Capítulo Dezenove

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Estella

Ouço Kastian me chamar e em seguida me nomear guarda particular, não entendo o que está acontecendo mas a sigo quando sai do recinto.

— Me siga.

— O que houve?

— Nada em específico, só preciso de alguém aqui.

— Não poderia ser Psyche ou Khione? — Ela me dá um olhar de desdém, e mesmo sabendo que minha pergunta foi estúpida diante das circunstâncias responde.

— Não, você está mais apta a me guardar.

— Kastian, sejamos sinceras, você é capaz o suficiente de proteger a si mesma e a todo esse reino se quiser.

— Já entendi que não está contente em ter ficado aqui comigo, mas poderia só ficar em silêncio por alguns minutos e fingir que gosta de minha pessoa? Ou será que é difícil demais para você? — Me calo e prossigo andando. — Obrigada.

— Se você fosse mais gentil e menos rude as pessoas talvez gostassem de você. — Me arrisco a dizer mesmo sabendo que essas palavras podem ser os pregos finais em meu caixão. E de fato estava certa, a rainha direciona sua mão até meu pescoço e aperta fortemente forçando minhas costas contra a parede, sinto suas unhas perfurando minha pele e por um milésimo de segundo vejo a morte. Ela olha dentro de meus olhos com uma expressão odiosa e cospe as palavras em minha cara.

— Me escute pois só direi essa vez, se tiver coragem o suficiente para falar nesse tom comigo novamente essas mesmas unhas que estão em seu pescoço se encarregarão de acabar com você.

— Certamente minha rainha. — Digo quase que ironicamente, mas mesmo assim ela solta meu pescoço.

— Ótimo.

— Era exatamente disso que estava falando, você é rude. — Visivelmente perdi completamente o medo da morte, porém por algum motivo sinto que ela não me fará mal algum.

— Ouviu o que acabei de dizer? — Fala vociferando. — Eu poderia — Me joga novamente contra o frio concreto da parede e fixa seus olhos em mim. — matá-la agora mesmo.

— Mas vai? — Indago.

— Infelizmente preciso dos seus serviços. — Me solta mais uma vez.

— Prender pessoas contra a parede é algo que você gosta muito não é majestade?

— Estella, não me faça cortar sua garganta, estou tentando mantê-la viva.

— Você sabe que não teria coragem. — Desafio a morte uma última vez.

— Como? — Ela para e vira-se para mim.— Acha que eu não teria coragem de acabar com a raça de alguém tão insignificante como você? — Diz rindo. A risada histérica que já conheço.

— Sim, acho, caso contrário já teria feito desde a primeira vez que ousei te criticar.

— Sua estupidez me admira. — Segue rindo.

— Sabe que não estou errada. 

— Você insiste em me insultar, por acaso é algum tipo de suicída?

— Só quero ver até onde posso ir com você, vejo que tenho algum valor, ou já estaria com a garganta cortada a vários minutos.

— Não está totalmente errada. — Diz me empurrando contra uma porta entreaberta, entrando e logo em seguida a trancando.

— Você, não te ordenei que ficasse por nada, os anjos acham que tenho uma rainha, que a essa altura imaginei ser Psyche, mas devido o que aconteceu será você.

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