Capítulo 100

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ALERTA GATILHO: SUICÍDIO


15 de julho de 2026 (04:10 - Los Angeles, EUA) (13:10 - Cochem, Alemanha)

Hope

Quando Louis pega Lily para levar para o banheiro, percebo as inúmeras chamadas perdidas de Lexie. Meu corpo todinho fica bambo. Ela sabe que é madrugada aqui e a maioria das chamadas não foi nem há uma hora. Nem percebi o celular vibrando de tão preocupada que fiquei com Lily. Mando duas mensagens para ela e imediatamente meu celular toca outra vez.

— Lexie, me diz que você tem uma boa notícia. — Falo assim que atendo o telefone. Não sei se posso lidar com mais coisa ruim acontecendo hoje.

— Eu não posso te falar isso. Desculpa ter te acordado, Hope, mas...

— Você não me acordou. Lily está com mais de 40 graus de febre e a gente tá ficando maluco aqui sem saber o que fazer. — Ando pelo corredor, pensando em tudo que ainda pode dar errado.

— Pois então se prepara, porque eu acho que vocês vão ter que entrar num avião com ela assim.

— Lexie, o que aconteceu? — O tom de voz dela me preocupa, e os barulhos no fundo também me deixam preocupada.

— Alice tentou se matar. — Ela fala de uma vez e eu sinto minha visão embaçando. Isso não pode ser verdade. — Eu não sei direito como, o que aconteceu. Eu cheguei em casa, ela não me respondeu. Alice estava jogada no chão do banheiro, inconsciente. — Sinto minha cabeça girando, pensando em tudo que eu acabei de escutar.

— Lexie, você tem certeza que é isso? Ela pode só ter desmaiado.

— Hope, os médicos confirmaram que foi uma overdose de um remédio que eu nem lembro o nome. Não foi um acidente. Tinha... tinha uma carta no quarto dela. — Começo a chorar sem nem perceber.

— Não, isso não pode estar acontecendo. — Minha voz sai embargada e eu tento me controlar pra Ethan e Louis não perceberem nada por enquanto.

— Vocês tem que vir pra cá, Hope.

— Como ela está agora?

— Nada bem. Os médicos acham que ela ficou tempo demais desacordada. Hope, eles acham que o quadro dela é irreversível. — Cada frase dela me deixa ainda mais sem rumo. Eu não sei mais pra que lado ir, ou o que fazer. — Vocês precisam trazer a Lily. Ela precisa... precisa se despedir... ela tem o direito de ver a mãe antes de...

— Não! Não termina essa frase. Nós vamos, mas não vai ter despedida nenhuma. Lexie, não pode ter. — Eu me recuso a aceitar essa possibilidade.

— Hope, vem rápido. Qualquer segundo é importante.

— Tudo bem, eu vou falar com o Louis. A gente sai daqui antes de amanhecer. — Nem que eu precise sequestrar a Lily, ela vai ver a Alice.

— Ok, vou estar esperando vocês. — Desligo o celular na mesma hora que Louis sai do banheiro, com a blusa toda molhada e com a toalha de Lily nas mãos.

— Hope, você pode ajudar aqui rapidinho? — Quando não respondo, ele se aproxima. — O que aconteceu? Por quê você está chorando?

— Louis, eu vou te matar! — Vou pra cima dele com todas as forças que ainda me restam. Descarrego tudo que ignorei todo esse tempo. — Eu vou acabar com você. Vou fazer você desejar nunca ter nascido. Isso é tudo culpa sua. Tudo culpa sua!

— Ei, se acalma. — Ele segura meus braços, me impedindo de continuar batendo nele. — Do que você está falando?

— A Alice! — Meus olhos se enchem de lágrimas novamente.

— O que tem essa doida? — Ele revira os olhos e eu consigo me soltar dele, dando mais alguns tapas.

— Não fala assim dela! Eu vou te matar!

— Hope, começa a fazer sentido. — Ethan fala da porta do banheiro, com a expressão preocupada.

— Alice tentou se matar!

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