Ret
Tento entender aonde que eu estou, mas não consigo identificar.
Era um quarto? Um lugar? Totalmente escuro.
Não tinha nenhuma iluminação e o que me fazia ficar receoso sobre andar naquele lugar.
Eu não sabia o que estava na minha frente, ou atrás de mim, ou dos meus lados. Eu não via nada.
Era estranho mas ao mesmo tempo normal. Como se eu já estivesse naquele lugar antes.
Além de eu não ver nada eu tbm não ouvia!
Nem um barulho! Não escutava nem a minha própria respiração.
E o que me fez estranhar.Eu estou respirando?
Tento levar minha mão até meu peito pra tentar sentir meu coração mas eu não consigo nem mexer o braço.
Era como se tivesse alguém segurando ele. Ou como se eu tivesse perdido os movimentos do meu braço! Eu não sentia ele.
Eu não sentia nada!
Era estranho mas eu não sentia medo.
Até que eu ouço um suspiro.. O que me faz virar a cabeça rapidamente pro lado procurando alguém.
Mas a tentativa é falha. Não dá pra ver absolutamente nada.
Uma voz baixinha me faz respirar fundo me sentindo aliviado por reconhecer.
Mas ignoro tudo tentando entender do pq ela está aqui? Pq eu estou aqui? Pq eu não estou vendo nada? Pq eu não consigo me mexer.
Ouço sua voz novamente mas agora cantando baixinho.
Aquilo de uma forma ou outra me aliviava. Era bom ouvir sua voz mesmo não entendendo o que está acontecendo.
Olho pra frente quando vejo um pequena luz. Uma pontinho pequeno. E ela estava longe.
Eu não estava em um quarto isso eu acabei de perceber.
Me arrepio dos pés à cabeça quando sinto uma mão no meu peito.
Eu reconheço esse toque. E eu sei bem como meu corpo reage a ele.
Anna: está na hora de acordar Filipe. - sussurra no meu ouvido.
...
Abro meus olhos vendo a Anna parada sentada na cama com a mão no peito.
Anna: até que fim né? - ela sorri e massageia meu peito.
Ret: tu estava me chamando? - pergunto e a concorda fechando o gel.
Anna: precisava passar o gel em vc mas tu não acordava.
Ret: tive um sonho estranho. - resmungo me sentando na cama passando a mão no rosto.
Anna: como era? - se levanta indo pro banheiro e volta cantando uma música baixinho.
Ret: não sei explicar direito.
Ignoro tudo percebendo que eu nem sonhar estava e tudo que eu ouvi dela for real.
Anna: eu tenho que ir pra faculdade. - choraminga e eu solto um riso fraco.
Ret: tenho que ir na gravadora.
Anna: vai voltar com os shows? - me olha em frente ao espelho enquanto a mesma penteava seus cabelos.
Ret: provavelmente! - me levanto e abraço ela por trás. - já tô entrando em abstinência com saudades dos meus shows.
Anna: achei que vc só entrava em abstinência quando sentia a minha falta. - dou um sorriso e viro a pra mim.
Ret: também! - beijo sua testa. - as coisas que eu mais.. - respiro fundo que eu ia dizer "amo" e como sempre eu não consigo dizer. - gosto nesse mundo.
Anna: estou em primeiro lugar? - dou risada e concordo.
Ret: talvez...
Anna: ah, seu falso. - da um tapinha no meu peito direito.
Puxo ela pra mim dando um selinho rápido na sua boca.
...
Portugal: fala irmão. - faço um toque com ele. - essa sala estava com saudades de tu pô.
Ret: quem não estava né? - me faço e ele da risada. - pô mó saudades! Não sei como não vivi isso antes.
Portugal: eu tbm sempre me pergunto isso cara. - sento na cadeira. - tá preparado pra voltar a rotina normal?
Ret: estou mais que preparado.
Portugal: então bora que estamos com várias casas de shows pra fechar.
Ret: fora do rio?
Portugal: fora! Dentro! Em todos os lugares. - dou um sorriso. - vou te falando os nomes das casas de shows, a cidade onde elas ficam, e o cachê é vc vai me falando se quer ou não fechar beleza?
Ret: beleza.
Respiro fundo me preparando pra voltar a minha vida normal.