Invocação Golem 2 - O despertar dos Dungeons

Capítulo 4 - Ataque

Não haviam janelas na masmorra, muito menos na pequena prisão em que me colocaram. Assim, o lugar estava envolto em pura escuridão. Félix nem se preocupou em deixar uma tocha para iluminar os corredores. Se não fosse porque minha linhagem me dá uma súper visão, estaria desorientado nesse ambiente.

A verdadeira escuridão veio depois que me soltei das correntes, pois uma sombra misteriosa se alastrou cobrindo paredes, chão e teto e parou bem diante de mim formando a figura de um homem esbelto, de olhos azuis e cabelos acinzentados bem penteados.

– Pietro! Você quase me mata do coração!

Abracei meu velho amigo Pietro, o ex-assassino que decidiu se tornar chef de cozinha no Castelo Negro. Nunca pensei que viria me resgatar. Ele reagiu ao abraço caloroso me dando uns tapinhas nas costas. Eu sabia que ele não gostava de se expressar muito, mas estava feliz em vê-lo mesmo assim.

– Senhor, hora de ir. Há muitos guardas poderosos vigiando os andares de cima. Se segure.

Guardei os outros golens no inventário e peguei o esqueleto. Por alguma razão, ele não queria entrar nem no inventário com os golens e nem no espaço para invocações. No fim, desapareceu no ar como se fosse um espírito. Senti que se quisesse, eu poderia chamá-lo novamente.

Pietro encostou no meu ombro e a escuridão me envolveu. Nossos corpos entraram na sombra. Juntos passamos pelos corredores em alta velocidade. Era sua habilidade, Caminhada das Sombras.

Meu amigo desviava constantemente das pedras que caiam sobre nós por causa dos fortes tremores.

Passamos por alguns soldados que ainda vigiavam os corredores. Analisando-os com o sistema, constatei que todos eram níveis C1. Se estivéssemos na região do Castelo Negro, seriam considerados tão poderosos como os Lordes, mas aqui não passavam de meros soldados. Isso porque, enquanto mais próximos do centro do reino, mais poderosos eram os magos.

Nobres fracos ficavam com os piores territórios nas margens do Reino de Isis. Se mudassem para a capital no centro, desfrutariam de melhores recursos para ficar mais fortes, porém seriam tratados como meros servos ao encontrar nobres mais poderosos.

Passamos em silêncio pelas sombras nos escondendo atrás de objetos e pilastras até chegar aos jardins externos. Lá encontramos Félix no céu sobre sua serpente alada junto com vários magos e guerreiros de pé em torres perto da muralha.

Na sua frente, centenas de vespas gigantes nível E1 com mais de 3m de comprimento cobriam os céus tentando invadir o castelo. Às vezes, mergulhavam agarrando as pessoas que corriam para depois jogá-las lá de cima.

Os magos deste lado criavam barreiras transparentes de mana para se proteger dos ferrões que atiravam. Outros lançavam esferas verdes de ácido derretendo parte dos monstros, mas a grande maioria passava sem acertar nenhum por causa da sua velocidade.

Félix também atacava liberando uma fumaça verde que matava qualquer vespa que a tocasse, mas parece que logo ele e seus aliados seriam superados pelo número de inimigos.

– Pietro, o que está acontecendo?

– Monstros do Dungeon Lamae estão fugindo. Fazia mais de 30 anos que isso não acontecia. A última vez, mais de 5 mil escaparam. Desta vez, a situação é pior. As criaturas de andares mais baixos também fugiram.

Meu amigo explicou que ninguém sabia o que causou a fuga do dungeon. Para piorar, centenas de monstros nível C conseguiram fugir e havia a possibilidade de níveis B saindo também. Se fosse verdade, a cidade seria dizimada ainda hoje.

Escapamos do palácio sem que Félix percebesse e chegamos à cidade do outro lado da muralha. Caos havia se espalhado por todos os lados.

–Os nobres estão fugindo! Estamos perdidos!!! Ah!