15

12.1K 840 241
                                    

Anna

Dou um sorriso ouvindo o Filipe cantar.

Eu já sabia que a voz dele é linda só de ouvir ele falar. Mas ouvir ele cantando é outra coisa.

Ele realmente sabe o que tá fazendo e tem talento pra isso.

Ret: Vivaz não pode errar
Linda, vem me curar
Vivaz não pode errar
Sou mais um neurótico de guerra - ele para de cantar e logo ouço as paumas.

Olho pra ele sorrindo que sorri e entrega o microfone pro outro cara que ia cantar.

Ele desce do palco e vem até a mim.

Ret: eae gostou? - cruza seus braços.

Anna: da música que vc escreveu ou de vc cantando?

Ret: como se sabe que eu que escrevi? - pergunta e eu chego um pouco pro lado pra pessoas passarem sem esbarrar em mim.

Anna: a música começou com "Ret" - respondo e ele rir concordando. - estou descobrindo uma versão nova do Filipe. Quem ia adivinhar que eu canta e escreve?

Ret: eu não canto. - nega com a cabeça. - eu só brinco e escrevo pra me sentir livre.

Anna: tu ainda vai chegar e falar pra si mesmo "caralho eu canto pra caralho" - ele rir e passa suavemente a língua nos lábios.

Ele sempre faz isso. Sempre que a gente está conversando ele para e fica me encarando.

Anna: o que tem em mim que tu tanto presta a atenção?

Ret: eu presto atenção em coisas que vc nem imagina. - a sua voz falando isso me causa um arrepio dos pés a cabeça.

Anna: tipo? - jogo minha cabeça um pouco pro lado e ele sorri.

Ret: a sua boca. - leva sua mão até minha bochecha e passa seu polegar na minha boca contornando ela.

Olho seus movimentos na minha boca mas logo olho pra ele que me encara.

Anna: estamos rodeada de pessoas Filipe. - susurro e ele sorri.

Ret: eu sei. - tira seu dedo no meu lábio e coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

Respiro fundo cruzando meus braços desviando meu olhar no dele.

Ret: quer comer alguma coisa? - volto a olhar e concordo com a cabeça.

Anna: quero. - ele aponta com a cabeça pro outro lado da praça aonde tinha umas barraquinha de comidas.

Passo por ele saio do meio das pessoas e ele me segue.

Ret: cachorro quente?

Anna: pode ser. - vou até a mesa  me sentando na cadeira enquanto o Filipe ia fazer os pedidos.

Suspiro encostando minha costas na cadeira lembrando do seu toque em mim.

O jeito que ele me deixou fazendo isso é difícil de explicar.

Me remexo na cadeira tentando me controlar. É inevitável não se senti excitada quando o meu corpo reage a tudo que ele faz.

Ret: tu tá bem? - senta na sua cadeira e eu concordo com a cabeça calada. - ficou incomoda com aquilo?

Anna: não. - respondo baixo. - só estou pensando.

Ret: em quê?

Eu não ia falar oq eu exatamente estava pensando. Em que eu queria estar fazendo com ele ao invés de comer o cachorro quente.

Não que eu não goste de cachorro quente mas eu estava... Diferente? Não sei explicar.

É meio que eu necessitava de mais.

Anna: bobeira. - me abano com a minha mão tentando controlar o calor que eu estava sentindo.

Ret: tu tá com calor? - pergunta confuso.

Até eu ficaria confusa. Estava ventando e estava com um clima fresco.

Anna: estou.. as vezes eu dou dessas. - ele concorda ainda me olhando desconfiado.

Encaro minhas unhas e levo a minha mão até a minha coxa apertando o local e esfregando minha mão em cima.

Eu estava tentando mas nada resolvia. Parecia até que meu fogo subia mais.

Respiro fundo e olho pro Filipe que já me olhava.

Mas agora com um olhar diferente. Mto diferente aliás.

E isso só piorou a minha situação.

O olhar dele era de pura luxúria e pudor. Ele me encarava nos olhos e meu coração começou a acelerar só dele me olhar.

Ret: tá nervosa? - a sua voz sai rouca e eu nego com a cabeça tentando regular a minha respiração.

Passo a mão no meu pescoço e desvio o olhar do seu.

Mordo meu lábio de leve e ouço ele resmungar algo.

Ouço um barulho e olho pra ele que tinha se levantado e ido até a barraquinha.

Ele fala alguma coisa e o moço concorda pegando uma sacola plástica e colocando nossos cachorros quentes lá dentro.

Filipe entrega uma nota de 20 pra ele e pega a sacola vindo até a mim mas ele não volta a sentar na cadeira.

Ret: bora, vou te levar pra casa. - me levanto e sinto sua respiração no meu pescoço me fazendo arrepiar. - vou comer lá.

Renascer | Filipe RetOnde histórias criam vida. Descubra agora