Alice
Os medicamentos estão fazendo efeito. De repente toda aquela energia que eu estava foi diminuindo. Senti meus olhos ficarem pesados e avisei minha mãe que iria dormir. No entanto, dormi o suficiente, pois quando acordei, minha mãe já tinha ido embora e quem estava sentada na poltrona ao lado da cama era a Carol.
- Oi – a cumprimentei com um sorriso de satisfação em vê-la.
- Ufa! Achei que ia dormir até amanhã – me falou sorrindo – Não aguento mais, não ter com quem falar!
Sorri por sua reação. Posso imaginar o quão difícil foi pra ela ficar quieta. É uma tagarela incurável.
- Já é tarde? Minha mãe foi embora? – perguntei tentando me localizar
- Já é noite – sorriu ao me responder – Eu vou dormir aqui com você, hoje. Sua mãe ficou até tardezinha e me pediu se eu poderia ficar hoje, e eu vim.
- Obrigada, miga – pisquei com os dois olhos e fiz careta pra ela que retribuiu – Como você está?
- Eu estou bem! E você? – segurou em minhas mãos – Já enjoei de você ficar aqui! Vamos embora?
- Vamos! Quero ir pro cinema e depois, tomar um chopp – sorri alto.
- Delícia!! Vamos bolar um plano para te tirar daqui – sorriu amigavelmente.
Ela me ajudou a sentar e me alimentar. Avisou aos enfermeiros que eu tinha acordado e logo vieram fazer os procedimentos necessários. Perguntam várias coisas, aferiram pressão e temperatura, anotaram os mililitros de urina excretada. Carol só observava tudo atentamente. Quase uma corujinha, tomando conta de cada detalhe dos cuidados a mim dispensados.
Sou muito feliz por ter uma amiga assim. Ela é impagável. Seu rosto ainda está com marcas que, segundo ela, foram do dia que originou minha estadia aqui, mas, diz que está bem e se limita apenas a dizer isso. Não tem o que eu pergunte, que consiga obter detalhes do ocorrido. Só me fala quem quando eu sair do hospital, me conta tudo.
Seu olhar me diz, que está escondendo alguma coisa importante. Ainda descobrirei o que é. Me lembrei de ter visto ela o Léo conversando. Estou na dúvida se foi sonho ou real. Afinal, o que achei que era sonho, era real, será que nesse caso também é? Me arrisquei a perguntar e ela se corou rapidamente.
- O que é pra você esquecer, você não esquece, não é? – e sorriu timidamente.
- Ah, então já estou melhorando!! – sorri em resposta – Eu estava em dúvidas se era real ou imaginário, mas já sei que foi real.
- Para! Nós só conversamos um pouco e ele me ajudou lá no hotel – falava mexendo nas mãos – Ele levou sua moto para seu apartamento e eu dirigi o carro dele. Daí fomos juntos no shopping comprar um chip para você e..
- Chip para mim? – franzi o cenho ao perguntar – O que aconteceu com meu chip?
Ela me olhou e pensou o que ia falar. Deu de ombros e se limitou a dizer:
- Uma longa história! – e sorriu ironicamente – O que importa é que agora você tem um novo número, que eu e o Léo – revirou os olhos ao falar – compramos para a senhorita.
- Então, já estão até passeando no shopping juntos? – balancei a cabeça surpresa.
- Não foi bem um passeio – balançou a cabeça vagarosamente de um lado e do outro – Só fomos juntos, conversamos e depois tomamos um chopp.
- Ah! Sim! A cada fala, você conta mais um pouquinho – a olhava atenta e esboçando um sorriso sapeca.
Ela sorriu e se corou.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amoras
RomanceLaura Veigas é a primeira CEO negra da capital paulista, com uma carreira brilhante e ainda em ascensão. Possuí hobbys clássicos e uma vida estabilizada, focada no trabalho. Extremamente controladora, gosta de tudo do seu jeito. É orfã e usou da sua...