Entro no quarto onde Azriel falou para eu dormir a última vez, mas me choco com a visão que recebo quando me viro. Ele, deitado, lendo um livro, segurando com a ponta dos dedos, enquanto o outro braço descansa atrás da cabeça. Talvez ele não tenha noção de como isso causa borboletas no meu estômago, até porque ele está sem camisa, vestido numa calça puída de moletom.
—Pensei em deixar vocês à sós um pouco -ele me vê e abre um sorriso tímido.
—Não é como se não os conhecesse -rio baixo e me aproximo da cama. —Já que está aqui, acho que vou pro outro quarto, então -aponto o dedo para a porta, mas sou puxada para a cama com rapidez, e quando pisco de novo, Azriel está em cima de mim, se segurando nos cotovelos, e a cena me faz arquejar.
—Que tipo de ataque é esse? Está muito abusado, illyrian...-mas Azriel cala minha boca com um beijo. É diferente dos outros que demos antes, não tem aquela paz e excitação. Isso aqui é o que eu chamaria de beijo selvagem.
Suas mãos correm pela minha cintura, subindo pela minha coluna. Eu seguro suas costas com as mãos, o trazendo para mais perto. Porque não estamos começando algo, e sim terminando o que se iniciou desde o restaurante.
Meus dedos tocam sua omoplatas, e ele treme sob minhas mãos.
—É melhor não tocar aí -ele pede baixinho, o nariz roçando meu queixo. Eu abro os olhos, sorrindo.
—Resquícios da asa?
—Ah, pode acreditar, é bem mais que isso -sua boca fecha na minha de novo, e suspiro, aliviada, mantendo as mãos longe daquele ponto em suas costas.
Az morde meu lábio inferior, que me faz gemer alguma língua alienígena, e o ouço rindo baixinho.
—Não sei se consigo continuar com isso sabendo que o Cass está dormindo do outro lado do corredor.
Esse simples pensamento me faz rir, soltando as costas de Azriel.
—Isso com certeza corta um pouco o clima -quem diria que eu, fissurada na beleza daquele comandante, estaria falando isso agora. Mas vendo os dois tão perto um do outro, ainda não conseguia parar de olhar para Azriel.
Rindo, Azriel se vira e apanha o livro, entregando pra mim. Me sento na cama, franzindo a testa, confusa.
—Nestha trouxe pra mim -Az comenta, folheando. —É um romance bobo, e ainda disse que me ajudaria a te "conquistar".
Mordo o lábio, porque não posso rir na cara dele.
—E você acha que precisa de um livrinho? -ergo o mesmo no ar, vendo as páginas balançando. Ele tem um cheiro pungente, e não é mofo. É tipo molhado.
—Não é como se eu fosse um garanhão -ele suspira, pegando o livro e o jogando longe.
—Mas também não é um puritano.
—Longe disso -ele deita ao meu lado, me puxando com ele. —Tive minha fase de diversão.
Sei que pode soar muito invasivo da minha parte, mas eu quero tanto perguntar... Mas uma batida na porta não me deixa abrir a boca, porque Cassian a abre e sorri no batente, como um adolescente que pegou alguém no flagra.
—Os pombinhos já vão consumar? -sinto o rosto pegando fogo, e só consigo ter o vislumbre do vulto de Az sumindo ao meu lado, enquanto outro aparece na frente de Cassian, que ri. E simples assim, Azriel está com seu corpo parado na porta.
—Não tem que xeretar nada com sua parceira?
—Sim, na cama -ele abre um sorriso cafajeste. —Mas nem uma cobertinha você deixou lá.
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Corte de Sombras e Mundos
Любовные романыOBRA INSPIRADA EM ACOTAR DE SARAH J. MASS Numa festa de casamento, a última coisa que você espera é dar de cara com um personagem que não existe na vida real. Quando isso acontece com Sol, no casamento de sua prima, é só o começo de coisas estranha...