Bilhete na madrugada

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Laura

- Laurinha! Acorda!! – Didi me chamava bastante afoita – Acorda!! Você tem que ver uma coisa.

Abri os olhos sem entender o que estava acontecendo. Didi estava sentada em minha cama com um envelope nas mãos.

- Quem é essa? – mostrou-me uma foto

- Oi Didi! Bom dia – respondi bocejando e coçando os olhos

- Bom dia! Quero saber quem é essa moça da foto – me mostrava apontando com o dedo indicador.

Sentei-me na cama e peguei a foto. Reconheci o momento da farmácia na noite anterior. Eu abaixada ajudando Alice a pegar suas moedas do chão. A fotografia tinha sido tirada de uma distância aproximada da outra esquina.

- Quem é, Laura? – perguntava-me Didi seriamente

- Sou eu e a Alice, ontem à noite – franzi a testa sem entender o que uma foto daquele momento estava fazendo em minhas mãos – Depois que deixei você e o tio em sua casa, passei na farmácia e encontrei a Alice.

- Quem é essa Alice? – inqueriu ainda mais séria

- Didi, está me deixando preocupada. O que está acontecendo? – perguntei-a sentindo um gelo no estômago – Por que quer saber quem é a Alice?

- Custa você me responder? – franziu a testa com expressão de brava

- Alice Stromps, Didi – dei de ombros – A moça do shopping. E ela é uma consultora financeira, conhecida na cidade.

- E qual a relação de vocês? – Didi me perguntava com a testa franzida – Não me esconda nada!

- Relação? – dei de ombros com olhar de dúvida – Nenhuma! Além do shopping e de dois leilões, apenas nos encontramos ao acaso ontem à noite – eu não entendia nada daquele questionamento

- Você sabe onde ela mora? – perguntou-me séria.

- Didi, não direi sequer mais uma palavra enquanto você não me contar o que está acontecendo! – falei bocejando e ajeitando a postura na guarda da cama.

- Está bem! – disse, entregando o envelope em minhas mãos.

A olhei intrigada. Olhei o verso e estava escrito: "A/C de Laura Veigas – URGENTE". Franzi o cenho ao ler aquelas palavras e senti um arrepio na nuca. Abri o pacote e tinha um bilhete impresso:

"Que bela noite de encontros casuais.

O acaso nem sempre é despretensioso.

Se quiser vê-la novamente, almoce comigo hoje.

Não me decepcione.

Av: Brg. Faria Lima, 2954 – Rest. Rubayat – 12h"

Meu coração parecia que iria sair pela boca. Sentia minhas mãos trêmulas e a boca seca. Estava com os olhos arregalados e minha cabeça girava.

- O que é isso, Didi? – levantei o papel perguntando a ela

- Eu também quero saber. O que é isso? – sua expressão estava séria e tensa – Quem é essa moça?

- Onde você pegou isso? – a perguntei

- Cheguei e o porteiro me entregou. Disse que de madrugada veio um motoboy entregar – respondeu me olhando profundamente – Quem é essa moça?

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