Capítulo 32 - Demônios Inferiores

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Encontramos demônios inferiores no 15º andar do Dungeon Imortal!

Não podem ser tão poderosos, não é? Tem inferior no nome deles. Mas o slime foi derrotado tão facilmente...

[Demônio inferior nível D3, vida 470, força 48, magia 49, espírito 42. Habilidades: manipulação de escuridão 3, teletransporte 1, absorção 3, corrosão 4, infecção 1.]

As habilidades dos monstrinhos cinzentos eram assustadoras. Manipulação 3 era um desastre para nós neste ambiente cheio de mana negro. Além disso, com absorção podiam sugar mana, força, espírito de uma pessoa. Corrosão era a mesma habilidade do meu Salix, então aquele ataque gosmento era um líquido desintegrador difícil de deter.

Eles ainda podem se teletransportar? Que habilidade assustadora! E o que seria Infecção?

O sistema abriu uma janela azul para me explicar, mas antes de que pudesse ler os 25 demônios inferiores sumiram reaparecendo na minha frente. Minha Capa Golem reagiu liberando cordas que me puxaram para longe ao mesmo tempo em que empurravam alguns deles para os lados.

Minha Armadura de Ferro também foi ativada liberando duas lâminas dos meus antebraços e movendo-os contra minha vontade para me defender de 3 monstrinhos que conseguiram passar pela defesa da capa.

O som metálico das garras dos demônios contras as lâminas da Armadura Golem ressoava incessantemente na troca de golpes.

Não sei em que momento, mas meus 9 Cerberus e o Olho Infernal morreram e voltaram a mim como partículas de luz. Somente a Armadura Minamoto sobrou se defendendo deles com suas katanas. Mas logo perderia, pois havia cada vez mais demônios atacando-o e seus movimentos eram extremadamente coordenados.

Vamos Oscar! Pense, pense, pense!

No meu desespero, concentrei mana nas mãos e liberei o máximo de fogo possível. As chamas se estenderam por 50m. Os primeiros demônios foram atingidos e caíram no chão rolando de dor. O resto correu para longe se escondendo nas sombras das árvores cinzentas.

[+5 EXP.]

Uh, então cada um dá 1 EXP. Finalmente terei a chance de passar de nível.

Seus olhos vermelhos brilhavam sinistramente dentre as folhas enquanto cochichavam.

[Linguagem dos Demônios aprendida.]

Ótimo, mais uma para o arsenal. Quase perdi minha vida para conseguir essa.

– Kyu, eu estava a ponto de comer aquele grandão.

– Kya, melhor avisar o chefe para trazer reforços.

– Teríamos que dividir a comida, Kyo. Não quero dividir!

Que tipo de conversa era essa? Eles nem estão tão assustados assim mesmo depois de ver seus amigos morrendo.

Percebendo que não desistiriam facilmente, juntei todo mundo em um só ponto e criei uma barreira de fogo ao nosso redor. Ela resistiria alguns minutos, mas precisava pensar em algo logo.

Para minha surpresa, quando fui buscar os corpos dos 5 demônios que matei, eles haviam se tornado cinzas. Nem suas almas sobraram.

Que estranho, é a primeira vez que um monstro não deixa seu espírito para trás... O que são essas coisas?

Foi ai que percebi que, entre as cinzas, haviam pequenos cristais vermelhos do tamanho de uvas.

[Cristal de mana corrompido inferior adquirido. 2x Mais eficiente que um cristal comum. Alerta! O uso do cristal corrompe a alma de quem o absorve.]

Ótimo, queria tanto conseguir cristais de mana e quando os consigo não posso usá-los.

Guardei todos os 5 no Inventário pensando em mostrar para Samanta depois. Talvez ela encontre um bom uso para eles.

Além disso, encontrei 2 moedas de prata. Nos primeiros andares do dungeon, eu costumava achar somente de cobre. Era minha primeira vez vendo uma dessas aqui. O mais curioso foi descobrir que eram iguais as que consegui na cidade de Mawé quando meus golens trouxeram os tesouros abandonados da cidade.

Essas moedas são um mistério. Elas têm runas escritas nelas e não consigo transmutá-las... Será que todas as moedas do reino vem de dungeons?

De qualquer forma, me reuni com os meus companheiros esperando por respostas. Não podia ser o único a não saber sobre esses demônios.

Ascendemos fogueiras ao redor dos veículos com a madeira que ainda tinha no Inventário. Por alguma razão a madeira daqui não queimava.

Reunidos em um círculo no meio do nosso acampamento improvisado, comecei.

– Muito bem, quem aqui quer me contar como acabar com esses pestinhas?

Todos trocaram olhares preocupados com a minha forma de falar. Samanta, sem vergonha alguma, contestou.

– Pestinhas?! Aqueles são demônios Oscar, demônios! Você quer acabar com eles? Deveríamos fugir!

Todos concordaram com a cabeça.

Vendo que eu não os entendia, Pietro se aproximou e disse:

– Senhor, os demônios são a raça mais temida de Midgard. Sempre que encontrar um, a melhor saída e fugir. Eles são sorrateiros, fortes e possuem poderes misteriosos.

– Mas e esses que derrotei? Isso tem que ser um sinal de que podemos enfrentá-los, não é?

Pâmela foi a próxima a falar.

– Derrotar alguns pode ser considerado um golpe de sorte. Eles sempre agem em grupo e ainda podem haver demônios superiores controlando esses que vimos. Você pode se considerar um dos sortudos. Nenhum homem fera os enfrentaria.

Jean, que ouviu silenciosamente até agora, deu um passo à frente enquanto mantinha os braços cruzados.

– É a primeira vez que conheço alguém capaz de derrotar um demônio. Se ele conseguiu uma vez, consegue de novo. Podemos encontrar uma forma de matá-los.

– Isso! Sabia que você me apoiaria amigo!

Jean e Raoni, do seu lado, me olharam com tanto ódio que engoli minhas palavras.

Parece que não somos amigos então. Bem, o apoio basta.

Montamos um plano juntando todos os magos capazes de usar magia de fogo e vento. Esses elementos combinados criariam um efeito amplificador.

No fim, nosso grupo foi formado por Samanta, Alice, eu, o mordomo Philips, a garota que sempre o acompanhava e mais um aventureiro de nariz pontudo e cabelos que chegavam até os ombros. Esses 3 últimos eram nível C.

O restante dos aventureiros com elementos de fogo ou vento não tinha nível suficiente. Assim, voltei com todos até a caverna e criei uma enorme porta metálica na entrada para evitar que os demônios entrassem.

Pietro, Pâmela, meus golens e os demais aventureiros ficariam encarregados de proteger este lugar até limparmos o terreno. Afinal, avançar em um grupo menor nos daria muito mais mobilidade.

Observei meu pequeno grupo de 6 que se arriscaria comigo nesta floresta misteriosa para caçar demônios. Acenei para cada um silenciosamente e dei meia volta.

– Muito bem, vamos!

Invocação Golem 2 - O despertar dos DungeonsOnde histórias criam vida. Descubra agora