Capítulo 48 - Dando tudo de si

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Sempre pensei que fosse como o protagonista da história que nunca se machucaria. Tristemente, bastou um segundo para mudar toda a minha realidade.

Cai no chão me contorcendo de dor depois de ser atravessado pelo ataque do duende Jaci. Levei uma mão ao meu ombro esquerdo tentando parar o sangramento. O ataque passou perto do meu coração.

Nunca senti uma dor tão terrível. Fui incapaz de me levantar. O sangue se espalhou rápido formando uma poça debaixo de mim.

- Humano, como você pode ficar de joelhos com um ataquezinho desses? Nem acertei nada importante. Acho que esperei demais de você.

Jaci balançou a cabeça de um lado a outro desapontado. Em seguida, criou uma esfera de ar comprimido na mão. Queria terminar logo comigo.

Um medo profundo me preencheu ao pensar que minha vida estava por acabar. Reuni minhas últimas forças e bati forte no chão espalhando magia para levantar outra barreira de pedra. O ataque do duende a destruiu facilmente.

Imediatamente, Jaci mandou um segundo ataque contra mim e, para a surpresa dele, me destruiu em milhares de pedaços. Para ser mais preciso, destruiu um golem com minha figura. Usei uma runa de imitação para que fosse uma cópia perfeita.

Até colori ele. Que pena que partiu tão rápido.

Aproveitei a chance para cobrir o meu corpo em escuridão fugindo com Caminhada das Sombras junto com a camuflagem da minha capa.

Previamente, enviei uma mensagem mental para que o Pangolim entrasse no túnel. Eu iria em seguida, mas senti umas finas agulhas de mana no ar. Era o duende espalhando sua manipulação de vento para descobrir minha localização.

- Hehehe, você quase fugiu de mim.

Me virei e lancei uma bola de fogo combinando minha magia de vento para fazê-la mais poderosa. Assim que o ar tocou a esfera, ela se expandiu 10 vezes e foi na direção de Jaci.

A explosão que esperava nunca aconteceu. O duende simplesmente balançou seu cajado para um lado e cortou o oxigênio ao redor do fogo, extinguindo-o com facilidade.

Que injusto! O nível de Manipulação de Ar dele é muito alto. Quase nenhum dos meus ataques pode feri-lo. Não resistirei muito, estou perdendo muito sangue.

De repente, linhas apareceram no chão formando dois quadrados que se levantaram e me esmagaram no meio como se fossem mãos gigantes pegando um inseto.

A Capa Golem ativou sua barreira e resistiu ao ataque surpresa do javali. Os dois pedaços de rocha se partiram.

Enfurecido, Crofa me observava de longe. Ele não conseguia se mover pelos seus machucados, mas ainda assim mandou sua magia para manipular a terra ao meu redor, o que deu tempo suficiente para o duende se aproximar.

Jaci flutuava sobre mim segurando seu cajado com as duas mãos. O reflexo da arma ficou gravado nos meus olhos. Sabia que não haveria tempo para defender.

O cajado parou de repente. Correntes da Capa Golem o envolveram parando o seu avanço. A Armadura Golem também cruzou suas lâminas na minha frente.

Fortes correntes de ar passaram pelos lados cortando o meu rosto. O ataque de Jaci não era tão simples como parecia. Escondia uma energia que poderia ter me matado. Logo, aconteceu algo que nunca imaginei.

Sentindo o meu medo, a Armadura Golem se abriu por trás e me empurrou para fora. Rolei algumas vezes no chão.

- Ei, o que você está fazendo agindo por conta própria?

Antes de que pudesse me levantar, a Capa Golem tirou suas correntes e me afastou do lugar sem que mandasse.

Estão agindo sem minhas ordens?

O Pangolim também estava voltando pelo túnel. Entretanto, Crofa usou novamente sua Manipulação de Terra para fechar minha saída. Em seguida, levantou um muro de 10m de altura e o deixou cair sobre mim.

A Capa Golem liberou correntes evitando que o paredão me esmagasse, mas Crofa aumentou a gravidade e dureza do muro fazendo com que as correntes recuassem cada vez mais.

Preciso ajudar ou seremos esmagados!

Também liberei minhas Correntes Espirituais para ajudar a segurar o muro.

Atrás de mim, a Armadura Golem trocava golpes com o duende. Alguns cortes ficaram evidentes no metal. Os dois chegaram a se encontrar, mas o duende ainda se defendia bem com o seu cajado. Ele usava a força do vento para bater nas lâminas para desviar sua trajetória.

No fim, em um pequeno erro da Armadura, o duende bateu de lado concentrando magia na ponta e a acertou. O ataque explodiu ao tocar o seu braço, que girou no ar e parou perto dos meus pés.

Fiquei paralisado por uns instantes incrédulo com o desfecho dos eventos. Minha mente em branco e sem saída se rendeu pensando que não adiantava mais lutar.

Não, não! Como posso desistir? Têm muitas vidas que dependem de mim. Preciso dar o meu melhor aqui ou irei me arrepender.

Abri o inventário e liberei um golem marinho. Com o seu enorme corpo, criou uma barreira entre mim e o muro que tentava me esmagar. Em seguida, meus olhos vermelhos brilharam. Usei Caminhada das Sombras para sair por um lado.

Enquanto me movia, absorvi mana com minhas Correntes Espirituais. Havia esquecido que elas podiam tomar não só o mana negro, como qualquer tipo de mana. Isso incluía o da terra e do ar.

Recuperando parte das minhas reservas, ativei a Aura do Soberano. Imediatamente, meu corpo foi coberto, minha força duplicou e o mesmo aconteceu com minhas criações.

Os olhos azuis da Armadura Golem mudaram para vermelho e a aura negra com listras vermelhas se espalhou. O duende se afastou sentindo o perigo, mas foi tarde demais. Meu golem cobriu sua lâmina com poder. O movimento horizontal foi rápido. O braço do duende foi separado do seu corpo antes que pudesse reagir.

O braço viajou em uma parábola caindo no chão imóvel.

Invocação Golem 2 - O despertar dos DungeonsOnde histórias criam vida. Descubra agora