Capítulo Oito

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— Então com toda certeza temos que sair daqui nesse instante, ou aqueles lindos querubins ali vão acabar com a nossa existência. — Estella diz apontando para minhas costas.

— Definitivamente é uma ótima ideia.

— Prontas para o teletransporte? Pode ser meio diferente, aqui não tem muita energia, então não consigo nos teletransportar para muito longe.

— Dá para não explicar isso agora? Só tire a gente daqui. — Digo apressada. Em momentos estamos a alguns quilômetros de toda aquela confusão.

— Até quando você vai continuar assim? — Estella aponta para meu corpo de cima para baixo.

— Espero que não muito.

— Esperamos, você é alvo ambulante, esperando uma espada ser cravada no seu coração.

— Obrigada, isso foi ótimo, totalmente reconfortante.

— Sinto muito mas é a realidade. Temos que andar rápido, antes que eles nos alcancem, possuem asas, coisas que nós não temos. Onde a droga do Demir escondeu aquele maldito banker? — Fala esbravejando para si mesma.

— Banker?

— Sim, o Demir sempre me teletranportava para um Banker perto do reino dos anjos, e na nossa situação achá-lo seria uma salvação, já que temos uma tocha humana ao nosso lado.

— Só lembrando, eu não pedi para estar assim.

— Sabemos, sabemos.

— Mas se o Elfo te trazia aqui por que não sabe onde fica? Ele te vendada ou algo assim? Sem julgamentos é claro. — Digo dando uma risada.

— Repita isso mais uma vez e eu acabo com a sua raça, farei jus a minha espécie.

— Que medo, você me assusta imensamente Psyche. — Seguro outra risada.

— Insolente. — Ela rosna.

— Vocês duas por favor, parem.

— Respondendo a sua pergunta Khione, não, ele não me vendava, e sim sempre colocou uma barreira de invisibilidade para ninguém nos achar.

— Como essa? — Estella atravessa a mão por uma campo magnético.

— Como essa.

— Só atravessem e desçam, não olhem para trás e prestem atenção por onde pisam, aquele maldito elfo adora armadilhas e joguinhos psicológicos.

— Eu estou começando a odiar o Demir.

— Me odiar? Por que razão? — Todas nos espantamos com holograma a nossa frente.

— Esqueci de mencionar, isso.

— Por que diabos tem um holograma dele aqui?

— Já ouviu falar em egocentrismo? Pois bem, é algo que o Demir tem de sobra, ou seja vamos achar muitas coisas endeusando ele por aqui.

— O que fazem aqui?

— Ele tem vida própria? Como isso funciona?

— Não, foi programado, porém é muito sofisticado, quase como os soldados de Elphia.

— Soldados de Elphia?

— Assunto para outro instante. Precisamos achar o livro de pedras. Ele está aqui em algum lugar, agradeço pela organização dele, ordem alfabética, e aqui está. As Seis pedras centrais, preciso de contato com o cristal verde, e creio que um pequeno pedaço dele está aqui também, ou Demir não conseguiria nós teletransportar para tão longe em uma única vez.

— Agora seria uma excelente hora para nos explicar sobre isso.

— Ah, tudo bem. Pedras centrais são as que liberam energia das quais os seres místicos adquirem poder, ou pelo menos grande parte deles, existem algumas lendas sobre alguns que emanam poder e não o sugam das pedras, podendo ter seus poderes sem necessitar delas ou de sua energia, infelizmente não sou uma dessas. Há uma em cada reino, vermelha, azul, verde, negra, amarela e por fim a roxa, duas foram destruídas ou parcialmente destruídas, rumores dizem que em algum tipo de guerra entre anjos e demônios a pedra vermelha que corresponde ao reino angelical foi parcialmente destruída, a maior parte foi perdida, e a negra correspondente aos demônios foi completamente destruída, ou seja, os anjos só possuem pequena parte dos poderes que seus ancestrais um dia tiveram. E os demônios, bem, nós não temos nenhum tipo de poder nosso, absorvemos a energia de outras pedras e pegamos seus poderes, por isso não somos bem vindos em quase todos os lugares.

— Teria alguma explicação para eu estar nesse estado após o contato com aquela estátua?

— Sim, mas é algo completamente improvável, se a estátua possuía qualquer resquício da jóia vermelha original e não da que os anjos fizeram com partes esmigalhadas da antiga, o contato direto com a jóia pode aguçar seus poderes absurdamente, mas seria impossível você ser um anjo inativado e entrar em contato com ela, morreria no mesmo instante, mas pelo que vemos você está viva e inteira, e ainda em chamas, o que é mais surpreendente. A jóia pode aguçar seus poderes mas só por um pequeno período de tempo, e você já está assim a horas.

— Psyche, é, sem querer ofender, mas você já parou pra pensar que ao invés de intensificar os poderes da Khione, a jóia pode ter os ativado.

— Sim, realmente é possível, mas com um simples toque? Seria necessário mais do que isso, você fez mais alguma coisa que não nos contou Khione?

— Não, somente encostei minha cabeça contra ela.

— E achamos o motivo, a cabeça, é o lugar em que mais concentramos nossa energia, com tantos pensamentos e perguntas passando em seu cérebro, tantos sentimentos e sensações diferentes, o contato com a jóia fez com que tudo isso se transformasse em poder, assim te ativando.

— Isso é bom? E o mais importante, quando passa?

— Muito bom, precisamos de alguém que possa lutar contra alguns querubins e serafins, dentre outras classes de anjos, mas eu realmente não faço ideia de quando isso irá acabar.

— Lutar? Psyche o mais perto que eu cheguei de lutar nessa vida foi fazendo aulas de autodefesa.

— Enfim serão úteis, vai se defender bastante daqui para frente.

— Quando retornaremos a cabana?

— Não retornaremos, aquela é completamente rastreável para qualquer ser com o mínimo de poder, Arwen só permitiu que ficassem lá por que sabia que eu estava a caminho.

— E os livros tudo que poderíamos aprender, sobre os poderes, pedras centrais, os povos?

— Temos alguns aqui e a base de Elphia tem tudo que precisamos.

— Como entraremos lá sem nenhum elfo?

— Não faço ideia, aliás a rainha Kastian não é fácil de se enganar, para nossa sorte, ela tem seus pontos fracos, e um deles se chama Psyche. — Ela diz piscando.

— Isso é sério? — Digo revirando os olhos.

— Sim Khione, e me agradeça por ser a pessoa por quem ela tem uma queda, caso contrário não entraríamos lá vivas.

— Obrigada srª Psyche por seus fiéis serviços. — Faço uma reverência forçada.

— Vamos logo, antes que eu mude de ideia sobre nos fazer entrar lá e deixe vocês sozinhas a própria sorte na floresta com aqueles anjos.

— Acho melhor ouvirmos e seguirmos ela Khione. — Estella diz.

— Ouça ela ruivinha, é melhor mesmo. — Ruivinha? Essa mulher ainda não percebeu que eu poderia queima- lá agora mesmo? É claro, se eu soubesse como atirar uma bola de fogo em sua direção, mas isso realmente não vem ao caso. Por ora acho melhor segui-la.

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