Capítulo 98

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07 de julho de 2026 (19:40 - Cochem, Alemanha) (10:40, Los Angeles, EUA)

Hope

Receber mensagem da Lexie nos últimos dias só quer dizer uma coisa: tem coisa errada com a Alice. Assim que leio, paro o que estou fazendo e ligo pra ela.

— Hope?

— Lexie, o que aconteceu? — Pareço mais desesperada do que realmente estou, mas não tem problema.

— Hope, a Alice precisa de ajuda, é urgente.

— Explica isso direito. — Começo a tremer e chamo a atenção de Kiera, que até então, estava focada no trabalho.

— Essa madrugada, encontrei Alice juntando uns cacos de um copo de vidro, com a mão sangrando, sem nem parecer que estava com dor. Foi... me assustou bastante.

— Você acha que ela fez de propósito? — Eu nem sei se quero ouvir essa resposta. Qualquer coisa é motivo de alarde.

— Não. Mas ela não está bem. Eu vi no olhar dela, Hope.

— O que a gente faz? — K se aproxima de mim e segura minha mão. Ela sabe que é algo sério, mas não sabe o que é ainda. Quando eu contar, ela é quem vai precisar de apoio.

— Acho que só tem uma coisa que pode ajudar, e é a Lily.

— O Louis nunca vai aceitar isso. — Passo a mão pelo cabelo. Ele pode estar se saindo muito bem como pai, mas tenho certeza que nada vai fazê-lo deixar a Lily com a Alice. O ego fala muito mais alto.

— Nem se você jogar na cara dele a situação da Alice?

— Nem assim. Ele não ouve a gente, Lexie.

— Hope, a gente precisa fazer alguma coisa, eu tenho medo do caminho que a Alice tá tomando. — Eu também. Estou desesperada por estar longe e não poder ficar grudada nela o tempo todo.

— Você tem certeza que é grave assim?

— Só um minuto, ela tá acordada. — Ela sussurra e eu fico calada. — Onde? Tem certeza? Não demora.

— O que foi? — Pergunto quando tenho quase certeza de que Alice já saiu de perto.

— Ela saiu. Outra coisa que ela tem feito bastante. Sai de casa sem hora pra voltar. Não sei onde ela vai, mas não é aqui perto.

— Você acha que tem a ver com a história do Nate? — Isso ainda me causa arrepios e o fato da Alice nunca ter aceitado falar sobre só piora.

— Não. Acho que ela só usa esse tempo pra desligar do mundo mesmo.

— Se ela saiu de casa é um bom sinal, né?

— Eu não sei mais. Eu pareço uma mãe, sempre preocupada com ela. Quando ela sai, quando eu preciso sair, quando nós estamos em cômodos diferentes da casa. — Sei que ela está cansada, mas não consegue não se preocupar. Alice é como uma irmã pra Lexie.

— Lexie, nós vamos resolver isso.

— Como?

— Ainda não sei, mas vou pensar em algo. — E rápido. Sinto que se a gente demorar demais, pode não ter mais volta.

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