Capítulo 86 - Evolução

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Transformamos a fria caverna subterrânea em uma base temporária. Como já era de costume, Samanta e eu formamos quartos com transmutação nas fendas da caverna. Além disso, criamos um sistema de aquecimento.

O Boitatá estava enrolado no meio da caverna liberando uma forte aura fantasmagórica verde e violeta. Ele havia comido metade dos cristais violetas que encontramos e estava a ponto de passar para o nível B.

Ana e eu absorvemos o restante. Mesmo sendo uma quantidade menor, sentimos uma grande melhoria nos nossos poderes. Diferente de outros cristais de mana, estes realmente melhoravam a Invocação Espiritual. Os outros simplesmente melhoravam nossas reservas de mana e mal afetavam a nossa linhagem.

Nós o observávamos de longe como espectadores VIP. Eram raras as oportunidades de presenciar um ser passando para o nível B.

Suas escamas verdes foram se tornando mais grossas e a cor mudava do verde para o violeta. Seu corpo também se alongava e chegou a passar do dobro de comprimento.

A aura continuou aumentando fazendo a caverna tremer. Se continuasse crescendo, não sobraria espaço para nós. O corpo da serpente também passava de um estado sólido para etéreo o tempo todo, como se a qualquer momento fosse desaparecer.

Temi que tudo desabasse sobre nós, mas o gelo por cima fazia um excelente trabalho mantendo a estrutura.

Repentinamente, o Boitatá cresceu novamente chegando a 3 vezes o seu tamanho normal. Ele finalmente passou para o nível B1. Quase não cabia na caverna.

A serpente levantou a cabeça abrindo a boca cheia de dentes afiados liberando uma fumaça violeta ao redor do seu corpo e sentimos uma enorme pressão sobre nós.

[Boitatá nível B1, vida 5430, força 77, magia 76, espírito 79. Habilidades: Manipulação etérea 7, Escudo espiritual 6, Absorção espiritual 5, Veneno 4, Teletransporte 3, Subdomínio Éter.]

Sua vida foi de 4500 para 5430! Força de 74 para 77, magia de 6 para 67 e espírito de 74 para 79. Seu status para força e espírito pareciam aumentar pouco, mas senti que não era tão simples assim. A qualidade do seu mana saltou para outro patamar. Era muito mais puro e concentrado.

Além disso, agora que se tornou meu familiar, pude ver suas habilidades.

A manipulação etérea era a que lhe dava os seus poderes fantasmagóricos. Por isso ele podia desaparecer numa chama ou se esconder em outra dimensão. O escudo espiritual era aquele que fortalecia suas escamas e o cobria com uma camada de proteção de aura e magia. Com absorção espiritual ele conseguia absorver EXP dos seus inimigos e finalmente, ele ganhou a habilidade de teletransporte.

Além disso, sua última habilidade, Subdomínio Éter, era sem nível e a mais poderosa. Ele conseguia criar uma área em que os inimigos teriam que obedecer certas regras, como se fosse seu próprio mundo onde ele definia às leis que governavam o espaço.

De repente, o sistema me deu um aviso.

[+200 EXP por observar o surgimento de um nível B. EXP 9.892 / 10.000.]

Olhei para a serpente emocionado. Depois, para os meus companheiros de Party, que ganharam o mesmo bônus que eu.

Não pode ser? Ganhei tudo isso? Os outros também estão a ponto de passar para o nível B!

Meu EXP não subia rapidamente como nos primeiros níveis. Minha teoria era que a experiência de um nível B era diferente dos outros. Eles tinham poderes que um nível C não compreenderia. Por isso, dificilmente eu avançaria só eliminando níveis Cs.

Precisamos caçar níveis B se quisermos avançar de nível rápido.

Deixei meus drones na caverna para que buscassem recursos usando seus lazers. Então, cavamos um túnel para cima. Nosso objetivo era derrotar a raposa.

Samanta também nos deu algumas esferas vermelhas do tamanho de um punho. Ela disse que comprimiu a essência do fogo dentro deles e seu poder chegava a um ataque de nível C3.

