Capítulo 45

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24 de março de 2026 (11:30 - Los Angeles, EUA)

Louis

Ainda levou um bom tempo para Lily acordar. Hope não olha na minha cara, Kiera e Emma também não. Até o Dylan apareceu por aqui e foi uma situação muito constrangedora. Há três meses nós estaríamos conversando, rindo e falando da vida. Agora nenhum deles sequer fica perto de mim por mais do que dois minutos. Por isso, acabei ficando no primeiro andar, enquanto os outros conversavam no quarto da minha filha. Quando vi Kiera descendo com ela no colo, me levantei rapidamente e fui até as duas.

— Oi, baixinha, dormiu bem? — Ela me olha um pouco confusa e mexe as mãozinhas enquanto fala.

— Não tô com o implante.

— Por que ela não está com o implante? — Pergunto a Kiera.

— Acabou a bateria. — Minha filha sinaliza algo para a mulher e logo sai de perto. Fico confuso, mas não posso perder o foco da conversa.

— Troca.

— E por acaso você trouxe baterias novas? — Eu não tinha pensado nisso. Esqueci completamente desse detalhe. — Foi o que eu pensei.

— Amor, vocês estão demorando e... ah, você. — Hope aparece no alto da escada e fecha a cara quando me vê.

— Hm, essa ainda é a minha casa.

— Infelizmente. — Kiera fala baixo, mas o suficiente para que eu escute. Olho para ela e a vejo com um sorriso no rosto.

— Cadê Lily?

— Ela quis usar o banheiro. — Isso explica muita coisa.

— Ahh! — É ela. É impossível confundir esse grito.

— Lily!

— Filha! — Corro junto com as duas para o banheiro e quando chegamos lá, Ethan está parado na porta.

— O que você fez? Meu Deus eu não sou paga o suficiente pra aturar dois idiotas. — Hope ajuda Lily a se vestir e a pega no colo.

— Eu só ia ao banheiro. Eu tenho culpa se ela não trancou a porta?

— Ethan, some daqui antes que eu faça algo que me leve pra cadeia. — Kiera está completamente sem paciência. Acho que ela tem até menos do que Hope, o que é bem difícil.

— O que houve? — Dylan pergunta desesperado.

— A gente ouviu o grito dela. — Emma aparece logo atrás dele.

— Ethan aconteceu.

— Oh, meu amor, vem aqui. — Ela pula para os braços de Emma.

— Eu quero a mamãe. — Consigo ouvir sua fala embolada e a voz de quem quer chorar.

— Eu sei, ela já já vai chegar.

— Acho que você precisa se afastar. — Dylan fala, mas eu me recuso a receber ordens deles.

— Eu não. É minha filha, eu cuido dela. — A puxo do colo de Emma e ela começa a gritar, balançando as pernas.

— Não! Não! Não!

— Você vai mesmo fazer isso duas vezes? Louis, deixa a Lily com a gente. — Hope tenta tirá-la de mim, mas eu dou um passo para trás.

— Uma hora ou outra ela vai ter que ficar comigo.

— Não vai ser agora. — Minha filha chama minha atenção e começa a mexer as mãos. Eu não consigo entender, não sei o que ela quer, por que ela só não fala?

— O quê? Lily, eu não entendo, filha. Hope. — Peço ajuda sem nem pensar direito e todos me encaram.

— Inacreditável. Louis, eu vou ficar com ela até o segundo que Alice pisar aqui, você gostando ou não disso. — Ela consegue tirar Lily de mim e se afasta.

— Eu vou ter que ligar pra polícia pra tirar vocês daqui?

— Liga. Vai me poupar tanto trabalho. — As ameaças dela não me abalam mais, mas preciso evitar escândalos. — Vamos almoçar. — Ela começa a ir para a cozinha e quando percebe que estou junto deles, para e se vira para mim. — Sozinhos. Você se vira depois. — Ela sai e me deixa parado, sem me dar chance de completar a frase.

— Mas...

— Louis, não piora as coisas, por favor. — Me surpreendo quando percebo que é Dylan que está falando. — Quando a Alice chegar vocês conversam e tentam se acertar. Vocês precisam acabar com essa guerra antes que prejudique a Lily.

— Dylan! — Emma o grita e ele dá de ombros.

— Indo!

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