Capítulo 27

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17 de março de 2026 (14:30 - Cochem, Alemanha) (05:30 - Los Angeles, EUA)

Louis

Cheguei no hotel estressado, mas tentando me controlar para não quebrar alguma coisa e ter que pagar pelos danos. Tomei um banho e deitei para descansar um pouco. Quase não dormi a noite, por causa daquele colchão horrível. Acordei já era super tarde, já tinha passado da hora do almoço, mas eu não tinha um pingo de fome, então decidi ligar para Victoria. Preciso falar com ela sobre minha volta.

— Você sabe que horas são? — Olho no relógio do lado da minha cama para conferir antes de responder.

— Quase três da tarde.

— Aí, animal. Você me acordou, espero que seja importante. — Só então me lembro do fuso horário. Não faço ideia da hora em Los Angeles.

— É do seu interesse.

— Estou ouvindo.

— Acho que já dá pra começar a pensar no meu retorno. Lógico, não tenho data certa ainda.

— Conseguiu resolver tudo aí? — Não é tão simples quanto parece, mas preciso passar confiança ou então ela manda alguém pra me levar de volta nem que seja amarrado.

— Mais ou menos. Está tudo se encaminhando bem.

— Tudo o quê, exatamente?

— Lily me adora, Alice faz o que eu quero. Passei essa noite na casa dela, dormindo com a Lily. — Resumo tudo, sem falar das brigas, do clima ruim e do caos que tudo se torna toda vez que um de nós discorda do outro.

— Já falou com ela sobre o dna? — Lembro do saco plástico no bolso da minha calça e corro para conferir se não o perdi, enquanto respondo a pergunta de Vic.

— Não. Nem precisa. — Falo assim que confirmo que ainda tenho o que eu preciso.

— Como assim, Louis?

— Eu encontrei um laboratório na cidade vizinha que consegue me entregar o resultado rápido. Hoje cedo eu consegui pegar um pouco do cabelo da Lily na escova de cabelo dela e guardei. Daqui a pouco eu vou levar lá. — Todo o arrependimento que eu tinha por ter alugado um carro pra ficar nessa cidade minúscula vai embora. Agora vai ser realmente muito útil.

— Você está ficando doido? Não pode fazer isso sem falar com a mãe dela.

— Óbvio que eu posso, eu sou o pai dela. — Desde o início nós já tínhamos a certeza disso, o teste de dna é apenas formalidade.

— Louis, você disse que não ia cometer nenhum crime.

— Mas isso não é um crime, James me disse que não teria problema. — Obviamente eu falei com ele antes disso, mas entendo ela ter deduzido que eu simplesmente agi por impulso. Esse caso é complicado e qualquer passo errado pode dar muita confusão.

— Eu vou matar os dois.

— Assim que o resultado sair eu falo com ela. Vic, relaxa.

— Não. Você vai falar disso hoje. Inventa uma desculpa muito boa e conta que você fez isso.

— Hoje eu não vou mais lá. Só amanhã. — Não dá tempo de ir na cidade do laboratório e voltar a tempo de ir lá. Eu gostando ou não, elas tem uma rotina bem regrada e eu vi como Lily está acostumada com isso.

— Na primeira oportunidade, Louis. Eu não quero saber de você mexendo com documento sem a Alice saber disso, está entendendo?

— Tá, eu vou tentar.

— Vai conseguir. Se vira. Agora me deixa dormir. — Ela fala irritada e desliga antes mesmo de ouvir minha resposta.

— Boa noite.

Pego o saco plástico e me pergunto se o que tenho é o suficiente. Tem que ser.

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