Capítulo 95

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04 de julho de 2026 (08:30 - Los Angeles, EUA) (17:30 - Cochem, Alemanha)

Alice

Passei o dia inteiro no quarto, sem conseguir forças pra me levantar e fazer alguma coisa. É a primeira vez que passo o aniversário de Lily longe dela, e ao mesmo tempo, é o primeiro que ela vai ter uma festa como sempre quis, como sempre mereceu. Lexie desistiu de me tirar da cama depois que eu prometi que ia ligar pra Lily. Mandei mensagem pra Hope, pedindo pra me avisar quando ela acordasse, mas ouvindo o telefone tocando agora, acho que me arrependi.

— Oi, estrelinha. — Me sento na cama e acendo o abajur, pra ficar um pouco mais claro e ela conseguir me ver. — Feliz aniversário. — Ela sorri e eu fico feliz em vê-la.

— Oi, mamãe. Tô com saudade.

— Eu também, tô. Muita saudade. Você já ganhou algum presente? — Ela sorri novamente.

— Já. A tia Hope me deu uma roupa de balé. A Vic comprou um monte de quebra cabeça novo pra mim. Meu pai disse que tem um presente que é surpresa. — Ela fala com empolgação, feliz por ter tanta coisa. É bom saber que ela está bem.

— Nossa, quanta coisa legal. Você vai começar a fazer aula de balé?

— Não sei, eu posso? — Ela precisa parar de pedir minha aprovação pra tudo, ela não vai me ter pra sempre e quem está perto dela agora é o Louis.

— Claro que pode. É só pedir seu pai.

— Mamãe, você vem na minha festa né? — Fico séria com a pergunta e olho para Hope, que dá de ombros. Ela disse que ia conversar com a Lily sobre isso.

— Filha, não.

— Por quê? É meu aniversário.

— Eu sei, meu amor. Tudo que eu queria era estar com você, mas eu tô longe, lembra?

— Eu achei que você ia me ver hoje, de presente de aniversário. — Isso me machuca mais do que eu esperava.

— Eu queria muito, Lily, mas não deu. Desculpa.

— Tudo bem. — Ela quer ser compreensiva, mas entendo que esteja chateada, decepcionada.

— Ei, nada de ficar com essa carinha triste. Hoje é um dia feliz.

— Sem você é triste.

— Nem pensar. Você tem um monte de gente que te ama aí, não quero ouvir que você ficou triste o dia todo, entendeu? Lily, aproveita sua festa. Brinca muito e come bolo até sua barriga doer. — Ela força um sorriso e eu fico um pouco aliviada. É melhor do que nada.

— Tá bom. Vou comer o primeiro pedaço, porque ele ia ser seu.

— Isso. Depois me conta se estava bom mesmo.

— Tá bom. — Sinto meus olhos se enchendo de lágrimas e percebo que é hora de desligar. Não vou chorar na frente dela.

— Tchau, filha. Eu te amo.

— Também te amo. — Assim que desligo o telefone, sinto um vazio e deixo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto, sem saber direito o motivo de estar chorando.

One More SummerOnde histórias criam vida. Descubra agora