Capítulo 20 - Não toque a água

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 Samanta se esqueceu de mencionar que não poderíamos navegar pelo rio de noite, pois estava repleto de monstros aquáticos difíceis de lidar. Então, montamos um acampamento nas margens até o amanhecer.

Fiquei muito aborrecido com a notícia. Queria chegar logo, mas acabei despertando da minha ilusão. A verdade é que até chegar de volta ao Castelo Negro demoraria pelo menos um mês de viagem mesmo pelo mar.

Se fossemos por terra nos depararíamos com inúmeros dungeons grandes e pequenos. Sem contar com o difícil terreno e as diversas cidades no caminho. Não posso esquecer que agora os humanos também me tratarão como um inimigo se souberem quem eu sou.

Minha única alegria ao acordar de manhã foi ver a nova técnica culinária de Pietro. Não conseguia desgrudar os olhos dos seus movimentos. Ontem ele exibiu um pouco da sua proeza, mas só hoje vi como sua habilidade era impressionante.

Haviam 2 montinhos enormes de carnes e verduras que coletamos ao lado dele. Suas mãos foram cobertas por uma aura negra e, de repente, o mana se espalhou pelo ar formando uma longa mesa tão sólida quanto metal.

O material semitransparente da mesa tinha quase 10m de largura. Logo Pietro fechou os punhos e dois facões apareceram em suas mãos. Ele cortou os alimentos numa velocidade inumana. Não demorou nem 2min para terminar o suficiente para quase 6 mil pessoas.

Eu não era o único a assistir o show. Algumas pessoas ficaram ao seu redor observando-o trabalhar.

Um pequeno grupo de ex-escravos coletava os alimentos e os levava para panelas e fogueiras preparadas com antecedências sempre que se acumulavam na mesa. Pietro só os deixava executar as tarefas simples, como carregar ingredientes, entregar a comida às pessoas e lavar os pratos.

Esses ex-escravos eram voluntários que queriam ajudar na preparação. Eles se sentiram mal de ser protegidos sem colaborar com nada. Além disso, alguns foram chefs ou ajudantes de cozinha antes de se tornar escravos.

Haviam 3 formas de se tornar um escravo no Reino de Isis. A primeira era perdendo uma guerra. Os perdedores eram levados como escravos para trabalhar principalmente em lavouras, limpeza e construção ou outros afazeres que as pessoas não gostavam.

A segunda era por dívida. A pessoa ou família que não conseguia pagar se tornava escrava para pagar a dívida. Se conseguisse pagá-la recuperava sua liberdade.

A última era quando um nobre queria. Basicamente, se um nobre quisesse algum humano comum da cidade, somente precisava tomá-lo e declará-lo escravo. Não havia nada que pudesse ser feito, pois a sua magia superior era imbatível. Caso o nobre se encontre com um plebeu forte, o reino o apoiaria. Ninguém resistia esse tipo de coisa aqui.

Ontem Pietro me disse que aprendeu essas técnicas no livro que encontramos na caverna. Ele mostrou que a técnica consistia em projetar sua aura para criar objetos necessários para a cozinha.

Além disso, eram mais duros do que ferro. Dependendo da quantidade de mana embutida, poderiam ser ainda mais resistentes. Também exibiam efeitos extraordinários, como frigideiras que se aqueciam sem fogo ou uma caixa que mantinha tudo gelado.

Fiquei feliz por ele conseguir uma técnica dedicada fielmente a culinária. Se houvesse alguém que se encaixaria perfeitamente nela, seria ele.

Observando seu status, notei que ele estava a ponto de passar para o nível C1.

[Nome – Pietro]

Título – ex-assassino, chef

Nível – D3

Vida – 987

Força – 48

Magia – 40

Invocação Golem 2 - O despertar dos DungeonsOnde histórias criam vida. Descubra agora