Capítulo 52

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26 de março de 2026 (13:30 - Santa Barbara, EUA)

Louis

— Onde a gente tá? — Deve ser a milésima pergunta que minha filha faz desde que nos encontramos.

— Você vai conhecer duas pessoas. — Falo sorrindo. Desde o momento que eu soube da existência dela eu sonho com esse momento.

— Quem? Minha mãe tá aí também? — Não aguento mais isso. Alice criou essa menina muito apegada.

— É surpresa. E não, Lily, eu já falei, você não vai ver a mamãe hoje.

— Mas eu quero minha mãe. — Ela fecha a cara e cruza os braços, assim que a tiro do carro.

— Filha, vamos. Depois a gente pensa nisso.

— Não. Eu só vou se eu for com a minha mãe. — Que menina mimada.

— Para de birra, Lily! Vem logo. — Pego a mão dela e saio andando. Atravesso a rua e ela continua tentando se soltar de mim.

— Ai, tá machucando, me solta, papai. — Paro de andar e olho pra ela. Fiz tudo errado.

— Desculpa, baixinha. — Tento manter a calma. — É que nós estamos atrasados. Essas duas pessoas vão amar te ver.

— Tá bom.

Entramos na casa e passo por Natalie, que indica que minha avó e Lucy estão no quintal. Lily está encolhida, grudada em mim, quando passo pela porta e encontro as duas sentadas, observando alguns passarinhos que estão tomando banho em uma poça d'água. Lucy é quem percebe nossa presença e se levanta rápido, ela estava tão ansiosa quanto eu.

— Lily, essa é sua tia, Lucy. — Falo com a minha filha, que se esconde atrás das minhas pernas, com vergonha.

— Oi, Lily.

— Fala com ela, filha.

— Oi. — A baixinha acena e sorri. Eu a pego no colo e me sento ao lado da minha avó.

— Vovó? — Chamo e ela sorri para mim.

— Oi, meu filho, estava com saudade. E essa menina linda é a Lucy? Ela cresceu tanto. — Lily me olha confusa e minha irmã logo tenta corrigir as coisas.

— Não, vovó, eu estou aqui.

— Não seja boba, você não pode ser a Lucy.

— Eu sou, vovó.

— Nossa, como o tempo passa rápido. — Ela diz, como se fosse um absurdo minha irmã ser tão velha. A verdade é que Lucy é só dois anos mais velha que eu.

— Lily, essa é sua bisavó, Emily.

— Por que ela tá falando que meu nome é Lucy?

— A gente te explica mais tarde, pode ser? — Minha irmã fala e minha filha concorda em silêncio.

— Eles acham que eu sou doida, minha filha. Qual o seu nome?

— Lily.

— Você me lembra uma moça bonita que eu conheci uma vez, não me lembro o nome dela. — Não, vovó, por favor, não se lembre disso agora.

— Alice? — Lily pergunta, com esperança.

— Acho que era esse nome sim.

— Você conhece minha mamãe? — Lily se empolga. — Sabe onde ela está? Me leva nela. — Percebo que ela está querendo chorar, mas usa todo o orgulho herdado da mãe para se controlar.

— Ah minha querida, eu não sei onde ela está. Seu pai não sabe?

— Lily, depois a gente fala disso. — Falo baixo, tentando não me estressar. Logo depois, a garotinha sai do meu colo e se aproxima da minha avó. As duas engatam em uma conversa sobre coisas aleatórias. Me levanto e vou até minha irmã.

— Louis, você não acha melhor levar a Lily pra Alice? — Reviro os olhos com a sugestão.

— Ela precisa se acostumar a ficar comigo, você sabe disso.

— E não gosto nem um pouco. Tá na cara que ela não vai aceitar ficar longe da Alice. — Ela não tem que aceitar nada. O que o juiz decidir vai ter que ser cumprido. E eu tenho quase certeza de que Lily ficará comigo.

— Ela vai se acostumar. Criança se adapta rápido.

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