06 de maio de 2026 (10:30 - Santa Barbara, EUA)
Louis
— Oi vovó. — Falo me sentando ao lado dela. Quando Natalie avisou que a dona Emily estava lúcida, não perdi tempo. Precisava contar tudo antes que ela se perdesse em sua própria mente outra vez.
— Oi meu menino, como você está? — O sorriso dela me alegra ainda mais.
— Bem, muito bem. Tenho uma novidade pra te contar. — Falo animado. Ela provavelmente não vai se lembrar da bisneta, só a viu uma vez e nem sempre a tal lucidez é completa.
— O que é?
— Lily vai morar comigo. Consegui a guarda dela.
— Quem é Lily?
— Minha filha, vovó. A senhora a conheceu há alguns dias.
— Não me lembro.
— Não tem problema. Vocês vão passar bastante tempo juntas. — Vou fazer questão de trazê-la sempre que tiver um tempo extra. Preciso aproveitar mais a minha avó e a Lily, a bisavó.
— E por que ela vai morar com você?
— Porque eu lutei pela guarda dela, pelo direito de conviver com a minha filha.
— A mãe dela morreu? — Ela pergunta olhando dentro dos meus olhos e eu sinto um calafrio. Não gosto nem de imaginar essa possibilidade.
— Não, mas fez algumas coisas que não foram legais. — Olho para o chão. — Eu também não fiz coisas legais. — Admito, mais para mim mesmo. Preciso aprender a admitir meus erros se for cuidar de uma criança. Não posso agir como uma.
— Ninguém é bom o tempo todo, meu menino. Você só não pode julgar as pessoas pelos erros delas. — Tenho a impressão de que já ouvi algo assim antes, mas não sei onde. De qualquer forma, fico confuso com a fala dela.
— Como assim? É justamente assim que nós sabemos quem elas são de verdade.
— Nem sempre, Louis. Você conhece a minha história, sabe o que minha mãe passou e eu também. Mas eu nunca te contei dos meus erros, minhas falhas. E foram muitos. — Fico surpreso e desconfiado. Não sei até que ponto é minha avó falando. Pode ser a doença confundindo a cabeça dela.
— Ainda não entendi.
— Bom, se eu te contasse das coisas erradas que eu fiz, você só se lembraria delas, por menores que fossem. Então eu preferi que você se lembrasse de mim pelas minhas conquistas. — Por mais que eu não queira, preciso admitir que faz sentido.
— Eu nem sei o que dizer.
— Você pode começar me agradecendo. Louis, não importa o quanto essa menina te fez mal, ela te deu uma filha, isso já é coisa boa o suficiente pra tentar esquecer os erros dela. — Já ouvi dizerem que um filho é sempre bom, mas até hoje não tive tempo o suficiente pra ter certeza disso. — Aliás, qual o nome dela? E da sua filha?
— Minha filha se chama Lily. A mãe dela se chama Alice.
— Eu conheci uma Alice uma vez. — Ah não. Tenho certeza que minha avó não conheceu muitas Alices por aí. — Ela era linda, um amor de pessoa. Tinha os olhos coloridos. — É... exatamente quem eu estava imaginando.
— Também conheci essa Alice. A senhora tem razão, ela era perfeita. — Ficamos em silêncio por um tempo. — Vovó.
— Oi meu amor.
— Acha que eu fiz bem? Em ter lutado pela Lily?
— Você acha que fez bem? — Ela pergunta de volta, olhando nos meus olhos. Mais uma vez sinto calafrios. Não sei a resposta.
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One More Summer
RomanceMais de seis anos se passaram desde que Alice resolveu ir embora. Louis finalmente conseguiu conquistar seu sonho e é um popstar famoso, que divide o tempo entre os fãs, entrevistas, shows e os cuidados com sua avó. Enquanto isso, Alice vive sua vid...