– Acredito que estas bombas consigam enfraquecer a raposa já que usam o elemento contrário, principalmente se atacarmos juntos.

Entramos debaixo da terra mais do que imaginei.

Demoramos uma hora para chegar à superfície. Havia uma floresta de pinheiros congelados ao nosso redor e nenhuma presença de vida.

O vento frio da floresta soprava nos nossos rostos. Acostumados, cobrimos nossos corpos com aura como proteção.

Juntei a própria neve e a comprimi criando 1.000 golens na forma de borboletas. Elas se espalharam pelo território em busca de inimigos. Enquanto isso, criei uma pequena fortaleza utilizando a obsidiana para criar um pequeno castelo.

Meus golens chegaram a percorrer um quilômetro ao redor de nós sem encontrar vestígios de inimigos. Esperamos nas muralhas do castelo improvisado observando cada canto do lugar. De repente, um vento frio soprou a neve e Yasmin viu como a pequena raposa se formava com as partículas. Ela apontou para essa direção assustada.

– Ele está aqui!!!

A raposa voltou a mover sua cauda de um lado a outro criando um tornado como da primeira vez. Seu ataque foi ganhando força arrancando as árvores próximas enquanto vinha em nossa direção.

Toru e Ruto deixaram seus machados de lado e levantaram os lançadores de granadas que criei previamente. Eram canos ocos que disparariam nossas bombas com muito mais força.

Eles canalizaram suas auras nas armas para lançar as bombas de fogo no tornado com muito mais poder. Os projéteis bateram contra os escombros no tornado e explodiram com um poder além da minha imaginação.

Bhoom! Bhoom!

O impacto nos mandou dois passos para trás só com o vento. Bastaram duas explosões juntas para desfazer o tornado.

Toru abaixou o lança-granadas e coçou a cabeça confuso.

– Hum, onde foi parar aquela bolinha de pelos?

Seu irmão Ruto logo a avistou.

– T-Toru! Na sua frente.

A raposa sumiu reaparecendo bem aos seus pés. Ela abriu a boca disparando um raio celeste. No mesmo instante, Pâmela usou sua manipulação de escuridão para puxá-los para a sombra de um pinheiro no chão escapando a tempo do ataque.

O raio passou cortando o ar e atingiu a torre que eu fiz bem no meio. A obsidiana absorveu o gelo se tornando celeste, mas não resistiu a grande quantidade de mana do ataque e rachou como uma teia de aranha deixando o raio seguir o seu caminho.

Essa raposa é rápida e poderosa. Temos que ter cuidado! Um deslize custará nossas vidas.

Antes da batalha fiz alguns planos com a equipe. O inimigo alcançando a fortaleza era uma delas. Passamos para a seguinte fase do nosso plano assim que Pâmela esvaziou o local. Levantamos nossos lança-granadas e disparamos bombas contra a raposa.

O monstro não era ingênuo, sabia que os ataques combinados poderiam feri-la. Então, se preparou para fugir usando a neve.

– Hehehe, achou que não pensei que você tentaria isso?

Levantei a mão e quatro paredões de obsidiana saíram da neve formando uma caixa. Pietro ajudou criando mais quatro ao redor com sua técnica de culinária suprema. Agora que tinha o elemento de fogo, ficou ainda mais resistente.

As bombas explodiram naquele momento lançando uma coluna de fogo que subiu aos céus. Mesmo comigo e Pietro combinando nossas forças, as barreiras se racharam com a tremenda explosão.

Será que isso foi suficiente?

Esse era o meu pensamento e o de todos naquele momento. As barreiras caíram para os 4 cantos e a fumaça se dissipou aos poucos.

No centro, flutuando no ar, estava uma esfera de gelo azulado de 3m de diâmetro. Algumas gotas de água pingavam, porém o monstro que a criou não foi afetado.

Invocação Golem 2 - O despertar dos DungeonsOnde histórias criam vida. Descubra agora