OBRA INSPIRADA EM ACOTAR DE SARAH J. MASS
Numa festa de casamento, a última coisa que você espera é dar de cara com um personagem que não existe na vida real.
Quando isso acontece com Sol, no casamento de sua prima, é só o começo de coisas estranha...
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Por favor, coma alguma coisa.
A voz me faz arregalar os olhos onde estou, afiando Reveladora da Verdade, sentado na cama, preparando-a para o trabalho do dia seguinte. Mas eu paro o que estou fazendo, sentindo o peito aquecendo. Sol. Levanto da cama, olhando ao redor, procurando qualquer sinal dela, do rosto angelical. Mas apenas encontro minhas sombras aglomeradas no escuro do quarto. Então... O laço.
Toco o centro do peito, perto do coração. E me afundo lá dentro, vendo aquele fio escuro como carvão, mas na ponta, ele brilha dourado. Não imaginei. Ela falou comigo! Falou, com tanta naturalidade que começo a me sentir leve. O sorriso que sinto abrindo no rosto morre quando me lembro do que ela disse. Comer. Ela me mandou comer.
Talvez Rhy já tenha dito que estou um miserável. Seria um milagre ele manter a boca fechada, ainda mais sendo Parceiro de Feyre. Mas eu não ando exibindo isso para o mundo, apenas... sorrir não faz mais tanto sentido. Não quando tudo que eu queria se foi para o lugar onde é inalcançável. Depois dela, que experimentei o que é ser feliz de fato, o que significa rir a toa, eu reparei que nunca foi assim. O passado sugava cada gota de alegria de mim.
Se passou um mês. Mas parece dúzias de vidas. Milhares de séculos. É como ser acordado por um sopro de vida suave e então ser sufocado pelo vazio.
Não consigo dormir. Fechar os olhos me leva aos pesadelos que me fazem suar frio, trincando os dentes para não gritar. Desde que voltei a Casa do Vento, por causa de Rhys e Feyre, dizendo que eu precisava manter a cabeça no lugar, e isso não aconteceria comigo morando do lado de um bar. Em certa parte concordei, mas eles tampouco sabem que tenho uma adega escondida dentro do meu armário.
Mas não mantive a cabeça no lugar quando ela sumiu no ar, com minha Grã Senhora e com Nestha. Empurrei Rhys pra longe, apalpando o ar onde seu corpo estive apenas um segundo antes. Tocando aquelas estrelas que caíram devagar.
Rhys me segurou, me virando para ele, os olhos brilhando em raiva mortífera. Nunca quis ser o alvo dele, mas estava sendo, pela segunda vez.
—O. Que. Você. Fez. Com. A. Elain. - não era uma pergunta, mas uma ordem. A qual eu fugi, tropeçando nas dobras do mundo, direto para o apartamento pequeno do outro lado do Sidra.
Sei que Rhys poderia arrombar a porta a qualquer momento, mas ele não fez isso. Ninguém fez. Me deixaram em paz por uma semana, enquanto eu me arrastava da cama até a Casa do Rio, recebia as instruções de Rhys e atravessava para os limites das terras humanas. Talvez Elain tenha respondido todas as dúvidas. Eu sequer conseguia pensar em seu rosto sem querer socar algo. Nunca fui assim, tão inchado de raiva, e nunca pensei que ela seria guiada para aquela garota que imaginei amar ardentemente.
A fortaleza barrada das rainhas parecia tão calma e vazia que parecia um reflexo meu. As movimentações eram apenas de Guardas nas muradas, pessoas andando nas ruas, sempre com as costas um pouco curvadas.