Capítulo 65

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01 de maio de 2026 (08:00 - Los Angeles, EUA)

Alice

Cada dia que passa eu fico mais ansiosa, mais angustiada. A chegada de Lexie e Peter em Los Angeles foi um alerta de que está tudo mais perto do que parece. Quatro dias. Quatro dias até ter certeza do que vai acontecer, de como minha vida vai ser.

— Alice. Lily. — A garota cacheada fala assim que entra na casa. Ela vai ficar aqui e Peter vai pra um hotel mais tarde. — Que saudade de vocês. — Minha filha corre para os braços dela com um sorriso no rosto.

— Eu achei que você nunca mais ia ver a gente. Tio Peter!

— Oi baixinha. — Eles batem as mãos e eu mordo o lábio, apreensiva, por saber que isso está prestes a ser destruído.

— Oi gente. — Falo baixo, olhando para o chão. Não consigo encará-los sabendo que eu coloquei todos nós nessa situação.

— Lily, vamos escolher alguns dos seus brinquedos novos pra mostrar pra Lexie e pro Peter? — Kiera chama e Lily se anima ainda mais.

— Vamos!

— Eu senti tanta falta de vocês. — Falo assim que minha filha sai de perto. Meus olhos se enchem de lágrimas e eu tento me controlar, mas sinto algumas escorrendo.

— Alice, não. Não chora. — Peter me abraça rápido, me confortando. Ele passa a mão pelo meu cabelo e Lexie também se aproxima.

— Não precisa chorar, logo nós vamos estar de volta na Alemanha com a Lily.

— Eu não sei de mais nada. — Não quero continuar acreditando nessas coisas e me iludindo dessa forma.

— Amiga, nós vamos conseguir.

— Não, Lexie, não vamos. Ele é rico, famoso, emocionalmente estável. — Tudo que eu não sou.

— Ele é tudo, menos emocionalmente estável, Alice. — Ele se controla melhor do que eu, já é o suficiente.

— Olha, tia! — Lily fala e eu me viro rápido, secando meu rosto e tentando fazer a melhor cara de paisagem possível. — Você tá chorando, mamãe?

— Acredita que a boba da sua mãe tá chorando de felicidade? — Peter se abaixa e fala com a garotinha. — Ela ficou com tanta saudade da gente que ficou emocionada.

— Ah. Tio, quer ver os brinquedos que meu pai me deu? — Peter torce o nariz, mas me encara e entende meu olhar como uma aprovação. Não falamos mal dele perto de Lily. Para ela, Louis é o super herói que a ama mais do que tudo.

— Quero. Me mostra tudo.

— Como as coisas ficaram lá? — Pergunto para Lexie, quando chegamos no quarto. Ela vai dormir comigo e com Lily, em um colchão inflável que Dylan emprestou. — Na escola e na lanchonete.

— Tudo certo. Tem uma professora te substituindo e na lanchonete acho que é um cara. Os dois são muito eficientes. A tal empresária encontrou pessoas boas. — Hope disse que Vic não ia deixar que eu fosse prejudicada pelo Louis e me garantiu que ela era honesta. Pelo menos alguém conseguiu minha confiança. — Antes que pergunte, Peter tirou férias que já estavam atrasadas e eu resolvi tudo com meus professores.

— Uma confusão só. — Sei que ela teve que entregar trabalhos adiantados e depois vai precisar repor as aulas para não terminar o semestre com falta. — Foi mal.

— Não se desculpe. Você não queria isso, foi o Louis que fez isso.

— Mas antes eu fiz muita coisa que não deveria. Às vezes eu penso que eu nunca deveria ter desistido, ela só tinha um ano, ia ter sido tão mais fácil. Tanta confusão teria sido evitada. — Divago e percebo Lexie me encarando.

— Espera, um ano? Alice, do que você está falando? — Não é hora, não adianta mais pensar nisso, não vai mudar nada.

— Nada, não importa mais. Vem, deixa a Lily te mostrar as mil e uma coisas novas que ela ganhou do Louis. — Falo já da porta. Ela me encara, relutante, mas nesse ponto qualquer um sabe que é inútil tentar forçar alguma conversa comigo, então aceita e me acompanha de volta para a sala.

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