Caixinha de surpresas

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Laura

- Lauraaaa, chegueeeii!! – ouvi a voz do Gil me chamando da ponta da escada.

- Já "tô" descendo – gritei de dentro do quarto, colocando o tênis para o treino e constatando o relógio marcar seis horas da manhã.

Devido a rotina corrida que foram esses últimos dias, em especial a semana cheia de eventualidades, não foi possível treinar. Marquei com o Gil para vir mais cedo e dessa forma, conseguirei retomar os treinos todos os dias da semana, para compensar o tempo perdido. Desci rapidamente para não deixá-lo esperando e tão logo, começamos um treino funcional.

- Não judia muito hoje, por favor – pedi em reverência – Bebi muito ontem a noite.

- Ah é?! – respondeu sorrindo e colocando as mãos na cintura – Pois é agora que vou judiar. Saiu e nem me chamou! – revirou os olhos.

- Ah, viado! – revirei os olhos igualmente – Sabe como é né – dei de ombros – Às vezes tem que sair pra curtir – sorri piscando-lhe.

- Sinto cheiro de couro nesse rolê! – disse Gil me alongando as pernas - Vai, conta tudo!

Gargalhei com sua fala.

- Não teve couro nenhum. Ainda não! – revirei os olhos e continuei a contar-lhe dos últimos acontecimentos e do quanto Alice tem mexido comigo. Gil comemorou como se fosse uma grande novidade.

- Você sabe que torço pela sua felicidade, né "miga"?! Se essa Alice aí for sua alma gêmea, vai dar tudo certo! – concluiu me abraçando.

- Obrigada, viado! – o agradeci – Acho que ainda é muito cedo pra pensar em encontro de almas, mas não posso negar que estou sentindo alguma coisa. Até ciúmes já senti! – dei de ombros sorrindo.

- Mentira!!! – falou batendo palmas e sorrindo – Conta como foi?

Contei a ele o episódio do surgimento da Bia e que não gostei do jeito que ela tocou nos ombros da Alice. Ele ria muito da minha atitude de ficar furiosa com o ocorrido.

- E essa tal, Alice, como é? – perguntou animado preparando a última sessão de repetições.

- Bicha do céu – respondi entre suspiros – Ela é linda!!! – revirei os olhos – É alta, loira, cabelos curtos, olhos verdes..

- Pode parar! – interrompeu-me – Você está descrevendo uma amiga minha, também chamada Alice. Não me diga que ela tem uma motona?

- Tem! – concordei sem exitar.

- Pára!!! – falou com as mãos na boca – Sabe se ela tem uma amiga chamada Carol?

- Sim! Uma super amiga chamada Carol – concordei franzindo o cenho.

- Viada!! – falou animado – Será que estamos falando da mesma Alice?

Peguei o celular e mostrei a rede social dela. Gil deu um grito, colocando as mãos na boca.

- Bicha!! É a Alice que conheçooooo!!!

- Não acredito!! Você também a conhece? – perguntei impressionada – São Paulo inteiro conhece a Alice.

- Bichaaa!! Lembra que te chamei pra ir beber? – falava animado e eu concordei com a lembrança – Então, a conheci naquele dia!! Ela que saiu com a Bia, minha amiga.

- Bia? – franzi o cenho – A Bia, sua Bia? – fiz careta.

- Sim, viada!!! A Bia ficou com ela!! E era com ela que íamos no dia do paraquedas, mas desmarcaram.

O treino acabou na mesma hora. Não acreditava ser possível, que a moça que surgiu de surpresa no shopping, é a amiga do Gil, meu amigo e personal. Meu coração disparou com as possibilidades que se constatavam.

AmorasOnde histórias criam vida. Descubra agora