Helena : Pensava que tu ia dormir aqui, pô. - Se sentou na cama vestindo a blusa.
Tô tão feliz que comi até uma puta daqui, coisa que nunca fiz.
Só umas 5 vezes.
Cobra : Não rola! Foi só uma noite. - Bati no rosto dela de leve e joguei o dinheiro na cama. - Fé aí.
Me vesti, calcei minha chinela e senti falta de uma coisa.
Ah, lembrei.. não uso mais peça.
Aí, bagulho bom, tá ligado?
Não fica se privando de nada, pode sair e essas paradas maneiras que geral faz. Entendeu?
Sai pelo morro falando com todo mundo. Abracei geral que falava comigo.
Paz!
Cheguei em casa e a minha mãe tava sentada vendo TV.
Ana : Que alegria toda é essa? - Neguei ainda com um sorriso no rosto.
Cobra : Eu tenho a mãe mais foda do mundo! - Fui pra dar um abraço e ela se afastou.
Ana : Vi tu entrando na boca hoje. Tava fazendo o que? Comprando droga? É isso, Davi? - Neguei. - Filho, tu não precisa! Eu te ajudo a procurar outro trabalho. Não é por que eu to doente que tu precisa roubar e mexer com coisa errada. Tem na mercearia do seu Paulo. Não é feio ter um trabalho digno, feio é roubar! Coisa que tu ta fazendo! Eu não te ensinei isso. Não te ensinei a pegar o que é dos outros. Criei tu e a Dani com o meu suor. Vai agora sair dessa vida.
Cobra : Para de falar merda! Eu não tô em nada. São meus irmãos, pessoas como a gente. Entendeu? - Ela me olhava triste. - Aprende a ver as coisas direito! - Joguei o dinheiro pra ela. - Já sabe pra que é esse dinheiro.
Ana : Eu já disse que não quero dinheiro de traficante! - Me deu de volta.
Cobra : Escuta aqui : ralei pra caralho pa conseguir essa merda. Vai querer sim! - Falei alto e ela se assustou. - É pra pagar a porra do tratamento e ficar bem! - Apontei o dedo na cara dela.
Ana : Tira esse dedo imundo do meu rosto! - Bateu no mesmo. - Sai daqui, Davi! Só volta quando tu se arrepender e sair disso.
Cobra : Já eu volto! Eu não fiz nada pra mim me arrepender e muito menos tô nisso, se liga!
Tô pilhado mermo, mané! Fiz as paradas erradas por ela e fica nisso!