Capítulo 51

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26 de março de 2026 (12:00 - Los Angeles, EUA) (21:00 - Cochem, Alemanha)

Alice

— Isso é inacreditável! Eu odeio a polícia. — Hope grita assim que entramos na casa dela.

— Hope, se acalma. — Kiera fala e eu até me assusto. É a primeira vez que ela abre a boca desde que o Ethan saiu daqui.

— O que você está fazendo? — Dylan pergunta quando me vê sentada no sofá, com o celular na mão.

— Ligando pra Lexie. Não falo com ela há um bom tempo. — Na verdade, a última mensagem que eu mandei foi avisando que tinha chegado.

— Ei, o que aconteceu? Você sumiu.

— Oi, Lexie. — Kiera diz e minha amiga percebe a presença dos outros ao meu redor.

— Nossa, todo mundo aí. Cadê a Lily? — O sorriso no rosto dela desaparece quando eu fico séria. — Alice, Hope, onde está a Lily? — Quero gritar, chorar. Quero acabar com essa dor toda de alguma forma.

— Com o Louis. Ela passou a noite aqui, mas hoje cedo o Ethan veio buscá-la. — Tento falar da forma mais calma possível, mas até minha voz está trêmula. Eu não sei onde minha filha está, não sei o que o Louis está fazendo com ela.

— O Ethan?

— É. E aí a Alice concordou em denunciar o Louis. — Emma fala dessa vez.

— Finalmente!

— Não comemore. — Falo enquanto ela termina a palavra.

— O que houve?

— O delegado disse que era absurdo, que o Louis é pai da Lily então tem direitos. Encheu a cabeça da Alice de abobrinha. — Hope fala e eu fico quieta. Ele tinha razão em muitos pontos.

— Eu não tenho prova alguma das agressões. — Os hematomas são praticamente invisíveis e minha única testemunha é minha melhor amiga que mora comigo há anos. Não passa muita credibilidade. — E não dá pra provar que o Louis é perigoso pra Lily.

— Na verdade tem, mas ele disse que até abrirem investigação e apurarem tudo, já vão ter marcado a audiência de guarda e até mesmo passado.

— Audiência de guarda? Alice? — Lexie está com os olhos arregalados e sentada no sofá da sala. Só então percebo o quanto eu sinto falta da minha casa.

— Eu ia contar hoje. — Já aconteceu tanta coisa que eu nem me lembrei de pegar o celular. — Ele começou o processo pra ter a guarda da Lily.

— Eu vou pra Los Angeles.

— Não, Lexie. Você tem sua faculdade, seus alunos. Quando a data da audiência for marcada eu aviso, aí você vem. — Vou precisar dela. Vou precisar de todas as pessoas que puderem me ajudar.

— Tem certeza?

— Absoluta.

— Hope, o Louis tem alguma chance?

— Tem.

— Droga. Eu odeio tanto esse homem, vocês não tem noção.

— A gente sabe como você se sente.

— Me desculpa, Dylan, mas desde que ele jogou a Alice do outro lado da sala eu não consigo nem ouvir falar no nome dele. — Meus amigos me encaram e eu fico com vontade de encolher até sumir de tanta vergonha. Cada vez que alguém toca nesse assunto eu me sinto mais humilhada.

— Você não falou que foi assim.

— Não foi, Lexie está exagerando. — Tento contornar a situação. Eu realmente não acho que tenha sido tão grave assim.

— Não estou não.

— Não importa! Eu só quero minha filha de volta e sem provas de que ele é perigoso fica ainda mais difícil. — Ninguém tinha falado isso, mas não precisava. Todos sabem que se eu não conseguir provar que o Louis é perigoso, as chances dele aumentam muito.

— A gente vai dar um jeito. Já marquei com a advogada pra gente conversar.

— E ela é boa? — Lexie pergunta, preocupada.

— Foi bem recomendada.

— Mas não é o James. — Falo. — Eu sei que ele é o melhor e por mais que já tenha falado que não concorda, é o trabalho dele fazer de tudo para que o Louis ganhe.

— Ela tem razão. — Emma concorda comigo.

— Não está ajudando.

— Tudo bem. Vamos conversar com essa advogada que a Hope conseguiu e ver no que vai dar. — Kiera fala e eu me impressiono com a calma dela. Não sei de onde veio, mas gosto. É bom ter alguém com auto controle por aqui.

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