Capítulo 13

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12 de março de 2026 (19:45 - Los Angeles, EUA)

Louis

Meu celular chama pela milésima vez, contando apenas as últimas 24 horas. Pelo visto não adiantou nada pedir para Lucy avisar Victoria de que eu estava vivo, ela tem essa mania de querer confirmar as coisas comigo e às vezes pode me matar de raiva. Levei mais tempo do que eu esperava para colocar tudo em ordem e processar o que minha avó disse. Olho novamente para a passagem na minha mão e confirmo que estou no horário certo. Ando pelo aeroporto por um tempo até decidir ir para o portão de embarque, já que meu vôo está quase sendo aberto para embarque.

Mais mensagens chegam e dessa vez vejo pelas notificações que é minha irmã querendo saber onde eu me meti. É melhor avisar alguém para onde eu estou indo antes que eles coloquem a polícia atrás de mim e esse caos todo vá parar na mídia antes do esperado. Pego o celular, encontro o contato da única pessoa que eu sei que não vai me entregar e ligo.

— SEU INCONSEQUENTE, ONDE VOCÊ SE METEU? — Minha empresária grita do outro lado e eu preciso afastar o celular do ouvido para não ficar surdo.

— É bom falar com você também, Vic. — Ironizo, indo para algum lugar um pouco mais calmo.

— Louis, é sério. Onde você tá?

— Hm... no aeroporto. — Consigo ouvi-la respirando fundo e sei que ela provavelmente está tentando encontrar uma forma de me enforcar pelo telefone.

— É bom você ter uma ótima justificativa. — Ótima não é, mas acho que é o suficiente.

— Eu tô indo conhecer meu filho. — Mais uma vez ouço sua respiração. Ela está muito irritada com tudo isso, mas se eu falasse antes, nunca deixariam sequer que eu saísse de casa.

— E a Alice sabe disso?

— E como ela saberia? — Ela sabe que foi uma pergunta idiota, eu não tenho forma alguma de entrar em contato com Alice tão rápido.

— Louis por favor, volta pra casa, aqui a gente conversa e pensa melhor nessa loucura. — Se eu voltar, eu não saio de lá tão cedo.

— Victoria, eu sei que ela sabe que eu sei sobre a criança. Ela não vai ficar parada no mesmo lugar pra sempre. — Eu conheço a Alice. Ela é orgulhosa e teimosa, se escondeu essa criança até agora, ela provavelmente pretende continuar criando nosso filho sozinha.

— Mas a Hope com certeza vai ficar sabendo de algo. Louis, você é o pai, tem o direito de conhecer a própria filha.

— Eu sei disso, mas vai demorar muito se for esperar alguma determinação judicial. — Eu não faço ideia se isso é verdade, mas nesse momento eu uso todas as cartas que eu acho que posso ter. — Eu já perdi quase seis anos da vida dela, não vou ficar plantado aqui.

— Nada que eu falar vai te fazer desistir não é? — Ela suspira frustrada, sabe que não vai conseguir me impedir de entrar nesse avião.

— Exatamente.

— Precisa de alguma coisa?

— Por enquanto não. Passei esses dias me organizando.

— Você promete que vai lidar com isso de forma madura? Que não vai fazer besteira? — Ela fala como se eu fosse uma criança que não sabe se cuidar sozinha.

— Eu vou tentar. Ah, cancela os compromissos desse mês, não sei quando vou conseguir resolver tudo pra voltar. — Jogo de uma vez, assim ela tem mais tempo para reorganizar as coisas, por mais complicado que eu sei que é pra fazer isso.

— Você surtou? Não dá pra fazer isso não.

— Tem que dar. Essa criança agora é minha prioridade. — Querendo ou não, agora eu sou pai e preciso dar um jeito de conhecê-la e estar presente na vida dela.

— Que cara teimoso, vai custar muito pra cancelar ou remarcar tudo.

— Eu pago. — O embarque do vôo é anunciado e eu vejo as pessoas entrando na fila. — Preciso ir agora.

— Quando chegar lá me avisa.

— Ok. Mais uma coisinha, não conta pra ninguém que eu tô indo pra lá. — Isso era óbvio, mas não custa nada lembrá-la de ficar calada.

— Pode deixar, Louis.

— Me deseje sorte.

— Não cometa nenhum crime.

— Obrigado. — Entro na fila e olho para a foto do garotinho que estava junto com a carta. Como será que ele está depois de tanto tempo? Será que se parece comigo? Qual será o nome que Alice escolheu?

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