Anna
Dou um sorriso ouvindo o Filipe cantar.
Eu já sabia que a voz dele é linda só de ouvir ele falar. Mas ouvir ele cantando é outra coisa.
Ele realmente sabe o que tá fazendo e tem talento pra isso.
Ret: Vivaz não pode errar
Linda, vem me curar
Vivaz não pode errar
Sou mais um neurótico de guerra - ele para de cantar e logo ouço as paumas.Olho pra ele sorrindo que sorri e entrega o microfone pro outro cara que ia cantar.
Ele desce do palco e vem até a mim.
Ret: eae gostou? - cruza seus braços.
Anna: da música que vc escreveu ou de vc cantando?
Ret: como se sabe que eu que escrevi? - pergunta e eu chego um pouco pro lado pra pessoas passarem sem esbarrar em mim.
Anna: a música começou com "Ret" - respondo e ele rir concordando. - estou descobrindo uma versão nova do Filipe. Quem ia adivinhar que eu canta e escreve?
Ret: eu não canto. - nega com a cabeça. - eu só brinco e escrevo pra me sentir livre.
Anna: tu ainda vai chegar e falar pra si mesmo "caralho eu canto pra caralho" - ele rir e passa suavemente a língua nos lábios.
Ele sempre faz isso. Sempre que a gente está conversando ele para e fica me encarando.
Anna: o que tem em mim que tu tanto presta a atenção?
Ret: eu presto atenção em coisas que vc nem imagina. - a sua voz falando isso me causa um arrepio dos pés a cabeça.
Anna: tipo? - jogo minha cabeça um pouco pro lado e ele sorri.
Ret: a sua boca. - leva sua mão até minha bochecha e passa seu polegar na minha boca contornando ela.
Olho seus movimentos na minha boca mas logo olho pra ele que me encara.
Anna: estamos rodeada de pessoas Filipe. - susurro e ele sorri.
Ret: eu sei. - tira seu dedo no meu lábio e coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
Respiro fundo cruzando meus braços desviando meu olhar no dele.
Ret: quer comer alguma coisa? - volto a olhar e concordo com a cabeça.
Anna: quero. - ele aponta com a cabeça pro outro lado da praça aonde tinha umas barraquinha de comidas.
Passo por ele saio do meio das pessoas e ele me segue.
Ret: cachorro quente?
Anna: pode ser. - vou até a mesa me sentando na cadeira enquanto o Filipe ia fazer os pedidos.
Suspiro encostando minha costas na cadeira lembrando do seu toque em mim.
O jeito que ele me deixou fazendo isso é difícil de explicar.
Me remexo na cadeira tentando me controlar. É inevitável não se senti excitada quando o meu corpo reage a tudo que ele faz.
Ret: tu tá bem? - senta na sua cadeira e eu concordo com a cabeça calada. - ficou incomoda com aquilo?
Anna: não. - respondo baixo. - só estou pensando.
Ret: em quê?
Eu não ia falar oq eu exatamente estava pensando. Em que eu queria estar fazendo com ele ao invés de comer o cachorro quente.
Não que eu não goste de cachorro quente mas eu estava... Diferente? Não sei explicar.
É meio que eu necessitava de mais.
Anna: bobeira. - me abano com a minha mão tentando controlar o calor que eu estava sentindo.
Ret: tu tá com calor? - pergunta confuso.
Até eu ficaria confusa. Estava ventando e estava com um clima fresco.
Anna: estou.. as vezes eu dou dessas. - ele concorda ainda me olhando desconfiado.
Encaro minhas unhas e levo a minha mão até a minha coxa apertando o local e esfregando minha mão em cima.
Eu estava tentando mas nada resolvia. Parecia até que meu fogo subia mais.
Respiro fundo e olho pro Filipe que já me olhava.
Mas agora com um olhar diferente. Mto diferente aliás.
E isso só piorou a minha situação.
O olhar dele era de pura luxúria e pudor. Ele me encarava nos olhos e meu coração começou a acelerar só dele me olhar.
Ret: tá nervosa? - a sua voz sai rouca e eu nego com a cabeça tentando regular a minha respiração.
Passo a mão no meu pescoço e desvio o olhar do seu.
Mordo meu lábio de leve e ouço ele resmungar algo.
Ouço um barulho e olho pra ele que tinha se levantado e ido até a barraquinha.
Ele fala alguma coisa e o moço concorda pegando uma sacola plástica e colocando nossos cachorros quentes lá dentro.
Filipe entrega uma nota de 20 pra ele e pega a sacola vindo até a mim mas ele não volta a sentar na cadeira.
Ret: bora, vou te levar pra casa. - me levanto e sinto sua respiração no meu pescoço me fazendo arrepiar. - vou comer lá.