Capítulo 41

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23 de março de 2026 (21:30 - Los Angeles, EUA)

24 de março de 2026 (06:30 - Cochem, Alemanha)

Louis

Lily deve ter ficado acordada umas três horas o vôo inteiro. Minha sorte foi ter guardado mais daquele remédio e ela ser uma criança que dorme fácil. Quando aterrisamos em Los Angeles, ela ainda dorme pesado e eu preciso sair do avião com ela no colo.

— Louis, cara, você tá ferrado de tantas formas. — Meu advogado é quem vem falar comigo, assim que saio do jatinho.

— O que você quer dizer?

— Tá cheio de jornalista e paparazzi aí fora. — Droga, droga.

— Então eu saio por outro lugar.

— Não dá. Tá tudo cercado. O pessoal do aeroporto não colaborou em nada. — Eles são loucos? Eu não posso sair assim.

— James, eu não posso sair com essa menina assim.

— Eu não vou nem falar nada, Louis. Você parece uma criança! Eu disse que você precisava da autorização da Alice! — Ele grita comigo e eu nem abaixo a cabeça. Quando ela fez a mesma coisa todo mundo ajudou.

— Ai, deixa de ser chato. Nem doeu.

— Depois a gente fala disso. Agora você precisa ir pra casa.

— Papai? — Ouço a voz baixa e embargada da garotinha.

— Oi, baixinha. Olha só, você vai precisar ficar bem quietinha no meu colo, ok? — Ela deita a cabeça no meu ombro e eu confirmo que ela está bem segura.

— Tá.

— Vou colocar um cobertor em você, mas é rapidinho. — Pego uma manta jogada por cima da minha mala. A manta que ela estava coberta no avião. Jogo por cima dela e tento conferir se o rosto dela está tampado.

— O que você tá fazendo?

— Você não disse que só tem um jeito? Vou pelo menos cobrir a menina. — Eu já vou ser morto, vou pelo menos dar um motivo a menos.

— É uma boa ideia.

— Como descobriram que eu ia chegar?

— Sei lá, talvez pelo seu post em todas as redes sociais? — Eu sou um idiota.

— Mas nesse aeroporto?

— Louis, eles não são idiotas. Esses caras descobrem tudo.

— Ou então tem dedo da Alice nisso. — Falo sem pensar.

— Você vai continuar? Jura que ela ia correr o risco de expor a própria filha?

— Tá, você tem um ponto.

— Pai? — Mais uma vez a voz de Lily.

— Oi, baixinha.

— Cadê a mamãe? Eu quero ela. — Encaro James e ele logo me socorre.

— Lily, eu sou o James, sou amigo do seu papai. Estamos indo pra casa agora e lá a gente conversa, ok? — Ela não parece gostar muito da resposta, mas deve ter ficado com vergonha de fazer um show, então aceita tudo.

— Ok.

— Pronto?

— Não.

— Ótimo, vem. — Começamos a andar. Eu com Lily no colo e James puxando minhas malas. Antes de chegarmos no meio da confusão, mas já ouvindo o barulho, tenho uma ideia.

— Espera. — Paro de andar e tiro o cobertor de cima da minha filha. — Lily, vou tirar seu implante só pro barulho não te incomodar, tá? Vai ficar alto.

— Tá. — Ela mesma me entrega os implantes e eu coloco no bolso.

— Vamos.

Saímos pelo portão de desembarque e fico tonto por conta dos flashes direto em mim. Seguranças ficam ao meu redor, mesmo que estejam todos a uma distância consideravelmente boa. Em determinado momento, Lily começa a levantar a cabeça, mas eu logo a coloco de volta no meu ombro. Se conseguirem foto do rosto dessa menina eu vou estar ainda mais ferrado. Sei que fiz merda desde o segundo que vi James, mas estou tentando me convencer de que não é nada demais.

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