Capítulo 36

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Já era tarde da noite e eu fui pro alto do morro. Encontrei o Talibã, Índio e o Black na resenha.

Eles tavam cheirando pô e bebendo.

Índio : Vou blindar o teu nariz, irmão! - Black riu.

Black : Famoso aspirador de pó, mané. - Talibã ria com o verdinho dele na mão.

Ele fumava na calmaria olhando pro céu.

Índio : Fala tu, Cobra! Fiquei sabendo que tu saiu do movimento. Qual foi? - Eu ri.

Cobra : Pra tudo tem um fim, cria! - Ele assentiu.

Black : Hoje eu vou dormir feito um anjo. - Talibã riu.

Talibã : Dormir? Tu é bandido porra! Dormir o caralho. Vai virar a noite aqui. - Black mandou dedo. - Acionei a filha da puta da Clara pra ir pegar umas paradas em casa, a desgraçada ainda reclama pelo horário. - Índio começou a rir.

Eles sempre ficavam armados. E não só eles, tinha os crias que viravam a noite olhando se cana não entrava.

Comprei um verde na mão do Índio e me encosto no muro pequeno.

Me viro e por um segundo, vejo os maluco entrando fininho.

Cobra : Fodeu, irmão! Cana, Talibã. - Olhei pro Talibã e soltei o cigarro no chão e o Índio derrubou o tabuleiro de pó, já pegando a arma dele.

Nem demorou muito, os tiros já ecoava pela favela vazia.

Talibã : Vai porra, corre! Cobertura, Black! - O Black atirava, corria e parava.

Ele era o mais esperto e macaco velho nessas paradas.

Talibã acionou o radinho e subiu na laje. Ele jogou uma pistola pra mim e eu fiquei perto dele.

Black tava no chão e o Índio na outra esquina.

Pistola pesada, mané.

Logo vi eles entrando e atirando.

Talibã atirava e se escondia. As armas deles podiam atravessar a parede fraca de tijolos, tomar no cu!

Talibã : Vai filha da puta! Tá com câimbra na mão? - Bateu na minha cabeça.

Dei cobertura pra ele, que consegui acertar um.

Olhei pro Índio e vi ele machucado.

Cobra : Recua, arrombado! Vai com o Black. - Sai da laje e fui atirando neles.

Aí, parece bagulho de filme. Mas aqui não é adaptação, é a vida real. Realidade de muito neguin por aí.

Derrubei dois e o Talibã foi saindo no sapatinho.

A gente correu mais pra cima deixando os corpos deles.

Talibã : Tu ta bem, mané? - Assenti. - Pequeno sobreviveu não. - Respirei fundo.

Cobra : Puta que pariu! - Passei a mão no rosto.

Talibã : Se preocupa não! Eles já devem ter levado o corpo dele. Fora que tu acertou dois e deu pra gente tirar o foco. - Assenti.

Geral foi pra boca e ficamos a noite toda lá, vendo se eles não iam entrar de novo.

Índio foi pro postinho daqui, acho que tá tudo firmeza com ele.

Talibã. (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora